Não abra a porta.

Olá, assassina.

Eu realmente não acredito.
Na minha frente estavam Clara e Carol, como assim?

Perguntei meio desorientada.

- Vocês as mataram?

Carol olhou pra mim com os olhos cheios de lágrima.

- Eu não as matei, foi Clara. Ela é esquizofrênica.

Eu olhei pra Clara e chorei. Eu não conseguia sentir raiva, apenas tristeza.

- Então a culpa não é bem dela. Não é?

- Infelizmente a culpa é dela. Sinto muito Emma. Eu, eu não queria que minha irmã fosse a assassina. Me perdoe.

Clara não falou nada, ela apenas observava, um pouco assustada.
Carol me contou como descobriu que Clara era a assassina.

- Ontem, nós fomos na praça, tomar sorvete. E Clara começou a falar coisas estranhas, sem nexo. Meus pais e eu sabíamos que ela era esquizofrênica, mas como o caso dela não era grave, preferimos omitir isso das pessoas, pra Clara não sofrer.

- Então foi por isso que não consegui falar com vocês ontem...

- Sim... Mas voltando... Ela começou a falar "Me desculpe, eu não fiz por querer. Na verdade só uma eu fiz por querer, estão culpando ela. Ela não é a culpada e então resolvi acabar de uma vez, assim ninguém mais culpa ela."
Eu estranhei, e perguntei "Você está falando de que Clara?", e ela na maior naturalidade do mundo me respondeu "Ora, de quem mais eu poderia estar falando? É lógico que é da Kendall e da Laura.". E então eu associei as coisas e liguei pros meus pais, que vieram imediatamente e nós a levamos pra delegacia. Daqui a pouco ela vai conversar com a psicóloga e nós vamos entender melhor essa história.

Eu fiquei impressionada. Eu nunca imaginei que Clara fosse capaz disso. Nunca.

- Eu... Eu não sei nem o que dizer...

- Tudo bem...

A psicóloga entrou na sala.

- Por favor, me deixem sozinha com Clara.

E assim nós saímos da sala, é Clara ficou lá falando com a psicóloga.