Não abra a porta.

A psicóloga

Clara ficou na sala conversando com Giulia, a psicóloga.

- Mas me diz, por que você quis matar Kendall?

- Não te interessa.

- Se você não colaborar, vai ficar muito difícil pro seu lado.

- Um dia ela roubou meu biscoito.

- Você a matou por causa de um biscoito?

- Não, eu a matei sem querer.

- Como você a esfaqueou sem querer?

- Moça eu juro que foi sem querer!

- Você desmaiou depois que ela foi esfaqueada, certo?

- Sim, eu tenho aversão a sangue.

- Se você não se sente bem com sangue, por que matou ela?

- Eu vi na cozinha da minha mãe uma faca muito linda, parecia um espelho. Então resolvi usar como espelho.

- Sim, continue contando... - Giulia disse enquanto gravava e anotava algumas coisas.

- Antes da luz acabar, eu estava me olhando nesse espelho.

- As meninas não se assustaram com a faca?

- Elas não viram a faca, eu estava com ela dentro da minha mochila.

- Continue...

- Quando a luz acabou, eu fiquei irritada porque não conseguia mais me ver. E acabei acertando a faca com força na pessoa que estava perto de mim.

- Foi assim que Kendall morreu então...

- Quando a luz voltou, que eu vi ela esfaqueada, eu desmaiei.

- Eles não encontraram a faca que você a matou, onde você colocou?

- Eu não me lembro.

- Tem certeza?

- Absoluta.

A psicóloga decidiu não ficar perguntando mais sobre onde a faca estava.

- E Laura, por que você matou?

- As pessoas achavam que ela era a assassina, e eu sabia que não era ela. Então pensei "Se eu a matar, ninguém vai achar que ela é a culpada pela morte da Kendall."

- Que horas você a matou?

- No enterro, quando a mãe de Kendall estava fazendo escândalo. Eu chamei Laura pra mata, e amarrei uns sacos plásticos nela. E ela ficou sem ar.

- Você se arrepende de ter matado as duas?

- Acho que sim...

- Acha?

- Pelo menos deu alguma emoção na nossa vida...

A psicóloga olhou assustada pra Clara e ligou para os pais delas.

"Sua filha precisa ser internada." - Ela disse.