Capítulo 24 - A chegada do inimigo

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P.O.V. Percy

Quando vi aqueles elfos-deuses descendo montados em dragões, decidi que nunca mais reclamaria dos problemas da minha família: a família do tal Thomas dava de 10 a 0 na minha (e olha que sou filho de Poseidon, neto de Cronos e bisneto de Urano... sacou né?).

Segundo Annabeth, uns 80% dos cavaleiros de dragões vieram direto para nossa direção. "Porque?", eu perguntei. A resposta da deusa da morte não estava entre as opções que eu queria ouvir.

- Eles sentem nossa aura. Alguns devem ter lembrado do meu poder e querem vingança. Outros, querem destruir o Valheru que Thomas era, e há ainda os que querem destruir vocês pelo poder que corre em suas veias.

- Você já os enfrentou antes? Perguntei, querendo achar um jeito de vencê-los.

- Sim, há muito tempo. Meu pai criou cem deuses para cuidar de nosso mundo. Apenas vinte, eu entre eles, sobrevivemos, e só porque juntamos forças com deuses e seres de inúmeros mundos.

E lá se foi minha esperança de sair vivo dali.

- Thomas, não há nada que possamos fazer? Perguntou Pug.

- Podemos lutar, mas não há chance de vencermos.

Que bom que esse cara não tentou ganhar a vida com palestras motivacionais. Seria um fracasso.

- Existe uma opção.

Todos nós viramos para Kisha. Ela olhava para o céu, decidida.

- Podemos conjurar um feitiço para expulsar esses caras para a dimensão de onde vieram - disse, e se pareceu tanto com Sadie naquele momento que até me assustei. - Se nós, da Casa da Vida, nos unirmos aos outros magos presentes, conseguiremos.

- É perigoso - disse Carter, pensativo. - Se cometermos um erro sequer, podemos destruir este mundo.

- Sim - disse Rhianna, a garota dragão. - Essa realidade já é bem instável pelo ataque do inimigo, séculos atrás, e a imensa imigração que aconteceu de outros mundos.

O elfo amigo de Magnus que acordará a pouco, Heart, fez um monte de sinais para Magnus.

- Heart diz que pode ajudar. Estudou sobre isso com Odin.

- E não se esqueça de nós - disse Hazel, com Piper ao lado. - Somos as discípulas preferidas de Hecate.

- E de mim - disse Calipso.

Todos estavam tão decididos que me senti um mané, já que não sabia magia.

- Certo - disse Pug - então farei minha parte.

Fazendo vários gestos com as mãos, que para mim davam na mesma dos que Heart tinha feito, Pug recitou um feitiço e criou um clone dele mesmo (pelo menos acho que era isso, tipo os clones das sombras do Naruto). Eu e mais algumas pessoas ficamos pasmos, mas a galera da Magia não se impressionou. Depois de um tempo lembrei que Terminus usa uma magia parecida para criar seus clones irritantes de pedra.

- Então vamos fazer isso. Os Valherus gastaram todo o seu poder para desfazer sua prisão, então, estão tão fracos quanto semideuses do mundo de vocês, o que significa que teremos que atacar com todas as nossas forças. Meu clone irá ajudar os que não tem magia na batalha, ao lado de Thomas. Os magos, tratem de se unir e se apressar.

Os Valherus chegavam cada vez mais perto. Os magos se uniram e deram as mãos, formando um círculo. Carter Jr., Rhianna, Kisha, Nara, Piper, Hazel, Calipso, Emily, Heart e Pug. Antes que começassem, o garoto que salvamos, Hector, saiu amaparado por um dos guardas de Mara.

- Ele disse que pressentiu que seria útil aqui - explicou o guarda.

Ele deu a mão esquerda para Pug, que o olhou franzindo as sombrancelhas, mas voltou a se concentrar logo em seguida.

Destampei Contracorrente e olhei para Jason.

- Hei, Jason, lembra da batalha contra os romanos?

Os olhos dele brilharam quando lançou sua moeda de ouro pra cima e pegou, logo em seguida, seu gládio dourado. Cruzamos as espadas acima de nossas cabeças, e juntos, demos um grito como fizemos naquele dia.

- HAAAA!

Uma imensa tempestade foi de encontro aos inimigos, atrasando-os. Senti um puxão na barriga e liberei outro grito, fazendo surgir um lençol subterrâneo, o que dificultou mais ainda para os Valherus.

- Hei, isso não é justo - disse Léo, segurando seus martelos de guerra flamejantes. - Porque os astros sempre ficam com a parte boa?

Eu queria mandar ele calar a boca, mas estava muito concentrado pra isso. Isso foi bom, porque Pug, o clone, teve uma ideia melhor.

- Concordo com este elfo. Venham, unam sua armas às de Percy e Jason.

Foi estranho, e a princípio não mudou nada, mas eles fizeram o que Pug disse. Annabeth, Léo, Franck, Nico,  Magnus, Paelen e Joel uniram suas armas às nossas. Pégasus raspava o chão com suas patas, impaciente por não ter arma, acho eu.

Então, Pug clone ergueu as mãos em nossa direção e gritou um comando.

- Inyunyana!

Foi aí que as coisas ficaram interessantes. Bolas negras de fogo, raios, ondas de energia e outros coisas doidas começaram a cair sobre os Valherus. Muitos caíram dos dragões, outros caiam com os dragões.

Então, vimos tsuranis correndo ao encontro dos que estavam em terra com armas em punho, berrando coisas que eu não entendia (já que a magia de tradução de Pug só funcionava dentro do território da Mara). Vários Cho-jas e um tipo de centauro estranho também foram para a luta.

Frank perguntou se podia se ausentar, o quando Pug clone disse que sim, transformou-se em um dragão e voou em direção à batalha, seguido por Pégasus, Tempestade, Arion (que só era identificado por um raio correndo e acertando inimigos) e Srta. O'lery.

- Está dando certo - gritou Léo. - Estamos ganhando!

E então, só para confirmar que nunca devemos dizer que algo não pode piorar, um portal negro se abriu no extremo horizonte. E de lá, surgiu o exército de Caos. Gigantes, Titãs, deuses, ciclopes, harpias, cães infernais, centauros, e milhares de  monstros e seres que nunca ouvi falar atravessavam para nós destruir.

Nesse momento, o cansaço nos venceu, e o feitiço acabou. Nos olhamos desesperados. A mundos de distância de casa e sem nenhuma ajuda real.

O legado dos deuses - Os Heróis do Olimpo, Crônicas dos Kane, Magnus ChaseOnde histórias criam vida. Descubra agora