Capítulo 3 - Um grupo inesperado

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           O mercado não fora escolhido por Gabriele ao acaso. Estava em um ponto estratégico. Ficava ao lado de um dos hospitais da cidade, ou seja, se ali conseguissem permanecer, estariam próximos de um local o qual os permitiria buscar medicamentos, se assim precisassem.

          O grupo parou em frente a ele e ficou a observar. Não tinham como entrar pela frente, até porque chamariam a atenção de quem estivesse passando na rua. Precisavam encontrar uma alternativa. Subir no telhado era complicado devido à altura. Foram até uma das laterais onde havia a porta de entrada dos funcionários e a de carga e descarga dos caminhões.

          - Podemos tentar entrar por aqui. É a porta dos funcionários. Temos que arrombá-la. - falou Gabriele.

          - Não vamos conseguir. O batente é de ferro e não madeira, não vai ceder. - respondeu Camila.

          - Como vamos abrir, então? - questionou Marcela.

          - Precisamos de uma arma. Um pé de cabra seria a melhor coisa, agora. - Disse Camila.

          - Tenho uma arma aqui comigo. Vai fazer barulho, então precisaremos ser rápidos ao entrar e para trancá-la por dentro. - argumentou Diego.

          - Uma arma? Onde conseguiu isso? - perguntou Gabriele.

          - Agora não vem ao caso explicar, mas acho que é necessária para o momento. - falou Diego.

          - É a opção que temos. Não podemos esperar muito. - resumiu Karen.

          - Ok. Então, afastem-se, vou abrir esta porta. - empolgou-se Diego.

          Dois tiros foram ouvidos e na sequência, um chute fez com que a porta abrisse. Rapidamente, todos entraram e fecharam a porta.

          - Procurem algo que possamos usar para travar esta porta. - falou Gabriele.

          Encontraram um armário de alumínio e o trouxeram para junto da porta, fixando-o de maneira que mesmo que alguém forçasse a entrada do lado de fora, não conseguiria abri-la.

          Lá dentro, perceberam que, apesar de as luzes estarem desligadas, as câmaras frias que mantinham os produtos resfriados ainda permaneciam ligadas.

          - O mercado tem um gerador de energia. Precisamos saber onde é para que possamos mantê-lo ligado. - disse Diego.

          - Por hora, vamos nos organizar e ver o que é prioritário. - falou Marcela.

          O clima entre o grupo era de total incerteza. Não sabiam o que estava acontecendo, nem quanto tempo teriam de permanecer ali. Se havia sobreviventes ou não, se havia polícia para colocar ordem na situação, nada. Sabiam que ocorrera uma explosão, mas não tinham ideia de onde, nem o motivo. No entanto, permanecendo em grupo naquele momento, teriam mais chances de descobrir do que se estivessem sozinhos.

          Em outro ponto da cidade, não menos confusa estava a situação. Rodrigo e Pedro tentavam ajudar alguns sobreviventes que estavam feridos.

          - Rodrigo, o que você está fazendo?

          - Estou pensando em uma maneira de tirá-las dali. Não conseguiremos levantar esta árvore.

          No carro, Helena e Caroline estavam presas. Haviam saído em direção ao centro da cidade para buscar suprimentos, mas uma árvore caiu sobre seu carro e elas estavam feridas, mas, ainda assim, conscientes. Entretanto, precisavam de assistência médica. O carro ficou preso entre a árvore e um outro carro, impossibilitando que as portas fossem abertas.

Apocalipse Z: Zona de quarentenaOnde histórias criam vida. Descubra agora