Capítulo 9 - Minha protegida

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Algum tempo depois...

Camila Pov

Estava em casa, tranquei todas as portas e janelas. Fazia frio lá fora e eu sentia meus ossos doerem. Seria esse o efeito da lua cheia? Se sim, eu detestei. E ainda por cima estava sozinha, não sabia se ia doer, se eu me transformaria. Eu não sabia de nada, só o que me contaram, e pelo visto omitiram a parte de que eu poderia ouvir até o que o vizinho estava fazendo. Meus olhos ardiam, minha gengiva formigava, tentei manter minha respiração calma. Eu ainda precisava de algo para acreditar completamente nessa história. Para mim ainda estava muito vago.

Fechei os olhos e tentei isolar os barulhos, deu certo, por um tempo. Ouvi um uivo ao longe, e quando abri meus olhos quase cai da cama, um vulto preto estava em minha janela; deu duas batidas e apontou para a trava que mantinha a janela fechada. Caminhei devagar quando a pessoa não fez nenhum movimento, ela poderia quebrar e entrar, mas não o fez. Meus sentidos estavam em alerta, peguei um taco de basebol no canto da cama e fiz o caminho até lá.

Após destrancada me afastei e posicionei o taco para atacar a qualquer momento. Assim que a pessoa com uma capa preta cobrindo seu corpo e rosto entrou, ela caiu ao chão.

— Hey você. Está vivo? — cutuquei-o com o pé. Me aproximei e tirei o capuz que cobria seu rosto. E meu corpo se arrepiou por completo, seus olhos estavam escuros não no tom verde que eu sempre lembrava. — Por Deus, o que aconteceu com você?

Ela nada falou, estendeu a mão com uma seringa e fez um movimento para aplicar. Então eu fiz, devagar inseri a seringa com um líquido vermelho nela.

Fiquei ao seu lado por cerca de dez minutos. Sua respiração estava calma, quase acariciei seus cabelos. Lauren desse modo não parecia o monstro que diziam ser.

Sua mão se mexeu e tirou do bolso outra seringa, só que está com algo transparente dentro.

— Você vai precisar. — falou rouca.

— O que é isso? — Falei pegando na mão.

— Um supressor, vai inibir seu cheiro, princesa. — sua voz estava carregada de cansaço.

— Levante do chão e fale olhando nos meus olhos! — falei um pouco alto.

Ela bufou e em um piscar de olhos se levantou, pude ver seu abdômen devido ao rasgo em sua camisa, levei mais tempo olhando aquele local do que deveria; ela pigarreou e desviei o olhar.

— Tive um contratempo vindo até você. — apontou para a ferida quase cicatrizada. Me senti culpada. — Não se culpe, eu adoro uma boa briga.

Eu nunca ia me acostumar e nem gostava dela invadindo minha mente. Era desagradável e me fazia querer saber o que se passava na dela quando ela me fitava de forma intensa, seus olhos caíram sob meus lábios, e em um movimento involuntário eu os mordi.

Ela veio em minha direção e tirou a seringa de minhas mãos.

— Porque não foi até a mansão? Pensei ter pedido a Dinah para lhe avisar. Você deve ir sempre que for lua cheia. — falou quase irritada.

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