A fuga

12 0 0
                                    


Fui, não sei como, mas fui...só ela para conseguir me convencer a largar tudo, a ser insano, a ser um jovem, a ser independente do mundo e só apreciar a ótima companhia dela.

Saímos da minha casa, meus pais permitiram, minha tia estava com ciúmes, mas percebeu que me faria feliz e meu irmão estava sendo desagradável por aí, nem me importo com isso, quero jogar ele na lixeira, junto com tudo de ruim que ousou invadir minha dimensão, queria esquecer, mas não cabia a mim e infelizmente fiquei recordando a todo momento aquelas visões ruins daquele dia sombrio que bagunçou minha mente, fomos correndo até poucos quarteirões a frente e chegamos a uma casa louca, de pernas pro ar, nela viviam adolescentes e isso já basta para imaginar o local, não preciso tentar descrever mais nada, eles eram bem... adolescentes. 

A maturidade, minha e de Iasmim estavam muito além da deles, anos luz a frente, concordamos que eram desagradáveis e escondemos isso ao máximo para tentar convencê-los a nos levar, e se você me perguntar para onde, eu não saberei responder, só sei que entramos num carro e amor falo; - Vamos à praia !!! Todos fomos deslizando pelo asfalto dentro do carro pequeno, enquanto os outros brincavam, eu e ela não nos mexíamos, estávamos tristes e cansados do dia ruim que tivemos ontem.

Tudo mudou quando chegamos lá, o lugar despertava paz, alegria, cheiro de sal, areia, cocos tanto o que sentir, tanto o que aproveitar, só tiramos a roupa ali mesmo, e mergulhamos no encanto do azul profundo, lindo, leve e salgado...meu olho ardia, mas o banho era agradável, ainda mais com a companhia que tinha, foi a primeira vez no mar, só sentia o mar e ela, nada de ruim conseguia me seguir, me atacar, estava impenetrável, só eu o mar e ela, três corpos juntos que se completavam, muita conexão, muito mutualismo...cada qual trazendo paz ao outro, uma paz constante e interminável, no meio da curtição ela falou:

-Gostou da minha dimensão amor?

-Sim e muito!

-Se Deus quiser voltaremos aqui com nossos filhos, ou antes.

-Amém! Esqueci até da vergonha de você me ver assim.

-Eu também esqueci, aposto que imagina como estou...

-É verdade...

Ficamos a tarde toda no mar, comemos bastante, descansamos muito e por fim fomos ver e sentir o por do sol, depois de um tempo veio o beijo entre a lua e o mar, entre eu e ela, foi um dia perfeito, momentos perfeitos que várias vezes eu queria repetir, mas sem a presença dos chatos adolescentes de preferência. 

Voltamos, para de novo sermos consumidos pelo caos de nossos mundos, mas dessa vez preparados para o que der e vier.

Minha Dimensão InvisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora