O dia amanheceu e a equipe no mercado não obteve notícias dos integrantes que foram à InChain. Helena era a mais preocupada de todos, tendo passado a madrugada tentando contato por rádio. Os demais acordaram e, durante o café, conversaram sobre o que fazer:
- O rádio deles está mudo. Nenhuma resposta a noite toda. - disse Helena.
- Tentou em outras frequências? - questionou Pedro.
- Sim, em todas.
- Será que a bateria do rádio deles não está fraca? - indagou Marcela.
- Não creio. Troquei-a pouco antes de partirem.
- O que faremos agora? - perguntou Roberta.
- Tentei contato com Bolzan, no shopping, mas ele informou que ninguém da equipe havia chegado lá. Só o que ele me falou é que os zumbis estavam aumentando e que continuavam tentando entrar lá. Também falou que, em uma de suas saídas pela cidade, cruzou com grupos que estão fazendo resistência à epidemia de mortos-vivos em alguns lugares. E que há muitas pessoas alojadas no estádio de futebol.
- Ele falou algo sobre comunicação com outras cidades? - falou Rodrigo.
- Não. Disse que rádios am/fm, televisão, celulares e quaisquer outros meios não funcionam. Até pelo fato de a cidade toda estar sem energia elétrica. Não há como carregar os celulares. A única coisa que funciona são os walkie talkies. Por enquanto.
- Temos que resgatá-los! - sugeriu Marcela.
- Eu penso o mesmo, Marcela, mas não podemos sair daqui sem um plano. Temos armas, mas talvez não pessoas suficientes.
- O que sugere, então? - disse Roberta.
- Eu penso que teremos que ir até o shopping e pedir a ajuda do grupo do Bolzan. - falou Pedro.
- O Bolzan é tosco. Lembra o que disseram dele quando foram lá a primeira vez? O contato por rádio comunicador é uma coisa, mas frente a frente é outra. - falou Helena.
- Ele age assim porque está tão assustado quanto nós. E porque tem que manter uma certa ordem lá no shopping. - disse Marcela.
- Ok. Podemos fazer uma tentativa. - resumiu Helena.
A equipe, então, se preparou para ir ao shopping. Estavam sem carro, logo, teriam que caminhar até lá. A cidade, àquela altura, já estava infestada de zumbis, e ainda não se tinha ideia de como lidar com o problema.
Por volta de 10:30h, saíram. Desta vez, Roberta permaneceu no mercado. Era necessário que alguém guardasse o local que usavam como base. Andando pela rua em direção à Avenida Brasil, encontraram um táxi abandonado. Havia batido contra outro carro e o dono provavelmente era o cadáver semidestruído que restava ao lado do veículo. A chave ainda estava na ignição, o que trouxe certa euforia ao grupo. Porém, ao tentar ligá-lo, a bateria estava descarregada. Era provável que estivesse há muitos dias desligado. Acabaram por ter que seguir em frente.
A cidade estava silenciosa. Vez por outra, um grunhido mais alto era ouvido próximo a eles, ou o som de tiros, mais distante. Não havia movimentação de carros. Chegando à Avenida, enxergaram diversos zumbis andando pela rua, em passos lentos. Sabiam que não poderiam ser vistos, pois isso atrairia os mortos-vivos. Sorrateiramente, foram se deslocando agachados por entre os carros e escombros de prédios que estavam pela rua.
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Apocalipse Z: Zona de quarentena
Ciencia FicciónEm uma cidade como outra qualquer, os cidadãos não sabiam que aquela empresa fazia experiências com agentes biológicos, jogando-os sobre a população de tempos em tempos e avaliando os resultados por meio das doenças que as pessoas desenvolviam. Mas...