Não abra a porta.

"Feliz" aniversário

|| 1 ano depois ||

Muita coisa mudou nesse 1 ano.
Eu mudei de escola, pois sabia que ia ficar um clima estranho se eu continuasse lá. Carol também mudou pra mesma escola onde agora eu estudo.
1 ano se passou depois das mortes, então hoje é meu aniversário.
Não quis fazer absolutamente nada hoje, nem almoço nem bolo. Apenas peguei minha bicicleta, passei na floricultura e fui ao cemitério.
 
Ao chegar lá, várias pessoas estavam colocando flores no caixão de Kendall. Inclusive a Beatriz Alves e o Nicolas.

- Sei que nós não fomos amigos de Kendall, mas isso não nos impede de colocar flores. O que aconteceu foi algo trágico. - Beatriz disse e Nicolas apenas concordava.

- Aham...

As lágrimas não paravam de cair do meu rosto, e eu as enxuguei e fui falar com a mãe de Kendall.

- Tia...

- Emma, dessa vez eu vou falar primeiro. Me desculpe por ter te julgado como assassina, você sempre amou minha filha. Peço que você me perdoe.

- Tia, lógico que eu te perdoo. - nessa hora as lágrimas caíram e eu dei um forte abraço nela.

Vários familiares de Kendall estavam lá, as crianças com cartinhas ou desenhos, os adultos com flores.
Resolvi ir, eu sabia que ainda tinham familiares de Kendall que me julgavam. Então eu olhei por mais alguns segundos e imaginei o sorriso de Kendall, e voltei para casa.

•• chegando em casa ••

- Feliz aniversário filha...

- Mãe, meu aniversário nunca mais será o mesmo.

- Ah filha, eu sei... Só estava tentando te animar...

Eu olhei para os olhos da minha mãe e a abracei.

- E essas flores? Para quem são?

- Não acredito que eu esqueci de colocar as flores para Kendall! Eu tenho que voltar lá!

- Volte mais tarde minha filha! Seus tios já estão chegando.

- Eu disse que não queria comemorar meu aniversário mãe! - eu gritei.

- Minha filha, você tem que continuar sua vida! Supera!

- Você não está entendendo!

Chorei e corri pro meu quarto. Me tranquei lá.
Aos poucos eu escutava parentes chegando e minha mãe explicando minha situação.

- É que hoje faz um ano do que aconteceu... Vocês sabem né? - minha mãe dizia pros parentes.

Depois de um tempo minha mãe bateu na porta.

- Filha, vem almoçar! Seus tios e primos estão aqui, eles querem te ver.

- Eu não vou descer. Eu vou ficar aqui e só saio pra voltar ao cemitério.

  Aliás, só tinha uma única pessoa que eu realmente queria ver: o Dani, meu priminho.

A fome foi aumentando e eu abri todas as minhas bolsas para ver o que tinha de comida. Resultado: achei uma barrinha de cereal, 2 chicletes e um pacote de biscoito vazio.

- É o que temos pra hoje. - eu disse pra mim mesma.

Devorei a barrinha de cereal e eu sabia que tinha que me manter até as 16:00 com 2 chicletes.

As horas foram se passando, e eu resolvi sair do quarto. Eu sabia que ainda tinham parentes lá em baixo, mas a fome falou mais alto.

Me arrumei, peguei uma mochila, coloquei as flores dentro dela, e coloquei o chiclete também. E desci.

- Até que enfim você desceu filha!

Abri a geladeira peguei 2 maçãs, dei um abraço no Daniel e disse:

- Obrigada por terem vindo, mas eu realmente não queria nenhuma "festinha" hoje. - e aí, eu fui embora.

Escutei minha mãe gritando pra eu voltar e meu pai dizendo: "Deixa ela, hoje é um dia complicado".

Peguei minha bicicleta e fui para o cemitério. Ao chegar lá, vi uma pessoa vestida toda de preto colocando flores pra Kendall, não consegui identificar quem era pois a pessoa estava de lado e seu cabelo não deixava ver o rosto.
Fui correndo, queria colocar as flores e queria descobrir quem era a tal pessoa.
Quando fui me aproximando a pessoa saiu desesperada, sem nem olhar pro meu rosto.

- Ei! Ei! - eu gritei.

E a cada palavra que eu dizia a pessoa ia andando mais rápido.
Até que eu corri e puxei a pessoa.

Foi uma surpresa enorme.
A tal pessoa era a Bella.