- Daniela. – Chamou o médico.
A garota rapidamente levantou a cabeça, entrelaçando as mãos atrás do corpo e cumprimentando seu superior.
- Sim Senhor?
- Preciso conversar com você. – Ele olhou para Adrien que dormia calmamente na cama de hospital. – A sós.
- Tudo bem. – Daniela engoliu em seco.
- Na minha sala daqui a 20 minutos. – Informou após sair do quarto.
A garota sentou-se na poltrona ao lado da cama exausta e fechou os olhos por breves segundos antes de ouvir a voz melodiosa de Adrien adentrar seus ouvidos, fazendo-a acordar.
- Interrompi seu cochilo? – Perguntou coçando os olhos.
- Não, tudo bem. Deseja algo? – Perguntou Daniela já se levantando.
- Não! Você precisa sentar. Vamos. – Disse o que a fez sorrir.
- Não precisa... Eu estou bem. – A garantiu. – Você precisa comer, vou informar a cozinha...
- Já disse que estou bem. – Ele chegou para o lado na cama, batendo de leve. – Deita aqui.
- Não posso, estou em trabalho. – Arregalou os olhos. – Desculpe...
- Só um pouco. Tudo bem, eu vou cuidar de você.
- Mas...
- Você já cuidou demais de mim. Deixe-me retribuir o favor? – Os olhos verdes do garoto hipnotizaram-na.
Daniela, sem escolha, foi em direção à cama e sentou na beirada sentindo o calor acumulado ali.
- Tenho uma reunião com o médico daqui a alguns minutos, por isso... Vou ficar aqui, tudo bem? Ainda está com sono? – Perguntou Daniela acariciando os cabelos loiros do garoto.
- Um pouco. Fiquei preocupado quando vi sua expressão... – Comentou.
- Está tudo bem. Meu trabalho requer esforço, é normal da minha parte ficar dias sem dormir para cuidar de um paciente. É uma honra fazer isso. – Sorrio fraco.
Ele foi um dos primeiros por quem ela estava disposta para cuidar, dar todo seu carinho e apoio. Seu trauma só lhe deu mais oportunidades de ajuda-lo, ou pelo menos tentar.
- Ontem, quando eu saí para beber água, ao voltar, você estava com uma expressão... Apavorada. – Observou Daniela. – O que você viu?
- Como assim o que eu vi? – Perguntou Adrien encontrando o olhar da garota.
- Você viu algo. Estava refletido nos seus olhos.
- Pare com isso, não está...
- Por favor, vai ficar escondendo isso até quando? Eu sei que você viu alguma coisa!
- Tá! – Admitiu suspirando. – Eu vi a Marinette.
- O que? – Perguntou a garota surpresa.
- Você falou aquilo para mim mais cedo e acabou que... Causando esse efeito.
- Você acha que o que eu falei tem alguma coisa haver com o que você viu? – Perguntou a garota.
- Sim... – Começou Adrien, porém foi interrompido pelo médico.
- Daniela. Na minha sala, por favor. – Sorriu, cumprimentando o garoto após sair do quarto.
Rapidamente o mesmo virou-se para ela, buscando seu olhar.
- Você fez algo? – Perguntou.
- Não que eu saiba! – Defendeu-se Daniela.
- Vá. Conte-me o que ele falou ao voltar. – Ele sorriu e acariciou a mão da garota. – Boa sorte.
- Obrigada. – Ela sorriu e beijou a testa do mesmo, levantando-se e seguindo para o escritório particular onde foi solicitada.
O corredor parecia estreito diante de seus olhos, seu corpo se encolheu e seus braços abraçaram-no em forma de defesa. Alguns minutos depois parou em frente à porta, batendo na mesma de forma que não incomodasse e não fizesse muito barulho.
- Entre. – Disse o médico.
- Boa tarde senhor, o que deseja? – Pergunta Daniela logo entrando e o cumprimentando com um breve aceno de cabeça.
- Sente-se, preciso tratar de um assunto importante sobre o paciente Adrien Agreste. – Ele cruzou as mãos em cima da mesa, fazendo-a arrepiar.
Daniela sentou-se na cadeira em frente a sua mesa, olhando ao redor.
- Todos sabem que Adrien sofreu uma perda muito grande e que você está ajudando no que pode. – A garota confirmou com a cabeça. – Mas isso não está sendo o suficiente. Eu sinto muito, mas depois do acontecimento no banheiro não podemos aceitar outra rebeldia da parte dele, como tentar se matar. Teremos que partir para uma nova estratégia.
- Ele está superando! Está evoluindo, devagar, mas está! Não desista. Por favor. Eu posso cura-lo. Deixe-o comigo. – Implorou Daniela.
- Não podemos mais aceitar isso, Daniela. Contratamos uma psicóloga para ajuda-lo a se recuperar. Todos os dias ele vai ter meia hora, o tempo que for necessário, para desabafar. Talvez isso ajude. Estamos contando com isso.
- Pessoalmente eu acho que ele não reagiria bem. Ele não se sente bem em confiar em outras pessoas, eu o conheço o suficiente, posso ajuda-lo. Dê-me mais tempo.
- Já chega. Saia. Avise-o. – Disse e suspirou. – Agora.
Daniela, sem escolha, levantou-se e seguiu novamente para o quarto. Estava prendendo o ar esse tempo todo e nem percebeu. Assim que adentrou o quarto, Adrien estava sentado na cama comendo uma das refeições tradicionais do hospital.
- Como foi? – Perguntou assim que conseguiu engolir a comida.
- Bem, até. Eu juro que tentei. – Suspirou sentando-se na poltrona.
- O que houve?
- Ele insistiu para que você seja consultado por uma psicóloga. – Sussurrou. – Eu tentei, disse que ajudaria, só precisava de mais tempo. Ele não aceitou.
- O que? – Ele sussurrou, logo suspirando, passando a mão pelos cabelos loiros. – Tudo bem, Dan. Eu... Só não sei se vou conseguir lidar com isso bem. Não confio nas pessoas facilmente.
- Eu sei. Preste a atenção, está bem? – Sussurrou Daniela, sentando-se ao lado do garoto na cama.
Ele confirmou com um breve gesto.
- Eu não vou te largar, ok? Não vou desistir de você. Eu vou dar um jeito. Tenha esperanças, faça o que for preciso, tudo bem? Eu vou tirar você daqui. Eu vou curar você. – Disse Daniela, convicta.
- Tem certeza? – Adrien encarou seus olhos azuis por trás dos enormes óculos.
- Sim. – Daniela sussurrou e encostou ambas as testas. – Preste a atenção no que vou dizer: Marinette está cuidando de você agora. Ela está do meu lado, ajudando-me a tomar conta de você. Por isso acredite. Tenha fé. Acredite no impossível.
- Dan... – Ele sussurrou, acariciando o rosto da garota.
- Por favor. Eu vou cuidar de você. – Sussurrou ela, fechando os olhos com força.
- Está bem. Eu espero. – Sussurrou.
Daniela envolveu-o num abraço carinhoso, cheio de sentimentos entrelaçados.
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Eu Sem Você
Fanfiction#19 em conto: 22/11 #30 em conto: 31/10 Começo: 27 de Outubro de 2016. Término: 20 de Novembro de 2016. - Um dia você terá motivo para passar a acreditar, como eu tive, e até lá estarei aqui para te guiar. - Ela acariciou as asas da borboleta, faz...