Parte 5- Angelique

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Saio queimando de raiva da sala do Sr. Bonatti. A Cristiane me olha com cara de espanto mais não fala nada, só acena se despedindo.

Quando entro no elevador fico me perguntando se fiz a coisa certa, mas quer saber que se dane!Nunca mais terei que olhar na cara do Sr. Bonatti, então não tenho porque me preocupar.

- Dia difícil? - me sobressalto. Olho para atrás e fico muda, um homem super gato fala comigo. Meu Deus essa empresa só tem homem gostoso? - Foca Angelique apenas foque!

- Desculpe, não foi minha intenção te assustar. - O desconhecido fala novamente.

- Sou eu que peço desculpas, eu estava tão perdida em meus pensamentos que nem notei que havia alguém dentro do elevador.

- Prazer, sou Angelique – digo estendendo a mão.

- O prazer é todo meu, me chamo Edgar. - ele aperta minha mão, mas não sinto nenhum arrepio ou eletricidade.

Logo o elevador chega ao primeiro andar, e saio assim que as portas se abrem. Me dirijo a saída com o Edgar ao meu lado, conversamos pouco, entretanto deu para perceber que ele é um cara bacana.

Vou ter que ficar perambulando pelas ruas do Rio até a hora do almoço já que combinei de me encontrar com a Isa. Não sei porque razão o Edgar ainda puxa papo comigo, mas isso não me incomoda, até gosto porque cheguei nessa cidade linda a pouco tempo e não tenho amigos direito e queria muito fazer amizades.

- Então porque estava com a cara de poucos amigos no elevador? - Edgar me pergunta.

- Se eu te contasse você não acreditaria.

- Por que não vamos tomar um café e você me conta? - ele diz com um sorriso de 100 megawatts.

Como resistir a esse sorriso se eu realmente gostei dele então, porque não? Prometi a mim mesma que não deixaria os meus medos e anseios me atrapalharem à viver.

- Vamos sim.- acho que meu dia vai melhorar, penso feliz comigo.

Edgar me leva à uma cafeteria perto da empresa Bonatti, entramos e fizemos nossos pedidos. Reparando bem, aqui é lindo, aconchegante e a vista é maravilhosa – se é que me entendem. Rio com esse ultimo pensamento.

- Qual o motivo da graça? Ele me pergunta se divertindo com a minha cara.

- Nada de mais, só um pensamento que me veio a cabeça. - se ele soubesse que o motivo do meu riso é seu rosto bonito.

- Então Angelique você trabalha na empresa Bonatti?

- Não mesmo e você?- falo com um misto de divertimento e raiva.

- Trabalho lá desde que me conheço por gente. Mas se você não é funcionária o que fazia lá? - como ele é curioso!

- Eu fui fazer uma entrevista para uma vaga de assistente pessoal, só que deu um rolo danado e por fim quem me entrevistou foi o babaca do Sr. Bonatti- digo emburrada.

Não sei porque mais algo brilha nos olhos do Edgar, talvez seja divertimento ou surpresa ao me ouvir falar assim do seu chefe.

- O que ele fez para te deixar tão chateada? - ao lembrar do que passei, volto a enxergar vermelho e acabo contando tudo ao Edgar. Eu não costumo me abrir com estranhos mais me senti super a vontade com ele e algo me diz que seremos bons amigos. Edgar não se aguenta e cai na gargalhada, fico sem entender nada e fico com vontade de soca- lo.

- Desculpe Angelique, não foi minha intenção rir da situação e por favor desmanche essa cara de quem quer me matar. Acredito que você tenha sido a primeira pessoa a enfrentar o Henrique de frente sem demonstrar medo e isso deve tê- lo desarmado já que ele não está acostumado a passar por isso. Caramba como eu queria ter visto isso!

Depois que Edgar termina de falar, volta a rir um pouco mais e intrigada ao ouvi- lo chamar o Sr. Bonatti pelo nome resolvo perguntar:

- Edgar porque se referiu ao senhor Bonatti pelo primeiro nome? - nessa hora ele fica pensativo, como se tivesse tomando uma decisão.

- Então você vai me falar? - insisto na pergunta, já com receio da resposta.

Edgar me olha e fica totalmente sério, isso me desconcerta porque desde da hora que nos conhecemos, ele sempre tinha um sorriso no rosto, não demora muito e ele começa a falar.

- Angelique eu chamei o Henrique Bonatti pelo primeiro nome porque não somos apenas amigos, Henrique é meu irmão mais velho.

Quando ele solta essa bomba engasgo com meu café. Olho para o rosto do Edgar a procura de um vestígio de divertimento, ele só pode está brincando!

Porém não vejo nada e posso constatar que ele está falando a verdade. Merda eu acabei de falar mal do Sr. Bonatti para o irmão dele, fudeu!

Incendeia-meOnde histórias criam vida. Descubra agora