Distração

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(Bônus Tyler Parte 1)

Tyler Narrando

Entro no quarto do hotel furioso e bato a porta.
Respiro fundo tentando me controlar para não perder o controle.
Afrouxo minha gravata e tiro o terno, jogo o terno em cima da cama.
Como se já não bastasse David ter roubado a Eduarda de mim ele insiste em trazer ela para essa viagem de negócios somente para deixar evidente que a perdi por enquanto para ele.
E o mais divertido é que David trouxe sua querida cunhadinha. Ironizo.
Algo em Evelyn me atrai ao mesmo tempo que penso em matá-la. Isso não é algo bom, a parte de matar talvez, mas em relação ao que me atrai nela já não é muito bom.
Ela é diferente, isso eu sei e algo nela me lembra Elizabeth, mas é Eduarda que tem os traços de Elizabeth, incluindo os cabelos louros, a animação e alegria de viver.
Ao olhar Eduarda eu vi Elizabeth, eu vi a única mulher por quem me apaixonei, eu vi a mulher que tinha alegria em viver e que preferiu casar com um humano do que viver a eternidade ao meu lado.
Tive que aceitar ver minha Elizabeth nos braços de um humano durante um tempo. Ela era única em todos os sentidos e nunca em meus mil anos de vida que provei sangue mais esplêndido que o dela.
O sangue de Elizabeth era como uma droga e como um viciado em seu sangue fui atras dela mesmo quando ela estava casada. Ela tentou levar uma vida comum ao lado do humano com quem se casará, mas somente em meus braços que ela realmente se sentia viva. Confesso que fui seu amante durante um bom tempo, até que aconteceu o que aconteceu.
Toda vez que me lembro que David se casará com Eduarda minha fúria somente aumenta.
De uma coisa tenho certeza Evelyn é o oposto de Elizabeth, então provavelmente Eduarda deve ser a encarnação de Elizabeth como uma cópia destinada a mim.
Se Eduarda realmente for minha Elizabeth que retornou para mim eu tenho que impedir esse casamento. Preciso tê-la e provar seu sangue para ter a certeza que ela é a volta de minha Elizabeth.
Se Eduarda tiver o mesmo tipo sanguíneo de Elizabeth eu irei rouba-la de David, mas não quero Eduarda apenas pelo probabilidade de seu sangue ser o mesmo de Elizabeth, eu a quero por tudo nela me lembrar Elizabeth.

•••

-Senhores até mais, foi um praze fechar negócios com vocês. -Me despeço dos humanos a minha frente. Acabei de fechar negócio com os novos diretores do banco de sangue de Miami.
Dou lhes um sorriso forçado como um bom ator de sempre escondendo a vontade que estou de arrancar suas cabeças de seus corpos. Pego minha pasta e saio da sala de reuniões rumo ao elevador.
Ao passar pela duas secretarias observo-as um pouco.
-Até mais senhoritas. -Me despeço das duas que me olham um tanto hipnotizadas assim que o elevador chega e sorrio.
O que posso fazer se algumas mulheres sempre me olham pedindo para morde-las. Talvez outro dia eu experimente-as.
Entro no elevador e olho o relógio enquanto as portas de metal se fecham.
Agora são 4h da tarde. Nem cheguei direito em Miami e já tive que vir para essas reuniões.
  Odeio essas reuniões com esses humanos que acham que pode controlar um banco de sangue de doadores sozinhos. Eles não passam de um saco de sangue ambulante para mim.
Os doadores não fazem mais que suas obrigações.
Fiquei quase duas horas numa sessão debatendo assuntos que me entediavam, mas minha família tem grande influência sobre esses bancos de sangue e não podia faltar a essa reunião.
Sinto falta dos velhos tempos. Sinto falta da época em que os humanos não sabiam de nossa existência e quando algum humano descobria e tentava conspirar contra nós resolvíamos com hipnose ou matando-os.
Sempre optava por mata-los claro. Meu primo David por outro lado sempre foi um tolo, ele sempre preferiu um "acordo sem mortes".
Meu pai e meus tios não ficavam atras em terem mentalidades fracas. Eles sempre ficam no meu pé tentando me fazer mudar.
David é um iludido pensando que pode levar uma vida humana só porque irá se casar com Eduarda.
O elevador abre as portas mostrando a garagem térrea.
Caminho a passos firmes até o carro que aluguei aqui.
  Entro no carro e deixo minha pasta sobre o banco do passageiro.
Ligo o carro e começo a dirigir até a saída. Espero o segurança liberar minha passagem. Assim que ele libera minha saída saio em disparada rumo ao hotel.
Preciso apenas de uma boa companhia feminina que tenha sangue O negativo correndo em suas veias.
Após 30 minutos chego ao hotel.
Estaciono na onde os manobristas do hotel ficam. Saio do carro e rapidamente um manobrista se aproxima. Deixo a chave do carro com ele e sigo rumo ao hall de recepção do hotel.
Atravesso a enorme recepção do hotel e ando até o elevador.
Entro no elevador que estava parado e vazio, aperto o número de meu andar. Antes das portas se fecharem entra um homem e aperta um número de um andar. Por alguma razão que desconheço vejo que o número que ele apertou é do mesmo andar que Evelyn está.
As portas se fecham e o homem ao meu lado olha seu relógio algumas vezes.
Reviro os olhos internamente já irritado com isso.
Vai entender esses humanos. Penso.
Primeiro o elevador para no andar em que o Evelyn está. O homem sai rapidamente do elevador e antes das portas se fecharem vejo ele parado na porta do quarto de Evelyn.
Interessante, o que será que ele é dela? Penso.
Afasto esses pensamentos rapidamente.
Respiro fundo e assim que o elevador para no andar em que estou hospedado saio rapidamente. Estou um andar a cima do andar de Evelyn.
Uma curiosidade me domina enquanto sigo até meu quarto. Entro no meu quarto e decido escutar o que Evelyn está falando com aquele homem.
Fecho a porta do quarto e sigo até um bar improvisado. Me sirvo de uma dose de whisky e me concentro para escutar o que Evelyn está falando.

-Paulo o que faz aqui? -Escuto a voz de Evelyn no andar de baixo.
-Evelyn vamos dar uma volta na praia, apenas uma volta. -Escuto uma voz masculina que deduzo que seja do tal homem do elevador.
-Paulo eu ainda estou cansada da viagem, acho melhor eu descansar mais um pouco. -Evelyn fala e pelo tom de sua voz eu sei que ela está mentindo. Então quer dizer que Evelyn conhece bem esse homem, talvez seja algum namorado dela.
-Você é a única que me dá fora, eu não te entendo! -Escuto a voz um pouco alterada do homem deixando sua raiva e incerteza assumir. Não sei por qual razão acabo rindo um pouco satisfeito por ele está levando um fora de Evelyn. Paro de rir e bebo um pouco de Whisky.
-Paulo melhor deixar para outro dia. -Evelyn continua.
-Por a caso os fora que você me dá é por causa de seu interesse por algum um desses vampiros nojentos? -O homem que descobri que chama Paulo pergunta.
Reviro os olhos com o comentário idiota do humano. Talvez ele não tenha amor à sua vida.
-Paulo eu não devo explicações a você, e mesmo se eu tivesse interesse por alguém seja ele vampiro ou não isso não lhe convém! -Evelyn altera a voz parecendo que não gostou do comentário do homem. Algo no que Evelyn disse me incomodou, não gosto da ideia de Evelyn ter interesse por alguém.
Raios! Devo estar enlouquecendo.
Decido escutar apenas mais um pouco devido a curiosidade.
-Desculpe Evelyn, não costumo ser assim. -O tal Paulo fala. Reviro os olhos por tamanha idiotice, quem acreditaria no que ele falou? -Você não aceita nem mesmo beber um drink na beira da piscina comigo? -O babaca ainda insiste.

-Mas é claro que Evelyn vai recusar novamente, que idiota. -Falo para eu mesmo e bebo mais um pouco de whisky. Opto por escutar mais um pouco para escutar o que já sei.

-Talvez um drink não seja tão ruim, vou colocar algo que fica melhor para ficar beira da piscina. -Evelyn fala.
Ela só pode estar de brincadeira né? Quem ela pensa que é para aceitar sair com aquele projeto de humano. Colocar algo para ficar na beira da piscina? Só espero que ela não use nada vulgar, não combina com ela.
Uma raiva me domina. Quebro o copo com Whisky sem perceber.
Merda! O que está acontecendo comigo?
Preciso apenas beber um pouco de sangue e eu irei melhorar.
Melhor eu parar de escutar as conversas de Evelyn.
Isso ainda vai enlouquecer.
Não posso me permitir sentir ciúmes de algo que não é meu.
Meu foco tem que ser Eduarda, não a sua irmã que é o oposto de Elizabeth.

A Noiva ErradaOnde histórias criam vida. Descubra agora