Capítulo 46.

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Eu andava tranquilamente pelo shopping com Léo, ele estava de braços dados comigo e olhava atentamente as vitrines pela qual passávamos enquanto mastigava o amendoim mexicano lentamente.

Nós havíamos lanchado no shopping, feito algumas comprinhas tanto de roupa como comida e agora passeavamos antes de ir embora.

Nessas horas, Léo tentou dar um passo é claro, mas eu sempre recuava, estava levando aquilo que tinha com Bruno sério até demais. Mas tudo isso era a pura paixão que odiava sentir, não sabia se era recíproco o que sentia por ele, e o mesmo não me dava sinais certeiros para descobrir. Às vezes eu ia pro apartamento dele depois da escola, nós almoçavamos juntos e às vezes nem transavamos, só ficávamos juntinhos assistindo séries ou então conversando sobre tudo um pouco. E eu gostava muito da presença dele.

─ Lara? ─ ouço a voz de Léo e saio do meu modo aéreo. ─ Há algo errado?

Eu meio que me faço de desentendida. Mas logo sei do que se trata o assunto e o puxo pelo braço para nós dois nos sentarmos num banquinho no shopping.

Eu fico meio desnorteada em como dar início ao nosso assunto, penso em várias palavras adequadas e abro a boca e fecho diversas vezes. Quando finalmente as encontro, digo:

─ Tenho uma coisa pra dizer... mas eu peço por favor que nada mude entre a gente, eu amo sua amizade e gosto demais de você, mesmo ─ digo segurando em sua mão enquanto ele sorria.

─ Eu já sei mais ou menos o que é.

─ Sabe? ─ arqueio a sobrancelha.

─ Não vou contar pra ninguém, não se preocupe. Eu só pensei que... ah, sei lá. Tanto faz... ─ dá de ombros ainda sorrindo.

─ Do que exatamente você sabe?

─ Você e Bruno, vi vocês trocando um selinho outro dia, no elevador ─ fala ainda segurando minha mão e agora fazendo círculos na palma com o dedo indicador. ─ Vocês formam um casal bonito, e torço pra dar certo.... mas... você sabe como Bruno é, não quero te ver magoada, o Bruno é meu irmão e amigo, conheço ele faz anos, sei tudo sobre ele, eu acho.

─ Não se preocupe ─ beijo seu rosto. ─ Nós não estamos namorando, bobo. É só meio que ficando...

Léo consente com a cabeça e fica em silêncio ainda segurando em minha mão e olhando perdidamente pro ar.

─ Quando vai contar pro Arthur?

Eu também olho pro nada enquanto faço círculos na palma da não dele.

─ Eu não sei ─ falo baixinho.

─ E pensar que opostos ficaram juntos... jamais pensei que... Bruno tivesse reparado em você, pelo histórico dele com Vivian, sempre pensei que o amor nunca tivesse acabado.

─ Mesmo assim, não temos nada de mais, nós só ficamos. Eu... não gosto dele ─ minto.

─ Tudo bem, mas isso não é da minha conta ─ ele me puxa e me envolve em um abraço. ─ Só não quero ver você machucada no final.

─ Não vai ver, prometo ─ garanto insegura.

Ele assente e me solta, e assim podemos passear mais um pouco juntos antes de ir pra casa.

Quando chegamos em casa já era seis e meia da tarde, o sol estava se pondo, a vista do céu era privilegiada, e eu era uma das pessoas que saiam em suas sacadas só pra admirar o céu.

Léo foi cozinhar uma lasanha pro jantar e eu fui pro quarto, meu primo estava jogado na cama dele e me joguei sobre o mesmo.

─ Tá fazendo o quê? ─ pergunto o vendo concentrado na tela do celular.

Paraísos PerdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora