Companheira do meu irmão

Capítulo II

   Aqui estou eu, mais uma vez na frente de meu espelho me arrumando para ir para escola, uma coisa que não gosto muito, mas que me serve como uma espécie de refúgio de tudo quem vem acontecendo aqui em casa.

   Termino de me arrumar, pego minha mochila e desço as escadas encontrando somente minha mãe sentada no banquinho do balcão tomando seu café preto.

   - Bom dia Mamãe. -digo lhe dando um beijo na sua testa.

   - Bom dia querida. -diz me dando um sorriso fraco.

   - Onde está o papai? -pergunto pegando uma maçã.

   - Ele saiu com o Derick para uma reunião. -disse depositando sua caneca em cima do balcão- ele pediu para eu te avisar que quando chegar é para você ir até o escritório dele.

   - Ok. Bem já vou indo então. - digo já saindo pela porta da cozinha encontrando do lado de fora várias pessoas conversando animadamente com as outras e crianças brincando, fico pensando se darei conta de proteger todas essas pessoas quando me tornar a Alpha dessa alcateia. Com esses pensamentos vou seguindo para trilha que dará perto da escola onde estudo.

   Coloco meus fones e sigo andando distraidamente até que um ser chamado Stefan me pegar no colo.

   - Stefan, me solta! -digo lhe acertando alguns tapas de leve.

   - Bom dia para você também. -diz me pondo no chão e eu apenas lhe dou a língua.

   - E aí animada para se tornar a nova Alpha? Pois fala apenas duas semanas. -diz entusiasmado.

   - Sinceramente? -olho para ele que faz sim com a cabeça- Não, eu estou nervosa e indecisa, tenho medo de me tornar Alpha e não ser capaz de proteger a todos.

   - Ei você não está sozinha nisso, você tem a mim que serei seu beta e você sabe que se está comigo está com Deus. -disse dando uma piscadela para mim.

   - Só você mesmo para me fazer rir. -sorrio e encosto minha cabeça em seu ombro.

   Stefan se tornou a pessoa mais próxima a mim, na verdade meu único amigo depois que Ryan desapareceu, tanto que ele é o único que eu confio para ser meu beta. E convenhamos que ele não é de se jogar fora, com seus um e setenta é cinco de altura, olhos castanho claro, cabelo loiro escuro e pele branca, é de fazer qualquer garota soltar longos suspiros.

   Após alguns minutos andando chegamos à escola, Stefan foi ficar com sua companheira, eu fiquei com um pouco de ciúmes, não por ele ter ido ficar com sua companheira e sim por eu ainda não ter encontrado o meu, então com esse pensamento segui até minha sala e me sentei na última carteira ao lado da janela e fiquei olhando para floresta até o professor chegar.

[...]

   As três primeiras aulas passaram tão de pressa e para variar não consegui me concentrar direito, isso já vem acontecendo a uma semana, parece que tem alguma coisa na floresta me observando, isso está me incomodando e muito.

   Pego meu celular e meu fone, saio da sala sem ser vista -novidade- e sigo para o meu cantinho, que simplesmente é um banco embaixo de uma árvore perto da floresta na parte de trás da escola aonde praticamente ninguém vai.

   Chego lá, me deito no banco e respiro fundo sentindo o cheiro da floresta, amo esse cheiro ele faz me lembrar do meu maninho, aí que saudade dele, mesmo ele tendo feito oque fez eu ainda o amo e sinto falta, tenho certeza que a mamãe também se sente assim, mas não deixa transparecer por causa do meu pai.

   Aumento o volume do fone e começo a pensar na época em que minha vida realmente era feliz, com a família toda reunida, sem brigas e discussões.