Eu já estava noites em claro, minhas olheiras eram tão profundas quanto a dor em meu peito ao lembrar cada vez de Lukas.
Ver tudo que eu estava deixando para trás n era fácil, nada para mim parecia ser fácil ou comum pra dizer na verdade.
Em meios vários pensamentos que me ocorriam naquele momento, fui chamada atenção por Leandro.
-Eu preciso que vá num mercado ou alguma coisa do tipo e compre vodka e comida. Compra o que precisar.
Leandro jogou um bolo de dinheiro em cima de mim como se não fosse nada. Então me levantei e sai.
(...)
Sai com duas sacolas cheias e fui em direção a um dos carros de Leandro, joguei tudo no banco do passageiro e dei partida na chave do carro.
Na rádio tocava uma música que me lembrava minha infância. Era uma música que grudava na cabeça como chiclete gruda no cabelo.
Olhei para o lado oposto da rua que eu estava parada esperando o sinal abrir quando vi Lukas do outro lado abraçando o Dani e uma garota que eu não tinha visto até então, e entrando num uber junto com a garota.
Passei a tarde roendo minhas unhas de ansiedade, quem era aquela garota? Por quê ele ia abraçar o Dani e ela? Será que ele estava se despedindo?
(...)
No dia seguinte...
Acordei desorientada com alguém me sacudindo, abri mais um pouco meus olhos e me esforcei para acordar direito. Era a Carol.
- Vai ser agora anda.
Não falei mais nada, eu tinha entendido o recado, peguei as duas mochilas com roupas q estavam escondidas no piso falso, botei minha arma na cintura e fui andando até lá fora. Uma perua estava estacionada lá fora e Carol botava algumas coisas no banco de trás.
Abri o porta malas e joguei as duas mochilas lá. Corri para chamar minha mãe para corrermos antes que Leandro acordasse. Ajudei ela a se levantar e caminhar, aos poucos fomos saindo, abri a porta do carro e deixei ela deitada.
Estávamos prontos, encarei Carol com esperança nos olhos, subimos naquela perua o mais rápido possível, e seguimos estrada.