Capítulo XVII

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   Já haviam se passado dois dias desde a cerimônia, era estranho pensar em tudo o que aconteceu e tudo em menos de um ano, mas a vida é louca assim mesmo!

   - Acho que a melhor maneira é nós atacarmos antes deles. -fala o beta de Ryan.

   A alcateia dele havia chegado um dia depois da cerimônia, foi difícil acomodar todos, mas conseguimos.

   - Concordo com ele! -falo dando um passo a frente - seria melhor dessa maneira, até por que se houvesse muitos estragos seria no território deles e não no nosso.

   - Por esse lado eu concordo! -fala Ryan.

   Estávamos na sala de reunião do conselho, o escritório de meu pai havia ficado pequeno para tantas pessoas.

   - Já está quase na hora do almoço, vamos para um pouco e depois nos reunimos aqui novamente, a uma hora, pode ser? -pergunta meu pai.

   Todos concordaram.

   Estava esperando meu pai do lado de fora quando Ryan apareceu.

   - Como você está com tudo isso? -perguntou parando ao meu lado.

   - Não te interessa! -respondo.

   - Me interessa sim, pois tecnicamente somos "casados" agora. -fala dando um sorriso de lado- Quer almoçar comigo? -pergunta.

   - Não! -respondo dando um sorriso cínico.

   - Vamos? Por favor! Para distrair um pouco desse tumulto todo! -pede e percebo que ele tem razão, estou precisando disso mesmo: distração!

   - Tudo bem! -respondo me rendendo.

   - Espera aqui! -fala e saí correndo.

   Eu hein! Que menino louco!

   Alguns minutos depois ele volta, dessa vez pilotando uma moto e que moto!Ela é vermelha e preta e daquelas grandes, simplesmente linda!

   - Já andou de moto alguma vez? -pergunta parando ao meu lado e me entregando um capacete.

   Coloco o capacete e abotoei o mesmo, subo na moto e me ajeito na mesma.

   - Nunca! -sussurrei em seu ouvido, já que estava próxima do mesmo.

   Ele me olha de um jeito estranho, como se eu fosse um alien, não me seguro e começo a rir.

   - Tudo bem, você vai se segurar assim. -fala pegando minhas mãos e passando por sua cintura, de modo que fiquei abraçada com ele. - E não me solte, ok?

   - Ok! -respondo mesmo me sentindo totalmente estranha de estar tão perto dele depois de tudo que aconteceu. 

   Em seguida ele dá partida saindo em alta velocidade, Ryan nunca fez o tipo que pilota com calma!

   A sensação era boa, o vento batendo contra o corpo, eu estando tão próxima assim de Ryan... Pena que durou pouco!

   A moto parou diante de um pequeno restaurante e o cheiro de humanos tomou conta de tudo.

   Desci da moto e entreguei o capacete que usava a Ryan que o dependurou no guidão da moto.

   - Vamos? -perguntou estendendo sua mão.

   - Vamos! -Falei pegando sua mão por mais constrangida que e possa estar.

   Entramos no simples restaurante e nos sentamos o mais afastado possível dos outros.

   - O que vocês vão querer? -perguntou um garçom que se aproximou da mesa assim que sentamos na mesma.

   - Um bife mal passado, arroz, uma salada e suco de limão por favor! -Ryan pede. - E você Ems?

   - Lasanha e uma coca-cola, por favor! -peço.

   O garçom se retira deixando-nos a sós.

  - Ems, eu sei que você está enfezada comigo, mas, vamos deixar isso de lado, por favor? -pergunta fazendo cara de cachorrinho que caiu da mudança.

   - Tudo bem Ryan, vamos deixar isso de lado por enquanto. - falo dando ênfase no por enquanto-  Não quero mais problemas para minha cabeça e estando bem com você já um a menos. -termino dando um sorrisinho.

   Alguns minutos depois o garçom voltou com os nossos pratos e meu santo Lobo! Nunca comi uma lasanha tão gostosa como essa!

   Ryan morreu de rir das caretas que fiz! Com coisa que ele não fez as mesmas caretas quando comeu o seu bife.

   Até que esse encontro não foi uma má ideia, me fez distrair, tirar um pouco essa coisa de guerra da mente.

   - Ryan, o que aconteceu com você depois que você fugiu da alcateia? Bem eu sei que você foi para a sua alcateia e se tornou alpha, mas é só isso quero saber mais. 

   - Não vamos falar sobre isso hoje Ems, por favor! Esse está sendo um dos melhores dias da minha vida... Não quero estragar nosso dia com esse assunto!

   - Tudo bem! -falo me deixando meu semblante abatido transparecer.

   - Vem! Tem outro lugar para nós irmos! Vamos ver se ele melhora essa sua carinha. -me beijou a bochecha e me puxa pela mão.

   Subimos na moto e de novo vamos em alta velocidade até uma montanha, que devo admitir tem uma vista linda!

   - Que lugar lindo Ryan! Como você o encontrou? -pergunto apoiando minha cabeça em seu ombro assim que nos sentamos embaixo de uma árvore.

   - Segredo! -responde rindo.

   - Chato! -reclamo e acerto um pequeno soco em seu braço.

   - Ems, falando sério agora, eu te trouxe aqui para eu te pedir desculpas, eu havia perdido o controle naquele dia e fiz uma borrada enorme! -fala se referindo ao dia em que ele matou Nona, a mulher que eu amava como eu amava minha mãe.

- Eu já te perdoei Ryan, mas não é só por isso que te perdoo, eu te perdoo por tudo que você já tenha feito de errado e sabe por que eu te perdoo? -pergunto o olhando  com todo o amor que poderia lhe dar- Eu te perdoo simplesmente porque eu te amo! -falo selando nossos lábios.


[...]


   - Acho que está na hora de voltarmos! -fala Ryan se levantando.

   - Sério? Não podemos ficar mais nenhum pouquinho?- pergunto fazendo biquinho.   

   - Ems, Ems... -falou sorrindo enquanto balançava a cabeça em negatividade- venha cá vem.

   Me levanto e vou ate ele me surpreendo com ele me pegando no colo e me beijando como se não houvesse amanhã, como se fosse um adeus, mas não vou reclamar pois estou adorando.Quando nos separamos senti seu halito quente em meu ouvido.

   - Quando chegarmos em casa eu lhe recompenso. -posso imaginar seu sorriso  malicioso estampado em seu rosto- Mas agora temos mesmo que ir, ainda temos muitas coisas para resolver.

   - Ok -falo suspirando enquanto subia na garupa da moto colocando o mais rápido possível o capacete para e Ryan não visse meu rubor. Mas eu ainda pude ouvir sua risada antes de ele vir me fazer companhia para podermos ir embora.

   O trajeto demorou alguns minutos, mas quando chegamos eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo.

   Estava tudo destruído...

   Havia lobos lutando por toda a parte.

   E sangue! Muito sangue!

Companheira do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora