Capítulo 82 - Decisão

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Lorenzo Jauregui POV.


É uma ponte suspensa a 45 metros de um rio. Naquele sábado nós fomos no SUV de Justin, o cara era um babaca mas gente boa. A maioria das pessoas tinha que ter autorização dos pais para pular — eu simplesmente falsifiquei a assinatura de Camila. Depois de uma hora de explicação e de assinar uma papelada que dizia que se morrêssemos nossos pais não entrariam com um processo, ficamos responsáveis por nossas vidas. E nos alinhamos para pular da ponte.

Porque falsifiquei a assinatura da minha mãe? Simples, depois de um sermão ela disse que era muito perigoso, mesmo minha outra mãe, Lauren, autorizando. Coisas de mães. Elas sempre discordam quando o assunto sou eu.

Lauren é mais liberal, me ensinou muitas coisas dentre elas a como me virar em situações de perigo. Camila era a protetora, eu não a culpo, as amo demais.

Mas esse é o passeio do ano, nunca vamos para um lugar assim depois de nos formarmos.

— Não acredito que você me convenceu a entrar nessa. Péssima ideia — disse Jessica, andando de um lado para o outro na frente da ponte. Ela parava de tempos em tempos e seus ombros tremiam. — Você vai conseguir — murmurava baixinho.

— Vai pular comigo? — perguntou Alice para Justin, toda pendurada nele.

— Todos vamos pular sozinhos, gata — disse ele. Alice se curvou para um beijo.

Notei que sua boca estava aberta, enquanto Justin manteve a dele fechada. Foi um beijo esquisito, desigual. A garota faltava ficar pelada na frente dele e ele sempre ignorava.

— Quero ir primeiro! — berrou Alice e deu um abraço em cada um.

— Graças a Deus — sussurrou Tony, se sentando no meio-fio da ponte.

— Promete pular logo depois de mim? — perguntou Alice para Justin. Ela disparou um olhar para mim e depois deu um beijo no rosto dele.

— Claro — respondeu Justin. Alice tomou seu lugar na ponte.

Ela ficou no parapeito com os dois braços esticados e depois se inclinou para a frente. Deu um berro e então sumiu. Todos corremos para o parapeito. As pontas do cabelo dela quase tocaram o rio. Ela manteve os braços esticados e seu corpo fluiu com os movimentos da corda.

Tive uma tontura olhando ela balançando de um lado para o outro como uma boneca. Alice subiu, quase retornou à altura da ponte, e voltou a cair. Do jeito que seu corpo estava mole, deu para perceber que ela confiava plenamente na tecnologia. Como eu faria aquilo? À medida que a corda ficava mais lenta, Alice pairava no ar mais languidamente, de um lado para o outro, e seu cabelo balançava com o vento.

Me afastei da borda tomando um fôlego. Era irado. Cada um dos meus amigos pularam em seguida, eles gritavam o tempo todo, logo, as únicas pessoas que sobraram para pular eram Justin, Tony e eu.

— Vamos Tony! — gritou Alice da beira do rio.

Olhei sobre o parapeito, surpresa de verdade por Alice ter dito algo legal para Tony. Quando vi, notei que as garotas estavam pegando sol. Debaixo das roupas elas usavam biquínis vermelhos combinando. Tony subiu no parapeito. Ele fechava e abria as mãos.

— Minhas mãos estão suando. Minhas costas estão suando. Estou nojento. — Ele se virou e jogou o boné de beisebol para mim. — Não acredito que estou fazendo isso. Quero vomitar.

— Bela camiseta — disse Tony para o Justin e depois olhou para mim. — Estou ouvindo minha mãe, "Tony, por que você quer se matar?"

Ri tanto que o peito doeu. Acredito que se Camila estivesse aqui diria a mesma coisa, e me arrastaria até em casa pela orelha.

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