Capítulo 2- Carona

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-Hoje foi puxado, né? – Paty, a outra garçonete fala.

-Foi sim, meus pés estão pedindo arrego. - Respondo sentada no vestiário.

-Menina o que foi aquilo que aconteceu? – pergunta ja começando a rir alto.

-Fui levar uns drinks para um grupo de executivos da área VIP e advinha? Me desequilibrei e acabei caindo com bandeja e tudo no colo de um, levantei pedindo desculpas e ele dizia que eu podia continuar sentada. - conto e os detalhes e ela rir ainda mais, jogando a cabeça para trás.

-Não ri, Paty, você sabe que eu e o equilíbrio não andamos de mãos dadas. – Falo rindo junto com ela.

Fomos para o ponto de ônibus conversando, após nos despedir de todos e já eram 2:34h da manhã.  Ficamos 5 minutos conversando naquela imensa avenida, já não tão movimentada como mais cedo, até nossos ônibus chegarem. Após eu entrar em um e ela em outro, a viajem para casa demora apenas alguns minutinhos. Faço o percurso sentada, olhando pela janela suja com marcas de dedos e acabo descendo no ponto de sempre, que é uma quadra antes do meu prédio.

infelizmente, no ponto estão uns caras badernando, ao que parecem, bêbados. Tentando fazer a fodona, ignoro os caras que estão falando alto e rindo como hienas, mas eles insistem em me seguirem, chamando de gostosa.

-Vem cá, gostosa! Vamos brincar um pouco.

Um dos caras fala vindo ao meu lado, parecendo que acabou de enfiar o dedo na tomada, como se seus olhos fossem saltar de seu rosto. Decido ficar para conversar melhor com ele e explicar o jeito certo de tratar uma mocinha como eu. 

Só que não!!!

Começo a correr feito louca, sentindo meu coração correr na frente, me deixando para trás e percebo que também estão correndo atrás de mim.

-SENHORRRRR!!!

Grito para Deus vir e me ajudar, mas acho que ele deve está atendendo alguém, porque nada acontece. Sinto minhas pernas correrem mais que meu corpo e quase caio de cara no asfalto, mas me recomponho e como numa linda sincronização, corremos juntos rumo ao meu prédio.

Quando estou quase entrando no prédio, decido fazer aquelas burrices dos filmes de terror e diminuo o ritmo para olhar pra trás, mas vejo o mesmo homem correndo em minha direção disposto a me machucar. Volto a correr desesperada, mas na correria, acabo trombando em alguém. Com o impacto, acabo batendo a bunda e o cotovelo no chão, deixando um grito escapar pelo susto.

-Aaaahhh!!! Poxa Deus, por que não colocou um colchão me aparando? – falo olhando para o meu cotovelo que sangra um pouco e quando lembro do que estava correndo, olho rapidamente para trás, vendo o cara doido recuando. 

-Se machucou? – uma voz grossa, forte e aparentemente preocupado se faz presente em minha frente, chamando minha atenção.

Olho para cima e percebo que trombei com o mesmo Deus grego do elevador. 

-Nãao... imagina, só fiz isso pra saber se meu sangue era vermelho ou azul. – Respondo com ironia e ele me contempla com um sorriso de canto extremamente sedutor.

-Vem eu te ajudo. Do jeito que é desastrada, não chega viva em casa. – diz estendendo a mão e eu aceito.

Escuta aqui senhor, eu não sou desastrada! -Falo e ele ergue uma sobrancelha me questionando.

-Isso é teste de Deus. Ele quer saber se mereço o príncipe que vou ganhar um dia – falo sorrindo e ele me acompanha num lindo sorriso, da minha cara de pau.

Amando Um ExecutivoOnde histórias criam vida. Descubra agora