Capítulo 3 - Doctor

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Camila POV


O dia começou como qualquer outro. Era uma tarde quente de outubro. O ar estava parado como se estivesse segurando uma tempestade. Eu tinha planejado passar algumas horas praticando cooper, coloquei uma calça de corrida, um top preto, amarrei os cabelos em um rabo de cavalo. Estava pronta, saí em busca de um parque torcendo para que tivesse uma longa calçada para eu poder correr livremente.

Uma hora e meia depois, notei que corri além do que poderia. Afinal estou em alguma área do parque que desconheço, só vejo árvores a minha volta. É definitivo, estou perdida. Curvo-me em meus joelhos tentando tomar fôlego, foi uma corrida e tanto. Mesmo com os olhos fechados, eu senti alguém se aproximar. Ótimo, era só perguntar o caminho de volta. Virei-me e me deparei com absolutamente ninguém, mas eu tinha certeza que ouvi passos.

— Está perdida? — uma voz soou perto de mim. Virei em direção a ela.

— Puta merda! — falei levando a mão ao peito. — Jesus! Da onde você surgiu?

— Mil perdões, eu estava caminhando um pouco e vi você, achei que estivesse com problemas. — A morena falou apontando para o meio das árvores. Seus olhos percorreram meu corpo e por um momento me senti incomodada. A mulher era alta, cabelos negros, e tinha curvas esculpidas pelos deuses.

— É, eu me distraí na corrida e vim parar aqui. — falei um pouco mais calma. — Sou nova na cidade.

— Ah! Está explicado. É só seguir reto por onde veio, não há erro. — falou apontando pelo caminho que fiz.

— Oh, obrigada... — pausei querendo saber seu nome.

— Normani. E me desculpe pelo susto. — falou sorrindo.

— Sem problemas, sou Camila. — apertei sua mão em um cumprimento rápido. — Vou indo, obrigada de novo. — falei acenando e refazendo meu caminho.

Tomei um banho gelado assim que cheguei em casa, hoje eu estava de folga mas tinha que ficar atenta ao bip, poderia surgir alguma emergência no hospital.

Preparei pipoca, algumas guloseimas e bebida sem álcool, meu plano era passar o resto do dia vendo minha série favorita. Já era o segundo balde de pipocas e o sexto episódio seguido de Friends passava na TV. Eu estava quase dormindo quando o barulho do bip fez eu pular do sofá, e meus planos de uma noite calma foram ladeira abaixo.

Tirei o moletom que vestia as pressas, quase tropeçando em minhas próprias pernas, peguei o casaco em cima do sofá e saí o mais rápido que pude.

Cheguei ao hospital e estava um tanto movimentado, pessoas entravam em macas a todo momento. Os enfermeiros prestando socorros ali mesmo no corredor.

— Camila, que bom que veio. Precisamos de ajuda na sala 2. — uma das enfermeiras disse.

— O que aconteceu? — perguntei amarrando meu cabelo em um coque.

— Um acidente de ônibus. O motorista saiu com pequenas escoriações. Ele está alegando que viu algo no meio da pista e perdeu o controle. — falou me guiando até a sala 2.

— Algum caso grave? — tornei a perguntar.

— Bom, não devido ao acidente. — falou e parei de andar, não entendendo.

— O que tem na sala 2?

— Veja por si mesma, Doutora. — abriu a porta e me deu passagem. A sala 2 era destinada a casos delicados.

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