Lembrando: Livro meio espiritual. Se não acreditem, por favor, parem de ler o livro.
- Adrien?
- O que? – O garoto abalançou a cabeça, afastando seus pensamentos.
- Você estava olhando para a janela... Quer sair um pouco? É normal, todos enjoam do cheiro de hospital...
- Não, eu estou bem. – Respondeu, virando-se para ela. – Você me deve algumas respostas...
- O que? Eu fiz algo de errado? – A expressão de pânico no rosto da garota fez o mesmo rir.
- Não, só... Onde arrumou o sangue O negativo? Meu sangue é extremamente raro, me surpreendi com o avanço dos hospitais, nem sabia que eles tinham guardado um pequeno estoque desse tipo sanguíneo...
- Fui a que doei. – Disparou Daniela.
- O que? – Ele olhou para a garota com os olhos levemente arregalados. – Quantos litros você doou?
- Nã... – A garota foi interrompida pela voz rígida do garoto.
- Fala!
- 2 litros. – Murmurou.
- Você é doida?!
- Eu sei o que você pretendia fazer! Queria te deter e, além disso, fui eu a irresponsável de deixar um paciente sobe minha vigilância se cortar com uma gilete! – Elevou a voz.
- Não foi sua culpa!
- E você acha que eles acreditaram? Não importa! Eu me recusava de perder você! – Ela gritou.
- Por quê? Não faz sentido. Não adianta mais viver...
- Pare! – Ela gritou. – Pare de dizer besteiras! Se ela morreu, chega de sofrer! Você não pode mudar o que já está feito! A culpa não foi sua, isso estava para acontecer! Deixe-a ir, Adrien. Enquanto você se apegar a ela, enquanto você querer ir atrás dela, ela não poderá ser feliz como deveria.
- Não posso perdê-la... – Sussurrou.
- Você nunca a perdeu. – Daniela aproximou-se, colocando a mão no peito do garoto próximo ao coração. Sua pele estava fria. – Ela sempre estará dentro de você.
O garoto arregalou os olhos, as lembranças misturando-se na escuridão.
- Não Adrien! – Riu Marinette. – Você só ouve o coração se ficar em silêncio, desse jeito você nunca vai ouvi-lo!
- Mas Mari, como vou poder ouvir meu coração se ele está com você? – Perguntou o garoto com um sorriso no rosto.
- Adrien, agora é sério. Preste a atenção nos batimentos, alinhados, às vezes com o mesmo tempo de intervalo entre um e outro. Eles fazem um movimento involuntário. Você não consegue controlar as batidas do seu coração.
O garoto fechou os olhos ouvindo atentamente as palavras da garota, uma por uma. Percebeu então os intervalos entre as batidas do coração, a mão quente da mesma contra seu peito, e logo as batidas aceleraram. Era curioso como ele se movimentava como se tivesse vida própria.
- Por que o meu fica acelerado quando estou perto de você? – Sussurrou.
- Isso acho que só os sentimentos e talvez os hormônios possam saber! – Marinette provocou-o, rindo.
Adrien pegou-se rindo sozinho graças a sua lembrança repentina. Daniela virou-se aproveitando aquele momento raro. Um sorriso vindo dele era algo esplêndido nesses últimos meses. Ele estava sofrendo tanto, ela esperava fazer algo para mudar isso. Ser útil.
- Por que não passamos no jardim? Está um dia ensolarado. – Daniela propôs na esperança de fazê-lo sorrir novamente.
- Claro. – Ele levantou-se da cadeira de rodas com ajuda de Daniela e apoiou-se nas muletas. – Daniela?
- Você sempre me chama de Dan, o que houve? – Perguntou preocupada.
- Nada. Vamos. – Ele sorriu, fazendo-a sorrir também.
Seguiram pelo corredor até a porta de saída, cumprimentaram a recepcionista e dali foram para um jardim externo repletos de flores e animais diferentes, era algo como uma estufa. Adrien sorriu, admirado com tudo que estava à sua frente.
- Marinette adorava borboletas. Principalmente as azuis. – Ele sorriu triste.
- Adrien. – Chamou Daniela, esticando uma mão no ar e logo uma borboleta pousou em seu dedo. – Marinette está em todo lugar. Em todo ser vivo, em cada lembrança, em cada lugar. Ela sempre estará ao seu lado.
- Não acredito nessas coisas. Nem você deveria acreditar... – Suspirou o garoto, revirando os olhos verdes.
- Um dia você terá motivo para passar a acreditar, como eu tive, e até lá estarei aqui para te guiar. – Ela acariciou as asas da borboleta, fazendo-a voar novamente. – Marinette é como uma borboleta. Se deixa-lá presa ela morre, se deixa-lá solta, mesmo que nunca mais a veja, ela sempre será parte de você. Além de estar feliz.
- Não aceito isso.
- Está sendo egoísta.
- Não estou!
- Não quer deixa-lá ir.
- Eu a amo.
Um nó se formou na garganta de Daniela. Ela sentiu falta de ar e apoiou-se na parede, colocando a mão na cabeça.
- Ei, tudo bem? – Perguntou Adrien se aproximando.
- Sim. – Sussurrou a garota logo se recompondo.
- Quer voltar lá pra dentro?
- Não, só vou beber um pouco de água, tudo bem?
- Claro. Cuidado. – Preocupou-se Adrien.
Logo após Daniela entrar novamente, Adrien voltou-se a sentar. Perdido em pensamentos não notou algo em sua frente.
- Adrien. – Sussurrou uma voz distante, porém conhecida.
Ele imediatamente arregalou os olhos.
- Marinette? – Sussurrou.
- Por favor... – Sussurrou, mas como suplico secreto.
- O que? O que está fazendo aqui? Eu estou louco? – Sussurrou confuso.
- Não. Eu vim aqui para lhe pedir uma coisa... – Sussurrou.
Adrien olhou para cima e a viu. Marinette estava com a mesma roupa do acidente, o cabelo bagunçado e solto. Estava suja. Não estava sorrindo, seus olhos demonstravam outra coisa. Ela estava sofrendo.
-... Eu faço qualquer coisa. – Sussurrou Adrien, preocupado.
Ele não estava acreditando que ela estava ali, em sua frente. As palavras saíam automaticamente, mas sua mente não estava ali. Não ainda.
-... Deixe-me ir.
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Eu Sem Você
Fanfiction#19 em conto: 22/11 #30 em conto: 31/10 Começo: 27 de Outubro de 2016. Término: 20 de Novembro de 2016. - Um dia você terá motivo para passar a acreditar, como eu tive, e até lá estarei aqui para te guiar. - Ela acariciou as asas da borboleta, faz...