Capítulo 46 - O começo do fim de tudo

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P.O.V. Magnus

Quando Percy voltou acompanhado de um escorpião gigante, eu soube que a coisa ia ficar preta. Ele chegou ao meio de uma reunião do Conselho Divino, quebrando todo e qualquer protocolo que podia existir. Annabeth também não ajudou quando saiu voando (literalmente) ao encontro dele e chorando de alívio.

Só depois notamos os escorpião. Armas foram sacadas e ataques preparados. Foi graças a Percy que não atacamos.

- Parem, não ataquem!
- Você está doido Jackson? Perguntou Jason. - Isto é um monstro gigante.
- Eu não sou um monstro - disse o escorpião. - Sou um deus primordial. Sou Érebo, filho de Khong.

Nico arfou.

- Érebo? Tipo o Érebo com o qual o mundo inferior foi feito?

O monstro/escorpião/material de construção para reinos infernais soltou uns guinchos estranhos. Demorou para que eu entendesse que ele estava rindo (se você nunca viu um escorpião gigante rindo, aconselho que não o faça, pois embrulha o estomago). Então, do nada ele brilhou quase insuportavelmente (e olha eu herdei o domínio sobre os raios do Thor). Quando a luz acabou, um homem estava parado no lugar do escorpião. E continuava rindo, mas agora parecia mais uma hiena com a garganta rachada.

Ele vestia apenas um manto escuro, e se fosse humano, diriam que ele era pardo (que foi? Eu sempre fui um garoto de rua instruído). Era careca, com argolas enormes enfiados nas orelhas. O cara era muito esquisito – e eu já andei muito pelos nove reinos e outros mais por aí, então posso afirmar que ele era sim, bem esquisito.

- Sim, Nico filho de Hades, eu sou aquele Érebo - então ele colocou a mão no queixo, pensativo. - Se bem que pertenço à outra realidade, então não sei se posso ser esse mesmo, mas talvez sim, já que me fundi com o Érebo de sua dimensão e...

- Por favor - disse Sadie. - Alguém faz ele calar a boca.

Saúde estava certa. Pelas barbas de Odin, que cara chato. Se tinha um tipo de pessoa que eu me esforçava para ficar longe eram pessoas que gostavam de explicar tudo detalhadamente e nunca chegavam naquilo que queríamos saber.

- Querido – disse Annabeth para Percy -, por que trouxe este... Convidado com você?

Percy parecia convicto e não pareceu se incomodar com o tom usado pela minha prima. Na verdade, essa parecia a única coisa diferente nele desde que se tornou um deus maior.

- Lorde Khong insistiu que o filho estivesse presente para acompanhar os eventos e aconselhar quando necessário.

A menção do nome Khong fez com que todos lembrassem o porquê de Percy sair em peregrinação para outra realidade.

- O que o deus ancestral disse Percy? Perguntei, expressando a dúvida de todos os presentes.

Percy se afastou delicadamente do abraço de Annabeth e olhou todos os Novos Deuses que estavam presentes. Apenas os Carters estavam ausentes, ajudando na reconstrução do Novo Olimpo.

- Lorde Khong deixou bem claro que a intenção de Isfet em decidir tudo em uma luta justa dele contra o campeão de Maat – no caso, eu – é uma artimanha para nos destruir. Suas forças atacarão com força total assim que a luta começar e todos estiverem com a atenção focada em nós dois.

Eu já tinha pensado nisso, mas ouvir que o irmão do cara tinha certeza que ele faria isso foi tenso. Era uma confirmação que eu não queria receber.

- Então cancelaremos a luta e partiremos para o ataque? Quis saber Jason.

- Não – respondeu Percy. – Lorde Khong tem um plano. É arriscado e pode destruir as duas realidades, a nossa e a deles, mas creio que é nossa única saída. Na verdade, não é nada diferente do que temos feito desde que essa guerra maluca começou.

- Mas essa é a primeira vez que nossas ações podem destruir não só nossas vidas, ou nosso planeta. Estamos falando de duas realidades – disse Hazel. – São o que, trilhões de pessoas?

O legado dos deuses - Os Heróis do Olimpo, Crônicas dos Kane, Magnus ChaseOnde histórias criam vida. Descubra agora