Capítulo 19 - A alvorada dos deuses

402 23 3
                                    

P.O.V Percy

Se existe um lugar mais quente que Tsuranuanni, eu não quero ser apresentado. Cara, sério... Esse mundo é mais quente que o Hades (o lugar, não o deus; credo).

Pensando bem, nos últimos dias passamos por diversos lugares com climas totalmente opostos. Em Xanandu, era um clima ameno, tropical. Você não sentia calor, nem frio.

Em Hellheim, era um frio descomunal, meio sobrenatural. Não era normal aquilo, causava uma sensação horrível.

Quado atravessamos o portal que a deusa Hell disse que nos levaria a Nico (depois de Emily ter destruído metade do palácio dela com seu fogo mágico, e libertado o resto do pessoal), chegamos naquele mundo estranho, onde não se sentia nada. Até agora não sei onde era aquilo, mas com certeza não está na minha lista de dez lugares para viajar com Annabeth.

Agora aqui, na terra dos Tsurani... Parecia uma tarde de verão no Texas, o tempo todo. E aquela caverna húmida e quente... E fedida. Aqueles Cho-ja, pareciam uma mistura de formiga, cavalo e nascidos da terra. E como fediam, pelas barbas de Poseidon.

Graças aos deuses Hazel estava conosco, e conseguiu usar a névoa a nosso favor, enganando as criaturas. Arrastamos Nico e Hector para fora, para sermos recebidos por centenas de guerreiros Tsurani, que gritavam em uma língua que não entendíamos ameaçando nos atacar.

Foi pura sorte o mago deles, Pug, estar presente na casa da anfitriã, a Mara. Descobrimos que nossas línguas eram parecidas, e conseguimos estabelecer uma conversa. Annabeth e Jason se encarregaram de explicar o que estava acontecendo e como fomos parar ali.

Enquanto isso, Mara deu ordens a seus servos para cuidarem de Hector, que nem sabíamos de onde tinha saído, e de Nico. Emily foi junto para ajudar com seus poderes, e Reyna os acompanhou. Os meninos da Casa da Vida se reuniram com a menina dragão, Hazel e Piper, porque estavam trabalhando em algo para quando voltássemos para a batalha. Magnus e seus amigos (o elfo, o anão e a valquíria) falavam sobre armas com Frank e Léo. Mara e Calipso conversavam, sobre as plantas eu acho (algumas coisas nunca mudavam), então sobrei, ficando com Joel, Paelen e, bem, Pégasus.

Estávamos sentados nas sombras do jardim, onde um homem trabalhava, calmamente, podando plantas e regando flores, essas coisas. Não havia muito sobre o que falarmos, mas Joel dava um jeito. Ele falava das diferenças entre as mitologias gregas e romanas, e de como elas nada tem a ver com a realidade do Olimpo deles.

Tenho que concordar, não sei se Tison gostaria de fazer amizade com Alexis, nem como minha mãe se sentiria se encontrasse o Minotauro deles na mesa de jantar, nas dava certo com eles. Não existiam bons e maus, eram uma família. E isso me incomodava um pouco.

Talvez tenha sido algo que Paelen disse quando contei como descobri que era um semideus.

- Isso é ridículo - ele dissera. - Se o Minotauro é filho de um um filho de outro Olimpiano, vocês são primos, são família. Um tio de vocês não pode mandar alguém da família para matar outro parente. É errado.

Nunca tinha pensado muito nisso. Para eles, o conceito de divindade é diferente, mas será que é mesmo? Eu, quando era mortal, enfrentei deuses, monstros, titãs e Gigantes, e venci todos (bem, a maioria). E somos todos ligados por laço de sangue. Por que temos que lutar? Porque é necessário existir dois lados? Porque não há o perdão no Olimpo?

É, eu sei... to andando muito com Jason.

Enfim, estávamos ali, curtindo os resmungos de Paelen sobre família e dever, e unidade e etc, quando Emily chegou. Ela pediu para falar comigo em particular, e os outros levantaram e se foram, resmungando que iam ver o treinamento dos guerreiros Tsurani.

O legado dos deuses - Os Heróis do Olimpo, Crônicas dos Kane, Magnus ChaseOnde histórias criam vida. Descubra agora