Vi aquele moço amarrar seus tênis e passar as mãos pelos cabelos que estavam maiores.
- Tem certeza que vai embora para tão longe? - Perguntei para ele.
- Certeza eu nunca tenho, mas acho que seja o melhor por enquanto. - Respondeu.
Esse rapaz apareceu aqui numa noite de chuva, todo ferido e com algumas queimaduras se arrastando entre os túmulos. Ele urrava de dor enquanto a chuva caia sobre ele naquela noite funesta.
Eu o encontrei caído perto de uma lápide "Rose Coban". Que descobri mais tarde ser sua mãe.
Ele estava muito ferido e achei por vezes que ele não iria sobreviver...
Dentre a febre e alucinações ele costumava sempre chamar por um nome. Era aquela pessoa que o mantinha vivo.
Mas eu o ajudei, o doando minha única cama naquela casinha de coveiro e cuidando de seus ferimentos como podia.
E assim, meses se passaram, até o dia de hoje. Depois de recuperado ele acabou ficando aqui pensando no próximo passo e me ajudando as vezes.
Eu sabia o que havia acontecido, ele me contou, e eu não o julguei, quando se vê a morte tantas vezes como eu, aprende-se a não julgar os outros por seus erros. Era tudo....Curto demais.
- Não vai mesmo atrás da garota? - Perguntei me referindo a garota que ele sempre falava. Um homem só ama uma vez na vida, é o que eu acredito, e acho que ele não deveria deixar o amor da vida dele escapar assim, pois não se sabe o dia de amanhã.
- Já a fiz sofrer demais, já faz tempo, ela deve ter seguido com a vida dela, eu não quero fazer mais mal sabe, é hora de seguir. - Falou.
- São suas escolhas...Vai mesmo para tão longe?
- Vou. Mas antes tenho que passar em um lugar e pegar algo que está escondido. É importante para poder seguir em frente.
- Não é uma garrafa de whisky é? - Perguntei tentando aliviar a tensão. Ele riu.
- Não. - Riu - Mas vai me ajudar a comprar um bom estoque e bem, vou mandar uma boa quantia para você e pegar o que preciso para me tornar Josh Coban - Respondeu e citou sobre sua nova "identidade" no momento.
- Não precisa...Te ajudei por que era o certo a fazer, não precisa me mandar nada - Falei sincero.
- Mas eu quero te ajudar. Eu preciso fazer algo bom - Falou e veio em minha direção.
- Obrigado por tudo - Me deu um abraço curto e pegou sua mochila indo rumo a porta.
- Adeus, e de novo, obrigada. - Disse. Sorri, eu ia sentir falta desse cara me atazanando para comprar whisky.
- Não foi nada. Adeus, Josh...Ou melhor... Jared! - Soltei olhando para ele.
Ele riu e colocou o capuz na cabeça e ajeitou a mochila nos ombros seguindo para fora da casa do coveiro, para fora dali, para seguir seu destino.
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Josh está muito vivo, e eu adoro isso.
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o dono do bar.
RomansaDepois de ter uma decepção amorosa, Carter Hastings, uma jovem que leva uma vida sem muitas emoções, foi até um bar afastado de sua cidade, para "afogar as mágoas". Mas ali encontrou muito mais do que bebidas... Ao conhecer o dono do bar, o belo e i...