Permaneci isolado durante os primeiros dois anos depois de meu retorno. Meus sempre leais pais adotivos não questionaram meu isolamento, apenas me deram quanto espaço que eu precisasse. Eu era eternamente grato por isso. Não podia suportar explicar que eu ainda estava lutando com minha consciênca. Eu nunca poderia impor minhas memórias horríveis em meus pais.
Eles me deram tempo, e tempo eu tomei.
Que estranho, ele está fazendo uma terrível baderna... "Está tudo bem, Edward?" Esme perguntou da porta do meu quarto.
"Tudo está bem, Esme. Peço desculpas pelo barulho. Vou tentar mantê-lo ao mínimo. " Gentilmente joguei o disco de vinil com uma das mãos e ele pousou na terceira prateleira perfeitamente.
Esme olhou entre eu, a pilha de discos no sofá e a prateleira. "Posso perguntar o que você está fazendo?"
"Estou reorganizando minha música, " respondi.
"Oh, desculpe-me, Edward, " Esme disse, instantaneamente acanhada. "Eu tentei organizar tudo da forma que esperava que você fosse querer, sinto muito mesmo..."
"Não precisa se desculpar, Esme, " encolhi os ombros. "Eu prefiro as coisas em uma certa ordem. Não posso esperar que você soubesse. Afinal, você não é a leitora de mentes. " Eu sorri ironicamente.
Ela riu, dando um tapa brincalhão em meu ombro. Então foi ficando quieta, ponderando seus pensamentos, os quais, claro, eu ouvi claramente.
"Você sabe o que eu estava pensando?" ela finalmente perguntou.
"Eu normalmente sei, " sorri afetadamente. Ela riu novamente, balançando a cabeça.
"Vou reformular. Eu estava pensando que já faz um tempo que caçamos juntos, só nós dois. "
"Você está certa, Esme, já faz um tempo. Eu adoraria ir caçar com você. "
Ela irradiou alegria. "E talvez você possa conceder um favor no caminho..."
"Sim, " eu sorri, "Te ajudo com os materiais para seu próximo projeto de renovações. "
"Obrigado, Edward, " ela sorriu.
"Disponha Esme. "
Estava eu pronto para interagir com outras pessoas em qualquer nível normal? Não. Eu estava mentindo para minha mãe ao fazer isso como se fosse tão simples? Claro. Eu era um vampiro. Eu tinha que manter tudo bem guardado. Eu tinha que pisar com muito cuidado. Mas, eu estava tentando... Aquilo tinha que contar como algo.
Bem alimentado e sentindo-me despreocupado, fizemos nossa jornada de volta para casa ao escurecer. Nós dois pausamos exatamente no mesmo momento. Algo estava errado. Concentrei-me, mas a única coisa que ouvia era Carlisle lamentando, Tanto desperdício... Tanto desperdício... Repetidamente. Esme e eu trocamos olhares preocupados, acenamos uma vez e corremos para dentro de casa.
Estatelada em cima da mesa, na bem iluminada cozinha, estava uma garota, obviamente no ápice d extrema agonia. Carlisle estava segurando a mão dela, lhe dizendo o quanto sentia muito. Sim, ele havia se desculpado a mim da mesma maneira. Ele olhou quando fomos nos aproximando, seu rosto pesadamente manchado com angústia.
"Por favor, mate-me!" a garota gritou, arqueando as costas em dor. "Deixe-me morrer!" A mão de Esme voou até sua boca. Os sons que essa garota fazia estavam partindo o coração da pobre Esme.
Então reconheci quem era essa garota, seria difícil não lembrar. Todos em Rochester conheciam os Kings. E ela era a noiva do filho deles. O potencial de exposição que isso causava, apresentava um grande perigo ao nosso disfarce.
"O que você estava pensando Carlisle?" exigi. "Rosalie Hale?"
"Eu não podia apenas deixá-la morrer, " Carlisle disse quietamente. "Era demais — horrível demais, desperdício demais. "
"Eu sei, " disse curtamente. Vi Rosalie Hale em sua mente, espancada, roupas rasgadas, violada; deixada para morrer na rua fria como um cachorro.
"Era desperdício demais. Não podia apenas deixá-la, " Carlisle repetiu em um sussurro.
"Claro que não podia, " Esme concordou, sempre a esposa que apóia.
"Pessoas morrem a todo o momento, " lembrei-o duramente. "Vcê não acha que ela é um pouco reconhecível demais? Os Kings armarão uma grande busca-" Royce, por que você fez isso comigo? Ouvi Rosalie gritar em sua mente. Não que alguém suspeite do cafajeste. Eu rosnei.
A mesma imagem reluziu na mente de Carlisle. Rosalie Hale, jogada no chão com a morte a sua espreita. A beleza que ele viu, apesar de seu estado torturado, prevaleceu sobre ele. Aí reside a ironia de como a mente vampira funciona. Somos belos para nossa presa intencional e somos apenas atraídos por belas presas.
"O que faremos com ela?" Exasperei, jogando os braços para o ar.
Carlisle suspirou. "Cabe a ela decidir, claro. Ela pode querer seguir seu próprio caminho. "
Calculei o tempo rapidamente em minha mente. Esme e eu fomos caçar por três dias.
"Quanto tempo faz, Carlisle?" perguntei quietamente, reprimindo meu aborrecimento.
"Dois dias, " ele sussurrou.
Obviamente, ele estava desgastado, era hora de aliviá-lo de seus afazeres. Coloquei uma mão em seu ombro. Ele olhou para mim, a angústia ainda clara em sua face. O que me impressionou foi que seus olhos ainda estavam um topázio claro. Ele havia feito melhor com essa Rosalie Hale do que havia feito comigo ou Esme. Ele não consumiu uma gota de seu sangue. Ainda assim, eu sabia que a tentação ainda estaria aí.
"Descanse Carlisle, " eu disse bondosamente. "Vá caçar. Eu ficarei com ela. "
Carlisle sorriu agradecido. Esme colocou seus braços ao redor dos ombros dele e o guiou pelo caminho.
Eu sentei e segurei a mão esquerda de Rosalie. Certamente não era uma tarefa fácil. Ela reproduzia os eventos em sua mente, agarrando-se a cada detalhe vívido. Eu estremecia cada vez que o filme mental começava de novo. Jaqueta rascada, botões voando, cabelo arrancado pela raiz. Mas eu queria essa tortura. Eu matei a tantos, vinguei outros. E Rosalie Hale, foi a única que não salvei, porque eu não estava lá.
Notei que ela mantinha sua mão direita em punho apertado, unhas entrando na carne. Gentilmente abri seus dedos e encontrei um objeto brilhante. Coloquei o objeto em meu bolso. Ela não precisava desse lembrete. Algumas coisas são melhores esquecidas e esse objeto não era exceção.
Um botão de metal.
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Verde, Vermelho, Dourado.
FanfictionEssa é a história dos primeiros anos de Edward como vampiro. Desde a sua vida na europa, quando foi atingido pela gripe espanhola até a sua união com Carlisle Cullen e os demais membros da família Cullen.