v i n t e e o i t o

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carter

Segui correndo pelo barranco até avistar o carro preto parado do outro lado da rodovia, eu estava apavorada, totalmente sem rumo, tinha muito medo dentro de mim, mas também uma coragem desconhecida.

Eu seguiria sim todo o plano...

Até eu ouvir o barulho de um disparo.

JARED!

Respirei fundo, olhando a minha volta. Eu sei que deveria obedece-lo, mas não vou ficar em paz se não estiver com ele, e se tiver de morrer, que seja para defender alguém que eu ame. Então, me decidindo por ficar, corri de volta, passando no meio do milharal que me cortava toda com suas folhagens, bastante, e sem parar deixando o cansaço pra lá, eu continuei.

Avistei Jared e Dylan a uns 50 metros, respirei fundo, ele estava bem, ou quase isso, por que os dois estavam rolando engalfinhados no meio do milharal. Felizmente nenhum dos dois tinha me visto.

Foi num movimento rápido, Dylan pegou seu revólver que estava no chão, Jared tentou se esquivar, mas Dylan lhe deu uma "chave de pescoço", ou sei lá como se chama, o imobilizando, colocando o revólver em sua cabeça.

Caminhei abaixada e bem devagar para não fazer barulho sobre as folhagens.

E ouvi Dylan zombar, "tem algum desejo antes de morrer, irmãozinho? "
"Vai para o inferno" Jared disse entre-dentes.

"Daqui a muitos anos, a gente se vê lá, sua herança vai me render bons anos de luxo". Dylan disse rindo. Jared estava com os olhos fechados, tenso.

Era inexplicável o simples estar nessa situação.

Eu estava com o revólver na mão, as lágrimas embaçavam minha visão, limpei meus olhos. Eu tremia.
Ouvi o barulho de Dylan destravando o gatilho.

Era ele ou Jared.

Era ele ou Jared.

Era ele ou Jared.

Repeti para mim mesma seguidas vezes.

Eu tremia um pouco.

Apontei o revólver.

E se eu machucasse Jared?

Eu tinha que tentar, pois não posso ver isso acontecer sem fazer nada. Sei que ficaria traumatizada para o resto da vida, mas seria pior ver Jared morrer ali e saber que não fiz nada para tentar. Mesmo com as lágrimas em meus olhos tentei focar minha visão.

Apontei na mira e coloquei meu dedo no gatilho e lembrei de quando eu era criança e meu pai me levou no tiro ao alvo, era fácil, eu era boa, quando tinha 8 anos de idade e meu pai perto de mim.

Respirei fundo outra vez.

E quando o dedo de Dylan deslisava, se ouviu o barulho de um tiro...

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Quem matou quem?

o dono do bar.Onde histórias criam vida. Descubra agora