O dia finalmente chegou, tivemos que organizar o último mutirão de acomodar as coisas em caixas de papelão grosso e quando acabamos fomos para a frente da casa esgotados, com dores na coluna e pulmões cheios de poeira, na nossa minivan iam os objetos pessoais e quebráveis e nós (eu, meus dois irmão, minha tia avó, meus pais e meu cachorro). Os vizinhos falsos e que não faziam diferença em nada em nossa vida, estavam estrelando nos novos papéis da peça "como ser legal com seus vizinho que estão prestes a partir", tirando eles, varias pessoas especiais vieram falar conosco; minha amada, meus amigos da escola, meus amigos da natação e as pessoas dos grupos de apoio, todos estavam lá tinha bolo, balões e alegria, até que aquele grande e cruel pedaço de lata moldado sobre rodas chegou a nossa calçada e derrubou a caixa de correio, a placa de aluga-se estava me provocando como nunca, eu só sentia o choque da partida e o bafo quente do monstro metálico que me fazia tossir e me arrepiava a nuca, lamentavelmente prevejo imaginarei bastante a cena de uma criatura que devora minhas coisas e corre atrás de mim até chegar num destino sombrio longe de tudo que amo, tenho esperanças que minhas dimenções não coincidam com essa realidade, enquanto penso se isso é drama ou uma reflexão gótica, recebo o consolo no meu cachorro e de Iasmim, que dizem pelos seus gestos que algum males vem para o bem e alguns nem são males de verdade, esse clichê foi coveniente ao ponto de me fazer sorrir timidamente.
Eu não ia ver as pessoas importantes da minha vida diminuindo por um retrovisor nebuloso, mas teria que me contentar em vê-los com o coração. Seguimos por uns 20 minutos até uma casa, me senti como se tivesse chegado naquelas casas de filme de terror, cheiro de morfo, grama morta e material de construção velho, concluí que não estava fazendo drama, a realidade era um pouco pertubadora sim, mas algo me contagiava nesse lugar, ele tinha boas energias que estavam ofuscadas, então dei mais uma chance a ele. Eu setia falta de algumas peças da mobília que não vieram conosco, pois meu pai com seus olhos sovinas percebeu que casa mobilhada tinham preços mais salgados e nos obrigou a deixar alguns dos nossos moveis e aproveitar a mobília antiga da casa nova.
Assim que cheguei subi cuidadosamente a escada e escolhi rapidamente meu quarto coloquei meus livros em brille nas prateleiras com um cheiro forte de verniz e que me lembravam as senhoras que se detiam aos padões de beleza para agradar os olhares, mas que nunca agradaram o meu tipo de olhar, pendurei minhas obras nos pregos que estavam na parede afinal arte não é a aparência da obras e sim os significados por trás de cada uma delas , coloquei minhas roupas uma a uma no guarda-roupa de madeira escura, recordando o momentos que passei com cada uma delas e empurrei meu colchão sobre a cama velha que estralava muito e não me deixava dormir.
A ruas era mais movimentada, passavam mais carros, mais motos e mais caminhões maldosos que levavam as coisas das pessoas, as comidas e as informações. Meu entusiasmo de organizar as coisas na casa nova se espalhou como um vírus, quando terminei o meu quarto as caixas estavam praticamente vazias no canto da sala de estar, meus irmão estavam no quarto ao lado do meu, minha querida tia na frente e meus pais no quarto ao lado da minha tia.
Pedimos uma pizza, porque na primeira noite a janta sempre é pizza e fomos dormir.
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Minha Dimensão Invisível
RandomA maioria das pessoas cegas tem uma "visão" diferente das demais pessoas, elas podem "enxergar" muito além do que bilhões de pessoas jamais saberão, no mundo delas, podem ser felizes e, muitas vezes, preferem estar nele do que conviver com o mundo...