Capítulo 34.

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No dia seguinte nós arrumamos tudo pra ir embora, colocamos nossas coisas nos carros, tomamos café da manhã e uma da tarde a gente decide ir embora após pagar a pousada.

Molho meus pés na água e tiro o óculos do rosto, dou uma última olhada pro mar magnífico de Angra antes de ir embora. Coloco novamente o óculos no rosto e volto pra onde os meninos que discutiam alguma coisa.

─ Não vou levar esse pessoal no carro, vai várias pessoas bêbadas e se a blitz te parar? ─ Bruno e Arthur conversam em um tom alto.

─ Não vai pô, são só seis pessoas, mas se tu não quer dividir não tem problema, tu só leva as coisas todas na hilux? ─ Arthur faz a carinho do gato de botas e Bruno revira os olhos.

─ Beleza ─ vai pegar as coisas no carro de Arthur e colocar na parte traseira da hilux.

─ Vai quantas pessoas contigo que não tô sabendo? ─ cruzo os braços vendo meu primo revirar os olhos e bufar.

─ É só uma carona pro John e umas gatas, saca? ─ ele faz cara de safado.

─ Não vou presenciar cenas de sexo no seu carro e gente bebendo.

─ Então vai com Bruno... os moleques já iam comigo mesmo ─ ele abre uma latinha de cerveja e bebe.

Bruno chega bem quando seu nome é citado e abre a porta do passageiro para mim.

─ Não vai querer pra ir atrás, priminho? ─ debocho.

─ Hoje abro uma exceção pra você, priminha ─ ri mostrando suas covinhas. A barba dele estava por fazer, ele usava um óculos escuro, uma bermuda e uma camiseta, ele estava gostoso como sempre, e com aquele óculos ele ficava ainda mais maravilhoso.

Mas a gente ia esquecer tudo... não era?! Chega de pensar nele.

Abraço meu primo e entro no carro de Bruno totalmente cheiroso e arrumado. Era praticamente o perfume dele derramado em todo o carro.

O meu primo saiu na frente com o carro lotado e o som altíssimo, enquanto Bruno foi no banheiro e pegar coxinha pra levar. Gordo!

Fiquei fuçando o carro dele, só achei livros de direito, códigos de defesa, livros de códigos de direito, mais livros e livros, folhas de provas e códigos e um caderno... era anotações da faculdade, a letra dele era linda, toda redondinha e puxada, parece que era desenhada.

Diferente de mim. Minha letra era uma garrancho que nem eu mesma entendia o que escrevia. Algo a ser estudado pela nasa.

Quando eu avistei Bruno vindo eu me aquietei. Ele entrou, fechou as janelas e ligou o ar. Só dava cheirinho de Bruno no ar. Ele abriu um chocolate e comeu um pedaço me entregando e dando partida.

Dei uma última olhada em Angra já sentindo saudades.

─ Coloca o cinto ─ ele diz carrancudo e dou língua pro mesmo.

Ligo o rádio e coloco qualquer música pra tocar enquanto a gente seguia estrada pro Rio.

Ele ficava em silêncio enquanto dirigia, mas eu sabia que ele queria falar algo. No rádio começou a tocar "Sem Avisar - Henrique e Juliano" e ele aumentou. Ótimo!

Fiquei observando como ele dirigia, e pensando na nossa noite no dia do show. Havia sido tão bom, eu não sabia bem explicar. Me sentia de certa forma segura, sabia que ele não me machucaria ou pensaria em fazer mal para mim.

A única coisa que odiava era a boca dele longe da minha. Só isso.

─ Vamos ficar assim é? ─ pergunto abaixando o som. Meus pensamentos me matavam, ficavam corroendo e por isso a gente precisava colocar isso em dias.

Paraísos PerdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora