O legado dos deuses - Os Heróis do Olimpo, Crônicas dos Kane, Magnus Chase

Capítulo 3 - A outra face do Olimpo

P.O.V. Emily

Eu moro no Olimpo, o mundo dos seres conhecidos como deuses gregos ou romanos. No meu caso, romanos. Porque? Bem, porque descobri que eles são realmente os seres que os romanos diziam cultuar. Seus nomes não são Zeus, Poseidon e Hades, mas sim, Júpiter, Netuno e Plutão. Mas isso até hoje cedo. Depois que ouvi a conversa de Júpiter e Juno, vi que a realidade era bem maior do que eu imaginava.

Eu passeava pelo jardim do palácio de Zeus, que era onde meu quarto ficava. Era um dos poucos momentos em que eu estava sozinha, se Paelen ou Joel. Nem Pegasus estava comigo, pois tinha ido até o castelo do pai dele, Netuno, visitá-lo. Foi então que ouvi vozes familiares próximas a mim. Eu não ligaria, pois o jardim é um labirinto imenso e todos podiam passear por ali. Mas parei quando ouvi meu nome.

- Exato - dizia a voz, que agora reconheci como a de Júpiter. - Emily não pode descobrir, senão tentará se envolver.

- Mas querido - disse a outra voz, que pertencia a Juno. - Eles são nossos parentes. Se estão em apuros...

- Não, querida. Eles deram às costas ao nosso juramento de não usar os seres da Terra para seus próprios fins...

- Mas nos também influenciamos os terráqueos, principalmente os romanos - defendeu Juno. - Sua cultura, seus mitos, como lidar com agricultura, política... Tivemos vital importância no desenvolvimento deles como nação.

- E para que? Bradou Zeus - Para eles misturarem nossas vidas com os atos abomináveis dos filhos de Cronos. Atribuíram os feitos deles a nós, querida. Acreditaram que eu a traí, que nossos filhos... Apolo, Diana, Marte, Mercúrio... Acham que eles não são frutos do nosso amor, e sim de casos que tive por aí!

Um momento de silêncio. Eu não entendia 40% do que eles diziam e não acreditava em outros 60%. As versões gregas dos Olímpicos era real? Existiam parentes dos Olímpicos que se chamavam Zeus, Atena e Artemis, e eram responsáveis por todos aqueles mitos estranhos que Júpiter alegou serem invenção?

- Seja como for - disse Júpiter se distanciando -, não iremos nos meter nisso a não ser que seja absolutamente necessário...

Fico em silêncio durante um tempo. Em seguida, sigo para o centro do jardim, onde sei que os meus amigos me esperam. Assim que chego, sou recebida com um relincho feliz de Pégasus.

- Demorou para chegar, Em - disse ele. Demorou bastante para eu aprender a ouvi-lo.

- Desculpe Pegs - disse abraçando-o. Olhei então para Paelen e Joel, ambos com túnicas brancas, a última (e única) moda Olímpica. Bem, tirando aqueles que andam praticamente pelados, como a esfinge Alex, mas isso é outra história.

- Ih... Quando você fica com esse olhar significa encrenca - disse Paelen.

- Sim - concordou Joel. - Encrenca na Terra, para ser exato. Vamos lá Em, fale o que aconteceu.

Olhei para eles e contei tudo o que tinha ouvido de Júpiter. Quando terminei, Paelen suspirou.

- Agora que vencemos os Titãs, pensei que teríamos um tempo de paz.

- Não reclame Paelen - repreendeu Joel. - Até hoje temos salvo o Olimpo e a Terra graças à liderança de Emily. Faz vinte anos que não voltamos na Terra. Seja lá o que for esse lance de parentes dos Olímpicos, precisamos saber o que é.

- Isso significa mesmo que que estou pensando, Em? Perguntou Pégasus.

- Sim, Pegs - eu disse. - Vamos para a Terra.

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P.O.V. Percy

A iminência de um ataque pairou sobre o Olimpo durante sete dias. Um ataque que nunca chegava, e deixava deuses, semideuses, criaturas místicas e todos os aliados do Olimpo com os nervos a flor da pele.