Capítulo 40.

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Abro a porta do quarto bruscamente, ele está deitado em sua cama ainda de roupa e com o sapatênis no pé. Ele mexia no celular com uma expressão seria, fechei a porta e passei a chave.

Pulei na cama e ele me ignorou totalmente.

─ Bruno... tá zangado? ─ pergunto baixinho parecendo um animalzinho ferido.

─ Não, por que estaria? ─ ele pergunta calmo, é, ele está zangado.

─ Não foi bem assim...

─ Vai me dizer que ele te beijou e você estava indefesa? ─ me interrompe.

─ Não, nós nos beijamos, mas não há motivos pra ficar bravo. Como você mesmo disse... somos livres pra ficar com quem queremos, nós não temos nada um com o outro ─ digo calmamente e ele aperta o celular na mão. Ele não me responde, e aquilo me mata, me deito do lado dele e o abraço de lado, ele permite tal ato, pouso minha cabeça em seu peito e inalo seu cheiro delicioso. ─ Bruno?

Eu ronrono, ele não me responde, continua com os olhos fixados na tela do celular.

─ Batman? ─ ele suspira.

─ Hm... ─ murmura.

─ Olha pra mim.

Ele me olha e joga o celular de lado. Ficamos nos olhando um no olho do outro até eu quebrar o silêncio.

─ Me diz qual o problema... ─ peço de forma baixa, o aperto em meus braços. Ele tira minhas mãos dele e sai do meu lado subindo em cima de mim, fico de barriga pra cima o encarando.

─ O problema é que quero você só pra mim ─ ele me olha de forma serena, e estende o braço tocando meu rosto. ─ Não sou bom em dividir minhas coisas.

Abro um sorriso e ele se debruça e me beija lentamente. Passo meus dedos por sua nuca sentindo seu corpo quente em contato com o meu. Eu arfo quando ele desce seus lábios pro meu pescoço.

─ Ah, priminha ─ beija meu pescoço e morde minha orelha. ─ Você não sabe o quanto te quero, o quanto te quero só pra mim.

Ele para de me torturar com seus lábios molhados e macios e se deita novamente ao meu lado, mas agora me puxa pra perto de si, ele me abraça e ficamos de conchinha.

─ Eu também te quero ─ empino um pouco minha bunda e ele arfa em meu ouvido.

Me viro e o beijo lentamente, minha mão boba desce pra sua barriga onde eu a acaricio, e depois desce até sua calça jeans onde posso sentir sua ereção crescer em minhas mãos. Ele aperta minha bunda e morde meu lábio.

E então eu me levanto antes que a gente fizesse bobagem ali.

Ele me olha com desdém e bufa.

─ Olha como você me deixou, priminha ─ passa a mão por cima de sua calça e vejo o volume ali.

Dou um sorrisinho e me ajeito antes de sair do quarto e o deixar sozinho ali.

Volto pra cozinha e vejo Léo lá mexendo no celular, vou no freezer e pego sorvete comendo.

─ Falei com ele... está tudo bem ─ digo e Léo suspira e depois abre um sorriso.

─ Se quiser escolher o lugar pra gente sair... ─ ele diz dando de ombros. ─ Eu falo com seu primo qualquer coisa.

─ Podemos ir no cinema ─ opino. ─ Eu vejo direitinho e te digo.

Beijo a bochecha dele e o mesmo assente. Vou pra sala e nesse momento chega a cambada: Diego, Peter e meu primo.

Diego já vai logo roubando meu sorvete e Peter vai brigar com ele pra também comer.

Meu primo me abraça e me suspende. Bato nele pro mesmo me colocar no chão.

─ O que tava fazendo hoje de tarde hein? ─ cruzo os braços fazendo carranca.

─ Na empresa de papai, ele já quer me colocar pra fazer treinamento, quer passar logo a administração pra mim.

─ Mas ainda falta cinco semestres pra ti ─ digo me referindo à faculdade.

─ Pois é, mas isso não é problema pra ele ─ rimos.

Meu tio, o pai do Arthur, era do mesmo jeitinho de Arthur. Cachaceiro, gordo e doido. Já que ele era chefe, ele trabalhava de samba canção e terno, era muito engraçado.

Já é de se imaginar pra quem esse rapaz aqui puxou.

Meu primo vai abraçado comigo até a cozinha e então vê a macarronada e vai logo comer igual um morto de fome.

Léo vai tomar banho pro serviço e ficamos ali zoando como sempre.

Mais tarde descemos pra piscina, mas não estava afim de tomar banho e só fiquei vendo os quatro fazendo competições e brincando dentro da água. Mas não adianta dizer não, Bruno me pegou no colo e se jogou na piscina comigo. Que ódio!

Depois eles foram jogar vôlei na quadra de areia e eu apenas assisti.

Lá por umas onze da noite a gente subiu cansado e cada qual foi pro seu quarto. Aliás, hoje ainda era quarta.

Mas meus pensamentos em momento algum saiam do Brutamontes idiota. E eu me pegava rindo sozinha.

Já que eu não conseguia dormir e muito menos Arthur, eu pulei na cama dele a gente ficou conversando como a gente fazia nos velhos tempos até pegarmos no sono juntos.

Paraísos PerdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora