As Intercambistas

#37 idfc

Athena On~

Logo após o fim das aulas, me dirigi a sala do diretor e pedi a ficha do novo aluno, ele obviamente não me concedeu de primeira, então eu expliquei o motivo de tanta insistência. O Mark tinha um bom coração, era um cara incrível e não duvidou de nenhuma palavra dita por mim, ele também disse que logo que tudo o quê ele fez for comprovado, ele será expulso... Se for comprovado! " Como assim Athena? ", estou na delegacia com o delegado, sendo tão mal atendida quanto quem pega táxi no Rio de Janeiro.

- Então você foi supostamente estuprada enquanto estava sozinha na rua, a noite, indo comprar bebida para seus amigos, que são de menor?

- Eu não fui supostamente estuprada, eu fui, e sim, eu estava sozinha e fui comprar bebida para menor, sendo de menor, se você quiser fechar o estabelecimento que nos vende, o faça, mas meu boletim de ocorrência não é sobre isso. - Respondo o delegado.

- Você usava uma roupa curta? Provocante? Usava maquiagem? Estava bêbada? - Ele me questiona indiscreto e machista.

- Não, estava nevando, eu usava uma blusa gola alta, com um sobretudo preto, uma calça jeans, com meia calça por baixo, um coturno preto, um gorro, cachecol e luvas. Foi a noite mais fria na Califórnia nos últimos 5 anos! Eu não usava nenhuma maquiagem e estava totalmente sóbria, eu fui comprar as bebidas para os meus amigos, eu não bebo, não que isso importe. Mas agora, o quê iria interferir na investigação se isso estivesse acontecido? - O perguntei, curiosa com a resposta de um profissional na área.

- Nada - ele disse, sabendo que um escarcéu seria feito se ele respondesse o quê pensava realmente - Apenas estava curioso! Pode provar que foi estuprada?

- Minha palavra e meus ataques de pânico não são o suficiente? Sendo que eu não os tenho há anos?

- Contam, mas não são o suficiente para prisão do garoto.

- Do estuprador - o corrijo - Então façam um exame em mim, investiguem qualquer marca de agressão ou sexo forçado. FAÇAM ALGUMA COISA!

- Nós faremos o quê pudermos senhorita, agora pode se retirar, seu exame será marcado o mais rápido o possível e as investigações começarão.

Rayane On~

- CALA A BOCA SUA VADIA, NÃO LEVANTA O TOM DE VOZ PRA MIM - ele gritava para mim, com um cinta na mão.

- Não bate nela, não bate James! - Minha mãe falou, se colocando entre eu e ele.

- VAI LAVAR LOUÇA SUA VAGABUNDA EMPRESTAVEL, SAI DA FRENTE QUE EU VOU ENSINAR UMA LIÇÃO PRA ESSA APRENDIZ DE PUTA. PUXOU A VOCÊ ESSA ABERRAÇÃO, DAPHNE! - Ele empurra minha mãe pro lado de forma agressiva, e ela cai no chão, e me segurou pelo braço esquerdo.

- SEU BÊBADO ESTÚPIDO, NOJENTO, MACHISTA, CORRUPTO! - Eu gritei e logo senti o couro na minha pele queimar, e então senti na minha barriga, nas minhas costas, pernas, braços...

- Isso é pra você aprender a respeitar o seu pai e parar de agir como uma vaca, não te ensinei ser essa puta que você é! Você mancha a minha imagem, você fode as minhas chances de ser eleito, você é a vergonha da família. - Ele repete o movimento que fez com minha mãe, ao me arremessar no chão, eu me levanto rapidamente, chorando.

- Eu não ligo, eu não sou a culpada por você não ter chances de ser reeleito, você que é culpado por isso, quem mandou roubar dinheiro de cofre público? De usar dinheiro que não era seu?

- Quem é você para falar isso? Quer pagar de justiceira social fumando a maconha que você compra com o dinheiro público? Da roupa de marca que você usa com dinheiro roubado? - gargalho, irônica.

- Parece que temos um xeroque rolmes aqui não é mesmo? Você é tão ausente que nem sabe que eu trabalho como garçonete num bar e não tenho roupas de marca, tudo o quê eu tenho eu mesma compro! Eu não preciso mais de você como dependia a alguns anos atrás, quando eu não podia trabalhar! - Digo e saio da sala, temendo apanhar novamente, corro para o meu quarto, e tranco o mesmo.

Athena On~

Estava preenchendo alguns documentos antes de abandonar a delegacia, quando aproximo dos meninos, já acabado o quê tinha de ser feito, noto Gilinsky numa ligação.

- O quê? Como assim? Eu já estou indo para aí! - ele fala desesperado.

- O quê houve? Por que está tão agitado? - Carrie pergunta, preocupada.

- A Helena, ela estava vomitando sangue e logo a pressão dela caiu, e ela desmaiou, ela está no hospital agora fazendo alguns exames, estou indo para lá AGORA! - ele diz e sai da delegacia apressado, o sigo, afinal Helena também era minha amiga - Não precisa ir Athena, você já tem coisas de mais na cabeça!

- Você é meu melhor amigo, assim como a Helena, não vou deixar de pensar nisso o dia inteiro, vamos logo! - falei, logo alcançando seu carro no estacionamento e entrando no mesmo.

[...]

Mau entrei no hospital e o Gilinsky correu até o senhor Austin, pai de Helena, para um abraço, logo mais abraçando Hannah, madrasta da mesma.

- O quê houve? Eles já disseram algo?

- Ainda não Jack, estamos tão desesperados quanto você, Helena ainda está fazendo os exames! - disse a loira com um forte sotaque Australiano.

- Eu estou tão desesperado garoto, está menina é a única coisa que eu tenho, eu tenho medo do quê isso possa ser, eu a amo tanto, não quero ve-lá sofrer por nada neste mundo! - Disse desta vez o homem alto com sotaque francês.

- Nada vai acontecer, não se preocupe, ela é forte, eu sei que é! - Me pronunciei e o homem me olhou sorrindo.

Ouvimos alguns passos virem de um grande e branco corredor, era um médico, julgo eu, segurando uma prancheta, ele veio em nossa direção e logo se pronunciou.

- Olá hm... - Ele falou lendo algum papel na prancheta - Senhor e senhora Campbell? - ele disse, com um pouco de dúvida e o casal assentiu, confirmando seu sobrenome - Sua filha está no quarto descansando, os exames acabaram faz algum tempo, apenas estávamos aguardando o resultado. Bom, as fraquezas, os enjoos, a palidez, a magreza, ela vir vomitando sangue a tanto tempo, são sintomas de algumas doenças, e lamento ter que vos informar, mas sim, Helena está doente.

- Mas qual a doença doutor? - Questiona Jack, impaciente.

- Ela está com...