Ato V - As correntes do passado.

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Kay

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Kay...

As unhas do albino arranhavam o chão, o som de correntes era nítido naquele espaço vago e escuro. Enxergava pouco, a única luz que vinha era de um pequeno buraco na parede de pedra, e sabia que era dia pelo sol.

Fitava fixamente o chão, as unhas ainda riscavam o solo, sua boca balbuciava o nome do amante. Tremia... Estava com medo.

A porta do local foi aberta, e o pavor o dominou mais. Começou a arranhar mais o chão. Parou, levantou o olhar lentamente, todavia, não tardou ao ser atingido na face por um chute.

- Esta com medo Aley? - A voz de seu pai soava.

Era atingido novamente.

- Não adianta chamar por ele! Ele nunca o salvará.

Mais um chute.

- Aley... Vamos Aley. - Fora Atingido novamente com mais força. - Chame por ele!

O Kitsune fechou os olhos desistindo.

Kay-lon...

- Kaylon! - Berrou se levantando.

Com a respiração ofegante, sua boca permaneceu aberta enquanto seu peito subia e descia. Seu coração pulsava rapidamente, e seu corpo tremia... Tremia como naquele pesadelo, naquelas memórias.

- Aley? - A voz do vampiro o chamando o acalmou.

Levantou a cabeça vendo-o parado diante de uma mesa cheia de papeis e dois livros. Ele vestia apenas um hobby fino, até demais, aberto. Faltava pouco para o laço mau feito se soltar totalmente.

Seus olhos vermelhos analisavam o albino com preocupação, nunca tinha visto Aley ter um pesadelo que o fizesse gritar, ainda mais seu nome. Largou os papéis, afastando-se, e caminhou delicadamente até a cama vendo Aley esconder a face.

Aley tinha ficado no quarto do vampiro para cuidar dele e obrigá-lo a dormir, mas fora ele quem acabara pegando no sono, era claro, antes de uma noite quente e saudosa. Esse era um dos motivos de Kaylon ainda estar nu debaixo do Hobby e Aley desprotegido de qualquer roupa, sentado na cama.

Seus dedos gelados tocaram na face do outro que ainda não reagia, sem querer fitar o vampiro.

- O que aconteceu?

Ele balançou a cabeça.

Respirou fundo tocando novamente em seu pulso, acalmou-se analisando sua pele sem marcas. Sua cabeça ainda girava, porém, sossegou-se com a presença do amante perto de si. Ergueu a cabeça analisando aquelas orbitas vermelhas.

Não queria falar de seu pesadelo, daquelas memórias passadas. Queria esquecê-las... Tinha escapado, estava novamente com Kaylon, por que não podia esquecê-las e respirar calmamente?

O Amante do Rei [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora