Até que enfim, descobrimos.

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Minha mãe me chamou, e pelo tom de voz dela, a coisa era séria.

- Tenho uma notícia.

- Por favor, que não seja mais uma morte. Eu realmente não vou aguentar se mais alguma amiga minha morrer.

Eu estava acabada. Literalmente.
Acabada tanto psicologicamente quando fisicamente, eu estava cheia de olheiras desde o meu aniversário e vivia com o cabelo bagunçado. Minha sorte é que já estávamos quase entrando nas férias de meio do ano, então eu pude faltar essas ultimas aulas.

- Não, ninguém mais morreu. Mas precisamos ir para a delegacia, agora.

Minha mãe me obrigou a me arrumar direito. Eu coloquei uma calça jeans, um tênis e uma blusa escrito "Faça deste o melhor dia de todos.". Achei aquela frase irônica, afinal meu dia só ia ser o melhor de todos se minhas amigas estivessem aqui. E elas não estão.

Nós não falamos absolutamente nada enquanto minha mãe dirigia. Não era aquele silêncio perturbador, mas era um silêncio confortável.

Chegamos na delegacia.

- Boa tarde dona Sônia, boa tarde Emma.

- Boa tarde delegado.

- Dona Sônia me acompanhe até a minha sala, Emma espere aqui por enquanto.

Eles demoraram na sala. E eu fiquei durante mais ou menos 1 hora destruindo um copo descartável, e assistindo ao programa chato que estava passando na televisão.

- Emma, por favor, venha aqui.

Minha mãe falou com um tom meio espantado.

- Aconteceu alguma coisa? Podem me falar, eu aguento!

Nessa hora minha mãe olhou nos meus olhos e falou.

- Descobriram quem matou as meninas.

Naquele momento eu só consegui chorar mais um pouco, um choro misturado com raiva.

- QUEM É? ME DIZ!

- Nós vamos te levar pra falar com a pessoa que matou as meninas.

Eu realmente podia quase matar a pessoa que fez isso. Ela tirou as minhas melhores amigas de mim.

Me levaram até a uma sala, cuja porta fechada estava escrito "Psicóloga".

- VOCÊS ACHAM QUE ME ENGANAM? VOCÊS QUEREM ME LEVAR PRA PSICÓLOGA E DEPOIS ME INTERNAR! EU NÃO SOU LOUCA!

- Filha, calma! Quem é louca na verdade, é a assassina.

Opa. Pela forma como minha mãe disse, é uma garota.

- Vou abrir e peço que você converse com ela tranquilamente. Na verdade, com elas.

Com elas? Como assim?

Ele abriu a porta.

- Não acredito. - eu disse.

Não abra a porta.Onde histórias criam vida. Descubra agora