Capitulo 8 - O retorno

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P.O.V Nico

- Não, eu não gosto de falar com as pessoas. Nem de resgatar pessoas. Prefiro ficar o mais longe possível de todos, mas aquele idiota do Percy tinha que sumir, então, me mandaram no lugar dele.

Assim que eu disse isso uma flecha acertou a parede atrás de mim, dois centímetros acima da minha cabeça. Eu praguejei em grego antigo e apontei minha espada para o maldito centauro que liderava aquele esquadrão. Um raio negro foi disparado e o monstro idiota foi reduzido a cinzas.

O problema é que ele era um de vinte, e estávamos em cinco apenas. Hazel, Frank e eu fomos enviados para proteger Hecate, assim que o ataque começou. Não era preciso lembrar, mas Quiron fez questão de não deixar passar que, caso Hecate fosse capturada e sacrificada, coisas muito ruins aconteceriam.

- Eu sei Nico - disse Hazel se abaixando e dando uma estocada em uma dracaenae -, mas até expulsarmos esses monstros dos arredores do Olimpo, você não pode se esconder de suas obrigações.

- Maldito seja Caos, tudo isso é culpa dele.

- Sim é - disse Frank, disparando uma flecha atrás da outra. Ele era tão bom quanto os filhos de Apolo. - E, ao menos que os reforços cheguem, vamos ficar encrencados aqui.

- Não temas Frank Zhang - disse Hecate -, a coragem de vocês será reconhecida.

Zoe rolou os olhos e disparou três flechas ao mesmo tempo. Ela foi designada como guardiã interina da deusa da Magia, e não estava gostando nem um pouco. Ouso dizer que estava chegando no ponto em que teríamos que proteger Hecate de sua guardiã.

Não posso culpá-la. Hecate era um saco, com seus papos de encruzilhadas, névoa e ver o que os outros querem ver, blá blá.

Se não fosse por meu pai, eu nunca teria aceitado essa missão idiota. Para começar, se não fosse por ele eu nunca teria aceitado a imortalidade. Faziam trinta anos que eu era imortal, e o que isso melhorou minha vida?

Quase nada. Rompi meu lance com o Will Solace, me mudei para o reino de Hades e virei seu braço direito. Pelo menos podia visitar Bianca, e torturar o guardião dos Elísios que me disse que ela reencarnou porque estava a fim dela.

No meio de tanto pensamento voado descobri que aquela batalha tinha acabado. Por todo lado víamos pó dourado levado pelo vento. Mas eles voltariam. Fazia dois dias que os ataques começaram, e eles sempre voltavam.

- Bem - disse Frank -, acho que agora podemos voltar...

As palavras morreram na boca dele. Todos sentimos ao mesmo tempo, uma aura terrivelmente poderosa, ancestral, malévola. Olhamos para o norte e ele vinha tranquilamente em nossa direção.

- Mas quem... Começou a dizer Zoe, que foi cortada por Hecate.

- Chronos.

- Cronos? O Titã?

- Não. Não o Titã. O primordial.

Travamos. Sabíamos que não adiantava correr. Um primordial era poderoso o suficiente para nós alcançar em um piscar de olhos. E esse primordial em especial, Deus do tempo... Bem, deveria deixar o Titã Cronos no chinelo.

Ele chegou a dez metros de nós. Contra todo o bom senso, ele usava uma camisa azul de seda, calça jeans preta e sapatos beje. Como se não estivesse no meio de uma batalha. Isso me assustou mais ainda. Seus olhos eram um caleidoscópio de cores, e era difícil olhar para eles. Seus cabelos brancos estendiam-se até a cintura, presos em um rabo de cavalo.

Chronos abriu os braços como se quisesse um abraço em grupo.

- Meus sobrinhos queridos - disse com uma voz profunda e suave. - Fico feliz em conhecer vocês.

O legado dos deuses - Os Heróis do Olimpo, Crônicas dos Kane, Magnus ChaseOnde histórias criam vida. Descubra agora