jared
Eu sabia onde Dylan estava.
E eu não deixaria de estar lá também.
Mesmo sabendo o que viria a acontecer comigo, mas prometi para mim mesmo, quando me armei até os dentes. Que se for para morrer, duas covas serão cavadas, a minha e a dele.Eu seguia com a moto em alta velocidade, rumo ao galpão.
A minha frente estava Erick, no meu Audi. Ele se ofereceu. Na verdade ele quase implorou, ele nunca foi alguém com muitos escrúpulos, antes, sempre quis ir para o exercíto, mas como não era bem o que eles queriam... Ele foi para o outro lado. Se tornou um sniper para o narcotráfico. Eu o conhecia desde sempre, crescemos juntos em um bairro simples de Louisiana, ele acabou indo para o crime. E eu trabalhando em uma oficina. Mesmo sabendo o que ele fazia e não me envolvendo, continuei sendo seu amigo. Naquela época, eu achava que meu pai... Era apenas o patrão da minha mãe, que trabalhava como doméstica.Apesar de tudo, era uma época mais simples. Minha mãe estava viva. E mesmo não tendo o dinheiro que tenho agora... As coisas eram mais fáceis.
Milhões de coisas se passavam pela minha cabeça naquele momento, eu não poderia simplesmente me jogar de um penhasco?
Mas a palavra "simplesmente" nunca esteve em meu vocabulário.
Sempre foi 8 ou 80.Parei minha Harley, perto da rodovia, e desci pelo barranco até avistar o galpão, desci observando a área, empunhei o revólver e caminhei, o grande portão estava com uma fresta aberta. Tão óbvio.
Retornei para perto da minha moto, montei, a engatei e simplesmente dei meia volta.
Voltei a rodovia que cortava o lugar e dirigi alguns metros, encostei minha moto em uma árvore, e subi na mesma, me esgueirando pelos galhos até avistar o milharal que ficava aos fundos. Era a única forma. O galpão era extenso e havia uma pequena "casa de ferramentas" a pelo menos 70 metros do galpão.
Sorri de lado.Retornei com minha moto até o ponto do barranco na rodovia, e caminhei até o início do milharal.
Segui pelo mesmo, que me cortava vez ou outra com suas folhagens.Cheguei em um ponto bom e simplesmente atirei seguidas vezes, e corri sem parar pelo milharal sem me importar de estar me cortando inteiro, desci o barranco que dava para o galpão.
Avistei os outros correndo ( menos Dylan ) rumo a casa de ferramentas. Bingo!
Ouvi tiros.
Obrigado Erick!
Foi bem propenso esse milharal ser tão perto da casa de ferramentas.
Fui sorrateiro até o galpão, até a porta que os outros saíram, e entrei por alí, a trancando.
O lugar estava cheio de caixas.
Avistei Carter ao longe, amarrada em uma cadeira.
E tinha um homem atrás dela.
Eu vou me odiar por fazer isso, mas vou me odiar mais se não tentar.Atirei bem na nuca.
Ouvi um grito estridente de Carter.
Ela não estava amordaçada.
Corri até ela.
Ela olhou para mim assustada.
- Jared o que faz aqui? Por favor, vai embora. Vão te matar. O que você fez? Você matou aquele cara? - Soltou muito assustada, ela estava chorando sem parar enquanto eu a desamarrava, ela estava tremendo e evitando olhar o corpo ao seu lado. E eu também. Eu sei quem era aquele homem. Foi um dos malditos que ajudaram a matar meu pai, e matar o homem na divisa de Norfolk para me incriminar.
- Eles te machucaram? - Perguntei preocupado.
- Só escoriações - Respondeu, me abraçando.
- Não temos tempo! Vamos! - Disse me afastando rápido, e a puxando, nós seguimos pelas caixas rumo ao portão da frente, mantendo Carter sobre meu abraço.
Nos aproximamos do portão.
Sussurrei para Carter, um plano um tanto falho, mas que possivelmente era nossa única saída. "Assim que sairmos, vamos correr em direções opostas pelo barranco, o meu carro está do outro lado da rodovia, é um Audi. Erick estava aqui e possivelmente foi com a Harley. Você fica com a chave, e qualquer coisa foge e vai até a polícia, se eu não estiver morto eu terei fugido. NÃO OLHE PARA TRÁS!" Deixei claro, era melhor que ela seguisse sozinha, e ficasse segura.
- Vamos os dois. Você espera que eu deixe você aqui? - Indagou, segurando firme a chave do carro.
- Vou ficar bem, confie em mim - Respondi tentando parecer convincente e ela assentiu me roubando um selinho.
Fomos rumo a portão, enquanto eu analisava a área.
Onde Dylan se meteu?
Eu sabia que ele estava aprontando justamente por esse silêncio todo.
Então, olhei para Carter ao meu lado, me virei para ela, apenas para ve-la mais uma vez. Talvez pela última.
- Corre. - Falei - E se alguma coisa acontecer... Eu amo você - Sussurrei muito sincero e confuso também, e vi seus olhos se arregalarem em surpresa.
- Eu também te amo, muito... - Disse o que eu não esperava ouvir de volta - E não quero te deixar - Completou, chorosa.
- Confie em mim, se não quiser ir à polícia vá para meu flat e não saía de lá até que eu chegue... Só siga o plano. - Pedi e lhe entreguei um revólver automático.
Ela olhou assustada para o mesmo, mas assentiu, e me deu outro beijo, antes de finalmente correr, lhe lancei um último olhar, antes de fazer o mesmo que ela só que para o outro lado.
Subi o suficiente para ver alguns corpos. Erick só parece que não é de nada. Safado!
Ouvi um outro barulho. Meus reflexos estavam aguçados, tinha alguém por perto. Muito perto. Era Dylan, eu sentia. Eu sabia.
Olhei a minha volta e apontei a arma, esperando por ele.Nada.
- APAREÇA E LUTE COMO UM HOMEM, BASTARDO, FILHO DA P#TA! - Bradei chamando por ele, pois sempre quis falar algo do gênero, como uma frase de efeito nos filmes de ação.
Nada.
Até eu ouvir, o barulho ensurdecedor. De um disparo.
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Quem atirou?

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o dono do bar.
RomanceDepois de ter uma decepção amorosa, Carter Hastings, uma jovem que leva uma vida sem muitas emoções, foi até um bar afastado de sua cidade, para "afogar as mágoas". Mas ali encontrou muito mais do que bebidas... Ao conhecer o dono do bar, o belo e i...