Capítulo 8 - Homenagem

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- Ei Vic, bom dia! Não se preocupe, realmente não curto atrasos, mas seu dia tem sido muito produtivo aqui. Relaxa! – fala como a calmaria em pessoa e sorrio satisfeita por não tê-la desapontado.

Passamos o dia trabalhando num projeto, que estava caminhando muito bem e só paramos para o almoço, as exigências do cliente são que seja alegre e enfatizando bem o produto.

- Está ótimo, só vou fazer a apresentação para o chefe e pronto. – ela fala toda animada.

- Obrigada por me deixar participar dessa conta, Angel, estou muito feliz! – a agradeço sentando em sua poltrona laranja.

- O quê? Eu que agradeço, sua imaginação é muito fértil e isso só vem a somar nesse ramo. –fala e me abraça contente, me fazendo comparar a mulher que conheci, com a de agora. Que diferença!

- Vou mostrar tudo para o presidente e depois esperamos pra ver se ele aprova. – fala pegando tudo o que precisa para ir até o chefe.

-Quem é o presidente da empresa? Nunca o vi por aqui. – faço a observação e ela sorrir de ladinho, com seus lábios carnudos e cobertos por um batom rosa.

- Ele não gosta muito das pessoas em cima dele, é bem reservado em relação a isso e acaba ficando em sua sala. –fala levantando e pegando sua bolsa.

Nos despedimos com beijinho no rosto e ela foi mostrar o projeto para o chefe. Hoje tenho trabalho na boate e não estou tão cansada fisicamente, mas em compensação, minha mente está esgotada. É um perigo juntar mente cansada, boate e a pessoa mais desastrada desse mundo.

Chego na boate, vendo que está fervendo de tanta gente, pois as tardes nas sextas são para menores de 18 anos e eles não perdem uma matinê.

-Ei, Anna, vou ao vestiário mudar de roupa e já volto. – falo mais alto que o normal, devido ao barulho da musica alta, ela faz joinha para mim e sigo rumo ao vestiário.

Troco de roupa rapidinho, vestindo o uniforme da casa. Short jeans e camiseta com o slogan da boate, voltando rápido para começar a atender. As horas se passam, servindo alguns petiscos e drinks sem álcool e apesar de alguns adolescentes se acharem "o" adulto, as 21:30 a musica acaba e ele precisam ir embora. 

Fomos para o vestiário nos trocar, enquanto uma limpeza rápida é feita na boate. Num cabide pendurado tem a roupa que trouxe de casa. Uma blusinha de alcinha toda em renda, colada ao corpo e uma saia lápis de couro com fenda na coxa. Geralmente vestimos o uniforme que usamos mais cedo, shortinho e camiseta, mas por causa do suor e acidentes com bebidas, somos liberadas pra usar o que quisermos nas sextas a noite.

Solto os cabelos, dando uma leve sacudida com os dedos para um bom volume e deixo só a franja presa para cima. Batom vermelhão pra fechar o look e como estava de salto agulha, peço a Paty para me emprestar sua botinha meia pata que é bem charmosa.

Saio do vestiário e já vou começar a atender as mesas, sou informada que hoje eu iria ficar nas VIPs, assim sigo para o segundo andar da boate.

Um grupo de homens, com algumas mulheres se esfregando neles, fez o pedido e fui até  o outro. Nesse, tinha uns caras de uns 30 anos em média, que fizeram os pedidos com direito a cantada e tentativa de passar a mão na bunda, que já cortei.

Quando vou descendo a escada com os pedidos anotados em meu bloquinho de papel amarelo, um pé desliza me fazendo descer dois degraus e deixando o outro pé em cima, ficando meio torta na escada.

-Oopa, cai não fofa!

Falo rindo, zoando a mim mesma por quase me espatifar lá embaixo. Sorte que eu estava segurando no corrimão, me recomponho rápido para que ninguém veja, mas tenho certeza que alguém presenciou esse mico.

Amando Um ExecutivoOnde histórias criam vida. Descubra agora