Capítulo 15 - O destino final

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          Era a última tentativa da equipe de conseguir conter as duas ameaças à cidade: os zumbis, que estavam crescendo em número e sofrendo mutações, e o extermínio pelos militares. Belini alertou Julius e William da missão só de ida que esta poderia ser. Era uma questão de tentativa e erro. Poderia dar certo, ou poderia resultar em nada, e com isso, a morte de todos – sobreviventes e mortos-vivos – seria o destino final.

          Enquanto o caminhão deslizava pela Avenida Brasil em direção ao trevo da Universidade, diversos zumbis iam sendo atropelados. William preferiu não ligar o rádio, pois naquele momento todos estavam introspectivos. Preparavam-se para argumentar com os militares sobre o antígeno e tentar convencê-los de que esta era a melhor saída.

          No mercado, Helena e Bolzan organizavam os sobreviventes em relação a ocuparem-se com tarefas e darem assistência aos feridos. Era importante manter as pessoas com saúde física e mental, pois lidar com doenças em uma situação de contingência como a que estavam seria muito mais difícil.

          Francine, Rodrigo e o sobrevivente mordido na perna, encontravam-se em quarentena em uma das salas. Estavam amarrados e sedados. De repente, Francine começa a ter espasmos que antes não tinha. Fica agitada e solta urros de ira. A droga nela injetada dias atrás perdera o efeito.

          - Mas o que é isto? A Francine ficou estranha! - falou Diego.

          - É, Diego. Parece que vocês não tem escolha. Ou dão um fim neles, ou nos atacarão. Não há mais jeito de conseguirmos salvá-los. Seus órgãos internos já devem ter entrado em falência. O corpo deles funcionará, a partir de agora, apenas pela modificação do vírus no cérebro. - explicou Helena.

          - Rodrigo também começou a se debater na mesa onde estava amarrado. Já não gritava mais de dor, mas urrava e tentava morder as amarras.

          Assim, Diego e Gabriele, mesmo sentindo muitas dores, entraram na sala e fizeram o que era preciso. Diego olhou para Rodrigo, enquanto este tentava atacá-lo, e deu-lhe o fim o qual havia pedido, acabando com o seu sofrimento. Gabriele olhou para Francine e, hesitante, deu-lhe um tiro certeiro. Não havia mais como salvá-los. E o sobrevivente mordido na perna também foi morto, pois estava tendo convulsões e seria dominado pelo vírus em poucas horas.

          Ao saírem da sala, Helena apenas os olhou e colocou a mão em seus ombros, saindo de perto deles logo em seguida.

          Ao chegarem ao trevo da universidade, foram abordados pelos militares:

          - Parem! Esta cidade está em quarentena. Não é permitido sair dela. Voltem agora ou seremos forçados a atirar.

           Belini desceu do caminhão com as mãos para cima e falou:

          - Sou o Capitão Belini. Estava destacado para o comando do setor sul da cidade, mas precisei adentrá-la pois haviam feridos necessitando de ajuda. Preciso falar com o Coronel Alencar!

          Os militares se olharam e comentaram algo em tom baixo. Em seguida, contataram um terceiro que foi até o rádio comunicador passar a mensagem da chegada dos estranhos. Após alguns minutos, receberam a resposta do comandante.

          - Desçam todos do veículo, agora! O comandante está dando voz de prisão a todos.

          Os militares se aproximaram do caminhão empunhando os fuzis. Julius e William desceram com as mãos para cima, e assim, os três foram algemados e levados até o comandante.

Apocalipse Z: Zona de quarentenaOnde histórias criam vida. Descubra agora