#33 Lifted

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-  Woody, o que você ensinou para elas nesse 1 ano? - disse minha avó ao Nate enquanto se sentava no sofá, ela o chama assim porquê ele é apaixonado por Toy Story desde a infância.

- Quantos quilos compensa por dia para relaxar, quais os melhores remédios para se curar a ressaca. - Ele a respondeu e ela o olhou com olhar de reprovação.

- Claro, e eu ensinei ele a diferença de mas e mais. -  Disse e minha avó gargalhou e entendeu a ironia.

- Vocês dois... - ela disse e pegou o gato ruivo com manchas brancas que passava na frente de suas pernas. - Como não brigam?

- Como não se matam é a pergunta, porquê briga é toda hora. - Falou Mel entrando na conversa.

- Wendy, ano que vem você já vai estar no 2° ano do colegial, já sabe que faculdade irá fazer? - Minha avó falou para mim, acariciando Aristóteles, seu gato. Ela me chama de Wendy porquê meu livro favorito da Disney é Peter Pan, ela lia quase todas as noite para mim quando eu estava sem sono.

- Não sei, não queria ter que fazer faculdade, não vejo algum curso que eu me identifique além de música. - disse e a senhora de cabelos grisalhos sorriu.

- Você canta e escreve tão bem, talvez nem precise de faculdade mesmo. - Ela disse.

- FINALMENTE ALGUÉM QUE ACREDITA EM MIM! - ela riu.

Gilinsky On ~

- POR QUE HELENA? POR QUE?

- PORQUE VOCÊ ESTÁ ME IRRITANDO.

- Caralho Lena, é Natal, DÁ PARA VOCÊ PARAR DE ME TRATAR MAL POR 1 DIA NO ANO?

- Vai embora Finnegan. - ela suspirou claramente irritada e encarando o chão.

- Não!

- Por favor! - ela me olha, com os olhos marejados, ela estava frustada e prestes a chorar, corri e a abracei, não pude resistir, ela retribuiu e desabou.

- Por que você não me explica o que está acontecendo?

- Meu fim de ano está horrível, por favor, não piore ele com perguntas. - ela enxugou suas lágrimas e me selou-  agora vai, meus pais já estão chegando, preciso me arrumar para ir a casa da minha avó.

Nash On ~

- Como vai ai no Brasil? - digo ligando o aquecedor e observo Melody, de top cropped, ligar o ar condicionado.

- Calor pakas! - ela disse fazendo um coque em sem cabelo longo e agora em azul e branco, ele mudava constantemente. - Você com seu agasalho da um calor, Jesus. - gargalho.

- NASH, NASH, O WILL CHEGOU, NASH!!! - Sky disse entrando no quarto animada e subindo em cima do meu colo - MELODY!!! - ela gritou feliz - Você vai me dar um unicórnio de Natal? Ou um cavalo? - eu e Mel gargalhamos sonoramente.

- Você não prefere hm... Umas botas rosas de Cowboy? - Melody disse empolgada.

- ARCO-ÍRIS! EU QUERO DE ARCO-ÍRIS! - Skylynn disse empolgada.

- EU QUERO UM TAMBÉM, E EU VOU COMPRAR 2 PIJAMAS DE UNICÓRNIO IGUAIS, UM PARA MIM E PARA VOCÊ! - Melody falou animada.

- EU QUERO UM TAMBÉM! - falei alegre.

- EBA, UMA FAMÍLIA DE UNICÓRNIOS! - Sky fala feliz.

- NASH, VEM RECEBER SEU PAI E SEU IRMÃO! - Minha mãe grita.

- Tchau linda, eu preciso ir, vamos futura unicórnio cowgirl! - Disse, levantando com a Skylynn no colo, desligo a call e desço para sala, junto a minha meia irmã.

Johnson On ~

- O Johnson vai fazer faculdade de direito. - Disse minha mãe falando para meus tios, com uma taça de vinho na mão, um sorriso e olhos brilhando.

- Sim, ele não vai ser um desocupado como o Jefe, não sei como ele não morre de fome. - Completou meu pai, meu irmão mais velho revirou os olhos, tomando um gole do vinho tinto que tinha em sua taça.

- Eu não vou fazer faculdade, muito menos de direito, eu sou youtuber desde 2007, ganho uma boa grana com os eventos que eu faço, já tem empresário atrás de mim e do Jack para lançarmos as músicas que fizemos, eu quero o rap, não direito, não quero depender de quanto dinheiro eu tenho para ganhar um caso, afinal, os juízes só funcionam assim. - Respondo os meus pais, sentando ao lado de Jefe.

- Eu te dei a melhor educação, te coloquei na melhor escola, ainda realizei seu desejo de se mudar para a Califórnia com os zé droguinhas dos teus amigos fumados, ai você me vira falando que vai desperdiçar tudo o que eu batalhei a vida toda para brincar de cantar? OLHA O SEU FILHO JENNIFER! - Meu pai falou ríspido, com raiva e aumentando o tom de voz gradualmente.

- Calma John, isso não dura mais que um ano, ele logo quebra a cara e vê que isso não o leva muito longe. - Minha mãe disse, colocando a mão no ombro do meu pai.

- Não, isso vai durar muito mais que um ano. - Falei.

- Jack Edward Johns... - Meu pai falou mas foi cortado pelo meu irmão.

- Vocês tem que entender que o filho de vocês não se sentem confortáveis com um terno e gravata, nós amamos vocês, mas é quase como se vocês fossem pais homofobicos e nós filhos gays, vocês não deixam sermos quem somos, não nos apoiam, e isso dói, o que custa vocês acreditarem em nós? Sim, nós admiramos seu trabalho pai, e queremos dar orgulho a você mãe, mas porra, por quê vocês colocam em nós a vontade de realizar os sonhos que vocês acham que não são capazes de realizar? Vocês queriam que eu fosse campeão de futebol americano na escola, eu odeio futebol americano, vocês queriam que o Johnson fosse campeão nas olimpíadas de matemática, ele odeia exatas. Vocês podem estar frustrados com a vida qual levam, pelo tédio e a monotonia do dia a dia, mas por quê vocês não podem abrir a mente e se orgulhar de outra forma, num outro espaço, com um outro olhar? Caralho, vocês acham que dói mais em vocês saber que seu filho não foi médico para se dedicar ao esporte ou ao seu filho que toda vez que encontra seus pais ouve os dizer que ele é um inútil, sem talento que os decepcionou? - Meu irmão não tinha lágrimas nos olhos, ele não queria e não iria chorar, já vi ele chorando ele várias vezes, o tom era de raiva e rancor, ele estava sério e quem estava chorando era minha mãe - Então o Jack vai ser sim um rapper, mais que rapper, ele o Finnegan irão lotar estádios com suas músicas, porquê vocês sabem do talento do seu filho, não colocaram ele na aula de violão e piano atoa, não o deu uma câmera quando tinha 9 anos atoa, então valorizem a porra do filho que vocês criaram para ele não ser frustrado como vocês e desepejar sua raiva em seus filhos como vocês. - Meu irmão finalizou, deu o último gole de vinho em sua taça de cristal e saiu da sala, indo para cozinha.

Sofia On ~

Estou em Florianópolis, eu morava em Fernando de Noronha, mas meus pais se foram, fui para Califórnia, mas a minha família mora aqui, quando digo isso, falo dos meus avós e tios. Eu preferia ter passado meu Natal na casa da minha tia, só eu e ela em Los Angeles, do que vir para cá e ter que, a cada 5 minutos, ouvir algum parente ,que eu não vejo desde meus 11 anos, me desejando pêsames, eu me isolei da minha família desde a morte dos meus pais, no enterro de ambos eu fiquei o mais afastada o possível, eu nem queria ir, mas fui, mas eu não queria ver ou ouvir ninguém, mas porra, já se passou quase 5 anos, eu não preciso e nem quero lembrar disso toda hora, pareço que eu estou vivendo aquele enterro novamente, as pessoas falam coisas como: " Deve estar doloroso " " Imagino o quanto deve ser difícil " Não, você não imagina, porra, não fale frases óbvias que eu já ouvi mais de 70 vezes, isso não me faz sentir melhor, isso o faz um idiota, ninguém tem senso? JÁ FAZ ANOS, EU APRENDI A CONVIVER COM A FALTA DELES, PARE DE ESTRAGAR O MEU NATAL! Eu sempre os evitei por isso, porquê ninguém sabe a hora de parar.

As IntercambistasWhere stories live. Discover now