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assim que entrei em seu quarto o vi tentando pular a janela.

- Não me diz que você vai se matar, por favor, eu vou ser a principal suspeita.

- Claro que não sua ridícula. Se eu fosse me matar pensaria em uma morte mais legal. Cair da janela é muito clichê.

- O que está fazendo então?

- Tentando ir a um show.

- Um show? Por que simplesmente não foi de carona com mamãe?

- Porque ela meio que não sabe.

- E por que só não saiu pela porta da frente depois dela ter ido embora?

- Porque meio que não era pra você saber também.

- Certo. Agora eu sei. E claro, meu silêncio custará caro.

- Quer vir comigo?

- Oi?

- Posso conseguir mais um ingresso. Você vem comigo, saímos um pouco mais cedo, e voltamos antes de mamãe e papai chegarem.

- Não acho que seja uma boa...

- Vamos, Julie! Sua vida é tão sem graça.

- Ei! Não é não.

- Certo. Me de um motivo pra eu estar errado.

- Ok. Eu vou. Não por admitir que minha vida é chata, mas por não ter pensado em nada pra cobrar de você. Vamos?

- Vai de pijama?

- É melhor eu me trocar... Em que tipo de show vamos?

- Rock.

- Beleza. Já volto.

Resolvi bancar a gótica. Pus uma calça jeans preta, uma blusa preta, com um colete, dessa mesma cor. Um gorro preto, junto com um tennis jeans. Passei muito rímel, e fui até o quarto de Léo.

- Vamos?

- Que linda.

- Obrigada.

- Vamos.

- Onde vamos conseguir meu ingresso?

- Um amigo meu.

- E uma identidade? Tenho apenas 13.

- Esse mesmo amigo.

Léo pegou seu carro. Fui na frente conversando com ele. Paramos na casa desse tal amigo. Ô lugarzinho pavoroso.

Léo desceu do carro e me mandou ficar lá dentro. Estava com medo demais pra desobedecer.

Ele foi rápido. Pegou rapidamente o que precisava e voltou para o carro.

- Seguinte. O show acaba as duas. Mais ou menos a hora que mamãe costuma voltar. Então voltamos até a uma, certo? - ele pergunta, como se eu realmente tivesse opção alguma de discordar.

- Certo.

Chegamos ao local do show. Léo parou o carro e desceu. Desci logo atrás dele.

- Seguinte pirralha, aqui não é brincadeira. Você fica perto de mim e qualquer coisa grita.

O show estava tão incrível. Léo conseguiu nos meter lá na frente.

Nunca havia ido a um show assim. Eu dançava e "cantava" igual uma fã louca, mesmo sem saber nenhuma música.

Lá estava eu, Julie Copper, admitindo estar me divertindo com meu irmão babaca. Afinal, onde está ele? Certo. Perdi o Léo de vista.

Essa é a hora que eu devia gritar, mas foi só olhar pro lado pra ver ele ali, se agarrando com uma menina qualquer. Simplesmente ignorei, e continuei curtindo.

Nunca tinha pensado em me divertir tanto em uma segunda-feira. Léo chegou atrás de mim e me puxou pelo casaco.

- Vem. Tá na hora da gente voltar. E lembra, a mamãe nunca poderá saber que você esteve aqui. Muito menos o papai.

- Relaxa.

Voltamos pra casa e fui dormir, toda borrada de rímel, já que estava cansada demais para lavar o rosto.

Na escola já tinha mais coisa pra contar pras meninas.

Ele tinha mencionado o fato de falar pra mamãe, o que não incluía a Jade e a Mafe. Eu acho.

A semana passou bem rápido. Já era sexta de novo.

Eu estava com medo de me deprimir pensando em Jacob, então chamei as meninas e fomos ao shopping, esfriar a cabeça.

As coisas com o Mark estavam ótimas. Não tínhamos nada, mas de vez em outra ele me cumprimentava com um selinho.

No shopping nós fomos direto à praça de alimentação.

Comemos sanduíches e compramos sorvetes.

Depois andamos naqueles bichinhos de shopping, como três crianças, e fomos em algumas lojas.

Foi uma tarde super gostosa, e depois as meninas acabaram dormindo lá em casa.

O resto do mês foi normal, não aconteceu nada demais.

Mas já se passou um mês. Um mês que Jacob viajou. Um mês que me rendi ao Mark. Um mês que pareceram três anos.

O baile estava chegando, e eu realmente não sabia com quem iria.

Estava meio desesperada. Sempre sonhei em ir com Jacob, mas ele não estaria aqui.

Nesse mês acabei me aproximando de Mark. Ficamos amigos, ou talvez um pouco mais que isso.

De qualquer modo, ele era a única pessoa que podia me animar em uma segunda, como hoje, que eu não teria o Jacob comigo pra tocar piano.

- Julie! - ouço entrando na escola.

- Fala! - respondi vendo que era o Mark.

- Você vai fazer algo a tarde?

- A tarde não. Mas a noite tenho aula.

- Você quer ir ao parque? Comigo? Depois da aula?

- Sim! Claro!

O dia passou voando. No final das aulas entramos juntos no ônibus e acabamos descendo uma parada antes, para irmos caminhando até o parque.

Começamos a andar em um caminho entre as árvores, e Mark começou a falar:

- É... Eu precisava falar com você sobre uma coisa.

aaa, comentem o que vcs acham que ele quer falar pra ela
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Maybe, she loves he ❥J.S/M.TOnde histórias criam vida. Descubra agora