Tudo de novo, cinco horas da manhã, mesmo toque, mesmo som ao acordar, tudo igual, aparentemente. Menos meu interior.
Eu me sentia mais feliz, queria mesmo levantar e ir pra faculdade, talvez esbarrar de novo no Antônio, conversar com Amélia...
Espera, aquela não era eu, eu mal os conhecia e já estava cheia de tantas expectativas em cada um. Talvez tanto tempo sozinha tenha me feito mal.
Me arrumei e desci comer algo. Quando estava saindo de casa, enquanto checava a minha bolsa à procura das minhas chaves, dei de cara com Hugo, o cara que mora nos fundos, lhe dei um bom dia e ele abriu um sorriso de surpresa. Seus cachos lhe caíam tão bem.
Hugo parecia tímido, raramente respondia um bom dia, quando dizia era em voz baixa, mas sempre abria um sorriso lindo. Sorriso que valia pelo "bom dia".
Segui todo o caminho na esperança de trombar com Antônio, na verdade isso aconteceu e eu fiquei realmente feliz por isso. Ele me deu uma carona e fomos até a faculdade.
No carro ele falava da sua vida, ele parecia ouvir o que eu falava e isso me encantava, ele falou sobre como queria viver no futuro, sobre suas aspirações e isso me motivava. Ele era sempre tão simpático com todo mundo que, eu queria me tornar como ele, ele fazia parecer fácil e me provava que dava certo.. . .
Aquele dia foi sobre ela, a menina que eu ainda não sei o nome, a menina que deixou ontem ser sobre mim. Ela me contou que foi numa festa e que acha que está gostando de um cara diferente.
- Ah, ele é tão simpático com todo mundo - Ela repetia, o tempo todo.
Eu poderia ter me cansado de tudo aquilo, mas ver a alegria dela em conhecer um suposto amor, começava à me dar forças pra me recompor e seguir a minha vida amorosa. Sabe, aquela gotinha de esperança no mar de desilusão ?. . .