Capítulo 23 - O inimigo

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P.O.V Nico

Por favor, a próxima vez que eu aceitar viajar com um mago de uma versão alternativa da terra e um filho de Júpiter, alguém me atire de cara no estige.

Poderia até dizer que tudo começou bem, mas não começou. Assim que Jason contou aos outros os meus planos, Hazel e Frank vieram falar comigo.

- Nico! O que você tem na cabeça? Viajar nas sombras em um planeta hostil, do qual você nada sabe e...

E foi um belo sermão, que já seria ruim o bastante se Frank não estivesse ali. A nova versão Hulk Esmaga dele não era nem um pouco amigável. Sei que Hazel acha que ele tem medo de mim, mas francamente... Nunca falarei isso em voz alta, mas um soco desse cara acaba comigo rapidinho.

E o mago Pug, o "todo poderoso", que os Tsurani chamam de Pug, escutou as três primeiras frases da Hazel, e assim que ela tomou fôlego, vazou, dizendo que iria "cuidar dos preparativos da viagem". Quanta coragem..

Tive que deixar minha irmã falar até cansar, para garantir para ela que seria cuidadoso, e teria ao meu lado o melhor lutador de Nova Roma (apesar de Frank ter resmungando quando disse isso) e o mago mais poderoso daquele universo (deixei de lado que o calcanhar de Aquiles dele era "irmãs descontroladas em fúria", talvez não ajudasse com o título de mago mais poderoso e tals).

Quando todos estavam juntos na entrada da casa, para a despedida, o ar tremulou, uns vinte metros de onde estávamos. De lá, saiu o ser mais estranho que já tinha visto, e olha que morei no Hades com meu pai, Hades (é, sei. Já disse pra ele nomear o reino dele diferente, mas ele acha que isso torna seu legado mais sublime. Não tente entender, não rola).

O cara vestia uma armadura dourada, que o cobria dos pés à cabeça. Vários detalhes púrpura e prateados se destacavam nas peças que compunham o magnífico trabalho, que deixou Léo pirado (deu para ver porque as mãos dele não paravam de mexer em porcas e parafusos). Ele era forte, musculoso, e tinha uma aura ancestral e poderosa, apesar de aparentar seus vinte anos. Suas orelhas eram pontudas, como as do Léo, mas ele não parecia um filhote louco de elfo, pelo contrário. Dava para ver que era um ser de grande poder.

Então, todos nós fizemos o que semideuses sempre fazem quando algo assim acontece: sacamos as armas e nos preparamos para a luta. Oito semideuses greco-romanos imortais, uma Titã do bem com o poder de comandar mordomos fantasmas, uma xan (tipo deusa adolescente), uma menina que vira dragão (não me pergunte, não saquei direito isso ainda), três magos adolescentes que canalizam deuses egípcios (nem isso cara, por favor), um cavalo alado que fala, um deus romano, um menino com braço de ouro (piorou...) e um cara que resgatamos de um mundo de água preta (quer saber, melhor não perguntar nada).

Ah, sim! Tínhamos também um anão, um elfo (que se ajoelhou pro cara, sei lá porque), um semideus asgardiano com uma espada falante que se movia sozinha, e um mago que parecia ser indestrutível, a não ser que o perigo fosse outro sermão da Hazel. E foi graças a ele que não atacamos o visitante (e, pelo que percebi da criatura, não morremos de uma morte bem dolorosa).

- Parem!

Todos olhamos para o mago, que caminhou tranquilamente até o recém chegado. Eles se abraçaram como velhos amigos.

- Pug, o que você anda fazendo? Recrutando crianças para me atacar?

- Thomas! A quanto tempo!

Eles conversaram durante alguns minutos, deixando-nos de lado.

- Sou só eu, ou esse elfo aqui tá idolatrando aquele elfo bombado? Perguntou o Léo.

Por mais que eu não gostasse de  concordar com ele, Léo estava certo: aquela era uma situação ridícula, pois enquanto o mago e o... Elfo bombado, o tal de Thomas, conversavam, o elfo que veio com Magnus continuava ajoelhado e tremendo. Magnus tentava de tudo para ergue-lo, até ameaçou mandar a espada dele (que falava e se movia sozinha) espetar o traseiro do elfo, mas nada disso resolveu.

O legado dos deuses - Os Heróis do Olimpo, Crônicas dos Kane, Magnus ChaseOnde histórias criam vida. Descubra agora