Gente por favor, leiam escutando: Say something de A Great Big World e The Fray - You Found Me.
Sentiria falta daquele cenário mais que tudo, sentiria falta do apartamento da loucura, das festas, resenhas e do jeito de se viver ali. Morar ali era tudo que sempre desejei, e havia realizado esse sonho. Aproveitei cada segundo com minha segunda família, aproveitei cada segundo com meus irmãos, não sei se um dia iria voltar a vê-los, não sabia de nada ao certo. Apenas sabia que eles seriam a melhor lembrança da minha vida, aquela lembrança que viria até mim em momentos tristes, aquela lembrança que me alegraria e faria um sorriso bobo surgir em meu rosto.
Uma amizade as vezes serve pra curar, às vezes a vida nos dá um baque, e temos em que nos firmar. Não é pai e nem mãe, são nossos amigos, algumas pessoas dizem que amigos não são famílias, eles estão errados, amigos são nossa família sim. Apesar da distância o sentindo jamais morreria dentro de mim, era incrível como aqueles meninos eram amáveis, era incrível o jeito na qual me apeguei neles. Mas agora eu iria partir, agora eu iria os deixar.
Abracei Sara em meu corpo, fui até as escadas pegando minhas malas e andando com o choro preso na garganta.
Parei enquanto caminhava e dei minha última olhada pro bloco B, o melhor bloco de todos, cujo o apartamento que ganhava era o 69. Deixo uma lágrima escapar por meu olho e abro um sorriso.
Continuo a andar rumo à recepção onde o táxi já se encontrava.
***
A cidade maravilhosa naquele dia estava especial de um jeito único. As luzes ainda do natal enfeitavam a cidade dando ainda mais brilho e beleza, pessoas vestidas de branco andavam pelo calçadão já querendo conquistar seu espaço na praia de Copacabana pra queima de fogos, e eu só sabia sorrir. Amava aquela cidade, amava morar ali e vislumbrar sua beleza todos os dias. Ali era meu lar, onde eu cresci.
Encostei minha cabeça na janela e respirei fundo enquanto acariciava Sara nos meus braços.
E então lembrei de Bruno, eu não podia deixar as coisas assim, simplesmente ir pra outro país e o deixar sem saber de nada, seria covardia de minha parte. Ele era meu namorado, meu noivo, meu homem, nada disso mudaria, era minha obrigação pelo menos lhe dar alguma explicação, ou sei lá, apenas o ver mais uma vez.
Pedi pro taxista parar em seu prédio, ele ainda devia estar lá, eu acho. E só pra confirmar lhe mandei uma mensagem, o mesmo confirmou. Ele ainda estava lá.
─ Eu já volto, vou deixar minha chihuahua aqui mas ela fica quietinha, não se preocupa ─ disse ao taxista que sorriu e apenas concordou.
Saí do carro sentindo a brisa em meu rosto, o vento bagunçou meu cabelo e eu fechei meus olhos respirando fundo. Fechei a porta e caminhei até o porteiro que nem precisou interfonar pra liberar minha passagem.
Pedi o elevador e fui o tempo todo rodeando o anel de noivado em meu dedo, com uma angústia e medo em meu peito. Estava nervosa, minhas mãos suavam.
Quando finalmente as portas metálicas se abriram no décimo primeiro andar eu saí em um movimento rápido, puxei o fôlego e caminhei devagar até a porta de seu apartamento que estava encostada. Parei antes de entrar, meu corpo ficou imóvel, eu tremi, senti minhas pernas bambas e minha garganta seca. Meus olhos se inundaram, eu percebi que não teria coragem, e quando ia dando um passo pra ir embora eu escutei sua voz rouca.
─ Lara? ─ ele abriu a porta e me virei o encarando. ─ O que está fazendo aqui?
─ Senti saudades ─ minto me aproximando e suspirando.
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Paraísos Perdidos
Ficção AdolescenteLara Miller é uma adolescente de dezesseis anos que vê sua vida virar de cabeça para baixo após ter que morar com seu primo universitário e seus quatro amigo irresistíveis. Lidando com problemas pessoais e tentando lidar com sua fase adolescente, La...