Capítulo 14- Senhorita Vaca

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Chego em casa onze da noite, tomando um banho GELADO, já que não tem energia e decido fazer um sanduíche para mim. A casa está totalmente escura e se não fosse a fome que estou, não me atreveria a ir pra cozinha, mas...

Abro a geladeira no escuro, pegando a manteiga que está parecendo água, devido a falta de energia para deixar ela durinha e escorregando da minha mão, ela cai fazendo um estrago no chão.

-Ahhhh Deus, deixa os testes pra amanhã, pode ser? – falo ao me abaixar para passar a mão no chão e percebo a lambreca que foi feita.

Limpo tudo o que enxergo, com o pano que espero que seja o da pia e como o sanduíche no sofá da sala.

A lua está linda, brilhante, iluminando boa parte a sala e olho atentamente o meu redor. Sem namorado, sem família e no escuro, assim fica difícil ser bem-humorada o tempo todo, fazendo um nó se instalar, em minha garganta. Isso faz minha alegria de viver se esvair em um triste final de noite. Sinto alguns pares de lagrimas escorrerem pelo meu rosto, molhando minhas bochechas e isso raramente acontece. 

Minha avó sempre dizia que aconteça o que acontecer de ruim, sempre tem o lado bom da coisa. Independente de eu ser desastrada, eu sempre sorrir, sempre levava de boa, mas agora não sei o que está acontecendo. Queria ele aqui comigo.

-Onde está o lado bom? A espertona aqui se apaixonou, vó. – choro com lagrimas caindo, abraçada a almofada felpuda, sentindo o cheiro da solidão pela sala.

-Quer saber? Vou pra cama que eu ganho mais. – Falo já me levantando e indo fazer minhas higienes antes de dormir.

Acordo com meu despertador, sentindo o dia lindo entrar pela janela do meu quarto. Como? Se não tem energia para carregá-lo? Simples! Desliguei ele ao sair do serviço e só liguei quando levantei de madrugada pra fazer xixi, não queria correr o risco.

Me arrumo me achando a sabichona com esse truque do celular e fico pronta depois de dar uma conferida no espelho. Ouço batidas na porta e meu coração bate acelerado sabendo que é o Alex, ajeito meu rabo de cavalo e uma rápida passada de mãos pela blusa.

-Coração idiota! –falo baixinho antes de abrir a porta. Ele está de terno preto e os cabelos muito bem alinhados. Lindo como sempre!

-Ei, bom dia! – o cumprimento, com o coração quase saindo pela boca, me sentindo uma criança perto do ídolo.

-Bom dia! – fala se aproximando de mim bem devagarinho e levando suas mãos para o meu rosto, encostando seus lábios nos meus e me beija. Um beijo calmo, com carinho e ... saudade?

-Senti falta desse beijo. — Fala e me seguro para não parecer feliz demais. —Precisamos conversar, aceita jantar comigo hoje?

Pergunta olhando em meus olhos, como se neles escondessem algum segredo que precisa ser desvendado e eu não sei o que responder. Eu quero muito ir, mas tenho medo de só "piorar" o que sinto por ele.

-Aceito! – respondo ainda aflita e seja o que Deus quiser.

Fecho o apartamento com ele atrás de mim e saímos para o elevador, mas quando ele tenta pegar minha mão, eu tiro de forma sutil, fingindo mexer nos cabelos,  o fazendo abaixar a cabeça quando percebe que não quero o contato.

Entramos no carro e fomos mais calados do que conversando. Eu quero evitar mais aproximação do que já temos, estou muito envolvida e dependendo do que for falado nesse jantar, nós não iríamos mais ficar junto. Então é melhor evitar pra não me machucar mais.

O carro para em frente a empresa e levo minha mão a maçaneta da porta na intenção de sair do carro, mas sou puxada pelo braço. Sua mão direita vai de encontro a minha nuca, "forçando" que eu me aproxime dele e eu acabo me rendendo, sendo beijada de um jeito diferente. Como se no beijo, sentimentos estivessem envolvidos para um melhor desempenho.

Amando Um ExecutivoOnde histórias criam vida. Descubra agora