t r i n t a e d o i s

72.9K 6K 1.2K
                                    

jared

Depois de ser indiciado pelos meus delitos, tendo chance de conversar com um advogado, e ser interrogado (onde confessei meus crimes).

Me levaram para uma saleta, onde me fizeram vestir o uniforme cinza de presidiário, ali mesmo, na frente dos policiais, e a sentar em uma cadeira, onde um policial com uma máquina de cortar cabelo e uma tesoura, fez seu serviço, cortando meu cabelo que estava na altura do queixo, o deixando curto, e rente ao couro.

Passei a mão sobre minha cabeça sentindo uma coisa estranha me invadir, ao notar a falta dos fios longos.

E agora cá estou eu, numa cela minúscula, junto a mais 11 homens.

Estão todos me encarando de forma ameaçadora. Como se eu tivesse medo. A coisas muito mais assustadoras por aí.

- Então playba, o que é que tu fez pra tá aqui? - Perguntou  um dos presos, um negro alto, aparentemente do gueto.

- Matei meu irmão e os comparsas dele - Falei por falar.

- Olha, que o seu irmão fez hein ? - Perguntou bem perto de onde eu estava, botando "moral".

- Tentou me matar várias vezes, matou um cara pra mim levar a culpa, roubou dinheiro que era meu e ainda sequestrou minha garota - Falei a verdade, eu já estive na cadeia antes, e sei que ficar isolado e não "socializar" ou me unir a outros presos é pior, pois eles começam a te caçar e você se torna alvo.

Virar a caça não é uma opção se for passar a vida aqui, se não for sentenciado a pena de morte (o que eu prefiro), que não seja apanhando, sendo violentado ou lavando privadas.

- Se tava certo então, matou como? - Perguntou um outro, magro, careca e mal encarado.

- Tiros, e enterrei num milharal - Falei.

Eles riram. Meu estômago embrulhou, eu odeio isso, esse mal pairando no ar, odeio, mas... Eu dei bobeira e fui pego, e não quero que Carter seja nem ao menos respingada por essa nojeira toda.

- Esse é dos nossos Jason! - Falou um deles batendo em meus ombros.

- E aí mano, tem dinheiro lá fora? - Perguntou, muito interessado.

Uma coisa que te mantém vivo. Dinheiro.

- Muito! Regalias para todos nós - Falei. Vi aqueles olhos maldosos brilharem.

- Bem vindo, cara! - Falou o que parecia ser o líder deles - Aqui tem regras sabe, umas paradas loucas, mas se tu não se bandear, e ficar na nossa, tu fica na boa, dividindo as regalia com os mano, falou? - Respirei fundo. Eu queria poder gritar e gritar sem parar.

- Tudo certo - Falei e tentei sorrir minimamente. Deve ter parecido mais uma careta.

Ali eu vi, esse era o início do meu fim.
_________________________________________

Uma semana e meia depois...

carter

Eu não sei bem o que eu tenho na cabeça... Mas infelizmente eu sei o que tenho no meu coração, talvez seja isso que faz de mim tão trouxa.

O amor te faz sorrir e sentir, mas te deixa vulnerável.

Mas eu preciso fazer isso, nem que seja para fechar esse ciclo em minha vida.

Depois de pedir permissão, e ter passado por mil e uma inspeções... Lá estava eu, numa sala fria e metálica, com dois policiais me encarando de forma estranha.

Eu batia as pontas dos meus dedos contra a pequena mesa de metal.

Ouvi o som da porta de titânio sendo aberta, olhei em direção a mesma.

o dono do bar.Onde histórias criam vida. Descubra agora