Fim do primeiro período, saí da sala mas minha mente ainda estava lá. Eu não vi mais a misteriosa Amélia.
Fui no banheiro com a desculpa de que ia só me arrumar, lavar o rosto. Mas na verdade eu ia ver se ela estava lá, e estava.
Quando entrei ouvi um grito abafado, segui assustada e a vi. Ela estava com o rosto enfiado no casaco e estava vermelha, seu cabelo também parecia triste, seus cachos não tinham mais o brilho e o volume que a diferenciava na multidão.
Peguei suas coisas e levei pra ela, que me agradeceu e perguntou sobre seu celular, se haviam chegado mensagens enquanto ela estava fora.
Eu não queria falar nada por medo de deixar ela pior, mas ela percebeu que eu estava demorando e deduziu:
- Ele me mandou mensagem né ? - disse ela com um desapontamento perceptível.
- Sim, quer conversar sobre isso ? - perguntei tentando ajudar. Eu nunca mais havia me importado tanto com ajudar os outros.
- Vamos almoçar, te conto no caminho, você parece uma boa pessoa, obrigada por se importar.
Fiquei feliz em ajudar, aquilo me acendeu uma luz por dentro e percebi que deveria fazer isso mais vezes, quem sabe eu não deixaria minhas inseguranças de lado?
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