Confusões e Lembranças

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CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS


Confusões: É quando duas ou mais grandeza entra em desordem, gerando atrito, o cérebro não saber qual interpretar.

Lembranças: Recordação; aquilo que está guardado na memória; o que recorda uma experiência já vivida; o que expressa uma situação já passada.


Ele a ama. Ele não se cansa de repetir, isso é um fato. Ela o fazia rir nos momentos mais difíceis, quando seu mundo estava para desabar. A maioria dessas vezes foi culpa do pai do garoto com o seu jeito possessivo e mandão. Não se sabe se ele tem medo de perder o filho como perdeu a mulher ou se é só apenas um jeito possessivo que faz parte de sua natureza. Ambos não faziam a mínima ideia. Nunca entenderam os sentimentos dele em relação a Adrien.

Ele não veio visitar o garoto no hospital. Nem Nathalie, sua secretária particular.

Sua única hipótese era o fato dele não se importar a ponto de vir visitá-lo. Provavelmente ele liga em busca de informações sobre o filho, só para ter uma base sobre seu estado físico.

- Adrien. - Chamou Daniela apoiada no batente da porta. - Você... Precisa de um banho. Quer que eu ajude ou...

- Não. Tudo bem. - Sussurrou.

O garoto estava fazendo fisioterapia faz algumas semanas e já conseguia andar e mexer seu corpo normalmente com muito esforço. A dor física não é nada comparada a dor que ele sentia no coração. Poderia aguentar furacões com a dor física, contanto que ela estivesse ao lado dele, segurando sua mão.

Mas ela não está mais lá.

Seu psicológico está abalado. Os problemas que ele tinha, as dores, não poderiam ser curadas com remédios. Ele sabia disso.

- Eu... Não aguento mais isso. - Sussurrou após fechar a porta atrás de si.

Encarou-se no espelho, passando a mão pelo rosto. Seus cabelos loiros perderam a cor. O brilho. Seus olhos estavam escuros e o rosto cansado. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, logo o garoto enxugou-a rapidamente. Sofreria por isso pelo resto de sua vida. É uma dor sem cura.

- Adrien?! Tudo bem aí? - Daniela aproximou-se da porta. - Eu...

- Sim. Está tudo bem, Dan. - Ouviu a enfermeira suspirar.

- Claro. Com licença... Vou trazer seu almoço. - Ela se retirou do quarto.

Ao se olhar no espelho novamente, uma lembrança veio com flashes interrompendo seus pensamentos. Arregalou os olhos, deixando-se mergulhar naquele mundo de escuridão.

- Ei! - Murmurou a garota de marias-chiquinhas. - Sabia que eu te amo?

Ele sorriu. Viu o sorriso dela iluminando o cômodo escuro que se encontravam. Era a noite de Natal, o ano em que conheceu Marinette. Ele achou, no começo, que ela era a única garota capaz de iluminar o mundo inteiro com seu brilho. E ele tinha razão.

- Cadê as bolinhas de Natal, Mari? - Perguntou a Sra.Dupain-Cheng.

- Na caixa em baixo da cama! - Gritou.

Ela tampou minha boca com a mão, sorrindo. Abraçou-me no escurinho e envolveu-me num calor incomparável. Um tipo muito forte. Demorei a perceber que era amor o que eu sentia por ela.

Quando percebeu lágrimas escorriam pelo seu rosto. Soluços acompanhavam a dor que ele trazia no peito, acompanhavam o sentimento de culpa. Ele tinha a sensação que se fechasse os olhos poderia ouvir o choro, a angustia e a culpa gritando dentro dele. Gritando por misericórdia.

Eu Sem VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora