Capítulo 56 - Ajuda Canina

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P.O.V. Calipso

Eu ia matar o Léo. Depois aproveitaria que ele agora é imortal e o mataria novamente. E novamente, até o fim dos tempos.

Eu me atrevo a enfrentar forças primais da natureza, como Surtur e Utgard-Loki para salvá-lo daquela piolhenta da Quione e ele simplesmente tem que ir pra outro lugar?

Certo, tudo bem... eles iam meio que salvar o universo e blá, blá, blá. Tudo culpa desse idiota do Isfet e essa obsessão em destruir e conquistar. Por que, em nome de Zeus, os primórdios, titans e gigantes tinham essa maldita doença de conquista? Se meu pai não tivesse incitado Cronos na guerra contra o Olimpo, eu não teria ficado presa naquela ilha ridícula por todo aquele tempo, só pra começar.

- Moça - disse Calais bloqueando um ataque de um gigante hiperbóreo que me pegaria de surpresa -, sei que minha beleza cativa o coração das donzelas, mas você namora Lorde Léo. Infelizmente não podemos ficar juntos.

Eu fiquei sem reação. Aquele mosqueteiro cirrozento com senso de moda da era de Urano disse que eu estava encantada por ele?

Antes que eu apresentasse aquela cara cheia de espinhas para minha maça, o irmão dele, Zetes eu acho, me empurrou.

- Chão. Flecha! Irmã! Má!

E nem bem ele terminou de falar uma flecha de gelo atravessou seu peito.

- Zetes seu idiota - reclamou Quiobe. - A flecha não era para você, estupido.

- Não - gritou Boreas.

Calais veio voando e segurou seu irmão. Tentei usar minha magia, mas tudo que consegui foi aliviar a dor dele. Sangue saia por sua boca, e sua camiseta branca ficava mais vermelha a cada segundo que passava.

- Irmão...

- To aqui maninho, eu to aqui!

- Preto... tudo preto...

Então uma sombra se ergueu sobre nós.

Meu pai e meus tios estavam lutando com Surtur e Utgard-Loki, então aquele só podia ser...

- Destrua-os Ymir - berrou Quione.

O punho do gigante desceu mais rápido do que poderíamos reagir. Seríamos destruídos. Mas fomos salvos pelos cachorros.

Três cães bem grandes, só tamanho de cavalos, pularam na mão de Ymir.

- Picolé de fogo malvado - gritou um deles.

- Não vai machucar a menina deusa - gritou outro. Outra na verdade, tenho certeza de que era fêmea.

- Ah! Sai daqui picolé de lava! - gritou a terceira, que também era fêmea.

- Bem, bem - disse uma voz perto de nós -, as feras canídeas vão dar um jeito no grandão ali.

Olhei e vi um sátiro com chifres enormes. Mas ele era diferente. Usava uma armadura de bronze e duas adagas nas mãos. Uma corrente dourada estava pendurada no seu pescoço.

- Você está com aqueles cães? - Perguntei.

- Sim milady - ele respondeu com uma reverência. - Mas antes de mais nada, deixe eu cuidar de nosso amigo aqui.

Ele se abaixou e rasgou a camiseta de Zetes, revelando seu peito sujo de sangue. Tirou uma bolsinha não sei de onde e começou a pegar coisas. Zetes já não falava. Eu fiquei dividida entre ajudar o sátiro e ir salvar os cães que nos salvaram.

- Não esquenta com os caninos, milady. Eles trouxeram a tribo toda.

- O que você...

- Ah!!!

Olhei a tempo de ver um dos cães, que o sátiro chamou de fera canídea, morder Quione. Definitivamente ele a rasgou ao meio. Não foi bonito de se ver. Olhei além e vi centenas de cães... bem, eles estavam comendo Ymir.

- Saiam! Saiam!

- Eles estão acostumados a lutar contra gigantes, milady.

Olhei para o lado e vi um homem muito musculoso, com uma armadura prateada. Ele segurava uma capacete com chifres de touro.

- Quem são vocês afinal? - Perguntei.

Mas não obtive minha resposta imediatamente, porque Calais soltou um berro de felicidade. Zetes estava sentado, muito vivo, obrigado, sem nenhum ferimento no corpo.

- Mas como...

- Baphomet é um mago necromante, milady Calipso - disse o homem. - Seus talentos para curas impossíveis é conhecido em todos os reinos de Etherion.

Olhei para ele com atenção.

- Etherion... vocês são do reino de Alana?

- Em nossa realidade, moramos na terra - disse o sátiro Baphomet, guardando suas coisas. - Mas todos nós (os descendentes, Aldebaran e os outros membros do CTPE, e os feéricos da Floresta Geia) juramos lealdade às princesas Alana, Briana e Lóren, de Isikhathi, po Reino do Tempo de Etherion.

Assenti com a cabeça.

- Muito obrigado pela ajuda de vocês, especialmente você, Baphomet, por salvar Zetes.

- Sim - disse Boreas chegando com seus irmãos -, a casa de Vorras tem uma dívida de sangue para com seu povo, sátiro.

Baphomet se curvou para Boreas.

- É uma honra, majestade.

Franzi a sobrancelha. O cara de armadura pareceu desconfortável. Talvez fosse bom conversar com Boreas e os membros do Conselho mais tarde.

As feras canídeas voltaram, e estavam muito felizes. E de barriga cheia.
Mas antes que pudessem dizer algo, eles pararam olharam para o sul. Um deles veio perto de nós.

- Baphomet, Shoiu está voltando com um monte de gente deus.

O homem de armadura se adiantou.

- Eles conseguiram, Pingo?

Pingo, a enorme fera canídea que percebi ser um filhote, perto dos outros que tinham tamanho de elefantes, confirmou com a cabeça.

- Sim Aldebaran. As gentes deus tem cheiro de morte e fósforo queimando.

- O que isso quer dizer? Estranhei.

Outro dos animais, que percebi ser uma das feras que nos salvaram de Ymir junto com Pingo, chegou falando.

- Os mestres do caixão menina deusa bonita.

Comecei a entender e a sorrir.

- Deuses da morte? - Perguntei.

- Isso - disse a outra que chegou abanando o rabo. - A Pipoca é certa. Mestres do caixao vem com os palitos de fósforo, como Pingo disse.

Aldebaran parecia envergonhado e divertido ao mesmo tempo.

- Hum... o que Pingo, Pipoca e Bolota querem dizer, milady, é que enquanto vínhamos ajudá-los o resto dos descendentes e do CTPE foi ajudar os deuses da morte e da guerra.

Olhei para multidão que se aproximava, correndo e voando. Pude sentir Ares, Hades, Belona e outros conhecidos.

- E agora, qual é seu plano, Aldebaran? - Questionei.

Ele olhou para o Oeste.

- Vamos levá-los até o castelo de Isfet. Os outros grupos que se separaram já devem estar chegando lá.

- E você tem uma maneira mais rápida de fazer isso? - Perguntou Boreas.

- Sim, milorde. Não a melhor maneira, mas a mais rápida.

Para mim não importava. Eu só queria acabar com aquele castelo de uma vez por todas e encontrar Léo. E depois de matá-lo algumas vezes, acho que seria uma boa pensar em nos casarmos.

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Fala pessoas, tudo certo?

Os personagens desconhecidos desse cap (Baphomet, Aldebaran as feras canídeas e a galera do CTPE) também são do meu livro "A Filha do Tempo", que você encontrará no meu perfil, caso tenha interesse.

Um abraço e até o próximo cap!

O legado dos deuses - Os Heróis do Olimpo, Crônicas dos Kane, Magnus ChaseOnde histórias criam vida. Descubra agora