Adolescência

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Fase do desenvolvimento humano caracterizada pela passagem à juventude e que começa após a puberdade.

 Eu tenho a opinião de que todos passam por ela de formas distintas, ocorrem "sintomas" diferentes e únicos. 

Nessa fase eu não consigo enxergar como antes, nada faz sentido na realidade tampouco na imaginação, pulo de uma para outra e repito isso várias vezes, mas para nada acho resposta, sinto medo e grandeza e isso é estranho, matéria e antimatéria se encontram sem explodir, os dias se passam rápidos e monótonos, tateio o corpo para perceber algumas mudanças. 

Permaneci recatado, mesmo com uma vontade imensa de experimentar tudo como uma criança, eu estava amadurecendo, porém todos os outros estranhos em minha volta não conseguiam o mesmo, não eram capazes de repelir seus impulsos novos, você começa com uma cola, depois com grupinhos errados, depois bebida, depois com relacionamentos curtos para satisfazer os desejos corporais e depois vícios mais graves. Francamente não sei como eu tinha a capacidade de resistir a todas as ofertas da vida e ficar encima do muro de hipocrisia, observando pessoas sendo queimadas e comemorado isso com sentimentos de prazer, era horripilante, só eu conseguia ver isso. 

Muitos garotos da minha turma sempre tentaram incluir mais um elétron no átomo de imundices o qual estavam confinados e esta partícula subatômica sempre resistia, por conta sempre chamei bastante atenção, no meio do mar de  insultos típico dos jovens, as vezes eu ouvia comentários positivos sobre mim, descobri que algumas pessoas se supreendiam ao ver como alguém tão "careta" poderia ser tão feliz, também percebi que me achavam bonito, e apesar de eu não entender muito bem padrões de beleza me agradei com as opiniões, mas controlei um pouco minha satisfação relembrando que nunca me agradaram os estilos de vida baseados em padrões e opiniões mecânicos à respeito das várias coisas visíveis desse mundo, eu era o diferente, tinha meus próprios desejos e as vezes sentia que não podia criticar os outros jovens, pois até eu sentia os solavancos dessa fase. 

Um dos lados bons de passar por essa fase tão ambígua, foi o aumento da minha envergadura que me fazia nadar melhor ainda, e o que me incomodava mais era a falta de respeito e privacidade. Eu me sentia feliz e responsável por conseguir notas ainda razoáveis mesmo estando tão confuso e por poder ter contato com pessoas como eu, além de surdos, cadeirantes e afins, pena que  com os surdos eu não podia me comunicar muito bem até aprender a LIBRAS ( linguagem brasileira de sinais), após várias tentativas e práticas dominei a língua e fiquei maravilhado com a nova maneira de me expressar e entender o mundo.

No emaranhado de mudanças, problemas e conquistas eu senti que estava na hora de ter um relacionamento para que eu pudesse dividir minha realidade com alguém e não suportar sozinho as toneladas de coisas que a vida jogava nos meu ombros de maneira impiedosa. 

Minha Dimensão InvisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora