A Noiva Errada

Como Saber

Evelyn Narrando

-Senhorita Evelyn. -A cozinheira fala assustada assim que entro na cozinha, mas logo se recompõe. Olho para a mulher baixa de olhos castanhos e sorrio sem jeito por te-lá assustada sem perceber. -A senhorita quer que eu prepare algo? -Pergunta ela de forma atenciosa passando as mãos molhadas sobre o avental branco.

-Sim, claro. -Falo e minha barriga ronca me deixando sem jeito. Sigo até a ilha da cozinha e sento em um dos bancos.

Acabei de acordar e preferi tomar café da manhã antes de todos para ir visitar Safira antes de ir buscar meu vestido, pois afinal de contas amanhã já é o jantar de noivado de Eduarda.

Preciso falar com Safira pois estou tendo sonhos sem sentidos e por incrível que pareça estou sentindo falta de Sebastian penetrando meus sonhos e Sam falando coisas em minha mente.

Devo estar enlouquecendo, eu deveria estar alegre por Sebastian e Sam me dar um tempo para eu refletir?

Sinto que o dia de eu encontrá-los está chegando, mas devo liberta-los da tal maldição?

E se Sofia estava fazendo algo certo ao colocá-los em sono profundo? -Me pergunto em dúvida suspeitando que eu não saiba o outro lado da história que Safira me contou.

Safira está me escondendo algumas coisas e não sei como eu sei disso, mas apenas sei. -Penso angustiada.

Depois de um tempo a cozinheira me serve um pedaço de bolo de banana, chá e cookies. Sou obrigada a sair de meus devaneios devido à fome. Como rapidamente e quando termino me levanto.

-Obrigada. -Agradeço a gentileza da mulher de ter preparado algo para eu comer antes do horário e sigo até a porta. Saio da cozinha e sigo até onde António deve estar me esperando.

Ando até o hall de recepção e como esperava António já está a minha espera. Sorrio para ele.

-Bom dia António. -O cumprimento. Ele está como sempre, apenas está usando um sobretudo mais leve deixando evidente que o clima já esta mudando e que não é necessário usar tanta roupa para ficar aquecido.

-Bom dia senhorita. -Diz ele e sorri. -Vamos? -Pergunta ele de forma atenciosa. Apenas concordo com a cabeça e tento não assustar quando três seguranças surgem do nada. Reviro os olhos mentalmente por ter que ser tão vigiada como uma criança.

Acompanho António até a porta para sairmos rumo ao carro. Assim que saio de casa sigo até o carro. António abre a porta de traz para eu entrar e rapidamente entro. Quando já estou sentada António fecha a porta e entra no lado do motorista, ele liga o carro e segue até o portão e tento ignorar os benditos seguranças no carro de traz.

[...]

-Aguarde por favor. -A empregada de Safira fala fazendo um gesto com a mão para que eu sente em um dos sofás assim que me leva até uma sala para aguardar Safira.

-Tudo bem, obrigada. -Falo ainda de pé segurando minha bolsa de mão e a empregada some rapidamente. Neste momento acabei de chegar na casa de Safira, não sei ao certo o que estou sentindo, mas Safira apenas me contou que posso libertar Sam e Sebastian da maldição, porem não me disse mais nada. É a mesma coisa de contar para alguém que seu destino está amaldiçoado e não continuar a história.

Talvez antes eu não estava preparada para assimilar o que de fato estava acontecendo, mas agora Safira pode continuar a história.

-Evelyn. -Uma voz familiar fala. Me viro e fito Tobias não tão surpresa. -O que faz aqui? -Pergunta ele curioso e se aproxima. Ele deposita um beijo em minha testa e depois se afasta apenas o suficiente. Olho em seus olhos sabendo que nunca vi meu irmão tão alegre desta forma. Pela primeira vez posso suspeitar que meu irmão esteja apaixonado.