2° Capítulo

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Citação:

Eu odeio quando você some
E não manda notícias
Eu odeio quando ouço uma música e lembro você
Eu odeio chorar por ciúmes,
E por não querer ninguém te querendo
Eu odeio não conseguir pensar em mais ninguém
E só pensar em você
Eu odeio acordar de madrugada com vontade de te ligar
E não poder ligar
Eu odeio olhar suas fotos
E não poder te tocar
Eu odeio sonhar
E acordar com saudades de você
Eu odeio quando brigamos
E você não me procura
Eu odeio me perder
E só você conseguir me achar
Eu odeio me entregar de alma
E desejar somente a tua
Eu odeio te pertencer,
Mesmo sem merecer
Eu odeio escrever poesias
E dedicar pra você.
Afinal, eu te odeio pelo simples fato de não conseguir te odiar,
Só te amar."
- Marcelli Silva

Henrique

As vezes a Valentina me irrita.

Eu era de boa até ficar com ela em seu aniversário de 15 anos. Depois daquele dia, tudo mudou. Nós nos aproximamos bem mais, mas não como primos e sim como homem e mulher.

Eu acabei gostando dela, gostando muito e hoje, pouco mais de 2 anos depois, eu posso dizer que esse gostar já se transformou em amor. Eu amo ela mais que tudo é não tenho dúvida alguma disso.

O problema é que ela, mesmo sentindo o mesmo que eu, foge de mim o tempo todo. As vezes ela tem umas recaídas e a gente acaba ficando. Mas quando a ficha cai, ela simplesmente vai embora.

Ela diz que tem medo dos nossos pais. Eu também tenho, confesso. Não seria fácil pra nenhum deles aceitar isso, afinal não é comum dois primos se amarem.

Mas aconteceu. Não foi nossa culpa. E quanto mais o tempo passa, mas eu enlouqueço com o fato de não tê-la só para mim.

Cada menino que ela fica que não seja eu, é um tiro em cheio no meu peito. Só quem gosta de alguém e não pode tê-lo, por algum motivo sabe o que eu sinto. É horrível.

Eu sinto muita raiva de mim mesmo. Raiva por sentir tanto. Raiva por ser fraco e não ter coragem de enfrentar quem for preciso pra ter ela comigo. Raiva por vê-la fugindo de mim.

O sinal pra voltarmos a sala de aula, acabou de tocar e ela ainda não deu sinal algum. Luna avisa para eu ficar tranquilo e vai até o banheiro feminino.

Eu vou pra sala e 10 minutos depois Valentina pede licença ao professor e entra na sala com o rosto inchado e vermelho.

Ela estava chorando!

Ela caminha lentamente e senta em sua cadeira, na minha frente. Como a gente senta nos dois últimos lugares da fila da parede, puxo sua cadeira com os pés até que a mesma se encoste na minha mesa e vejo seus braços movimentarem-se puxando a mesa de encontro a ela.

Me debruço em cima da mesa e com a mão esquerda, começo a fazer carinho em seu braço na intenção de conforta-lá. Ela cruza os braços na altura do peito de maneira a disfarçar nossas mãos entrelaçadas entre ela e a parede.

Respiro fundo e sinto seu cheiro doce tão próximo a mim. Como eu amo esse cheiro!

- Está tudo bem? - perguntei o mais baixo que pude. Ela só balançou a cabeça dizendo que sim.

Passamos quase toda aula de matemática assim. Depois assistimos a última aula do dia que era de biologia e fomos nós encontrar na saída.

Lá, tia Gabi estava encostada em seu carro.
- Thau gente - Valentina disse cabisbaixa
- Não vai voltar com a gente? - Felipe perguntou
- Hoje não - ela sorriu fraco

Eu lhe abracei de lado e beijei sua testa. A tia Gabi sabia que eu tinha um carinho enorme pela Valentina, só não sabia que esse carinho tinha um toque a mais.

- Qualquer coisa me liga - Luna se despediu
- Tá bom

Ela caminhou até a mãe e lhe abraçou entrando em seguida no carro. Nós 5 que ficamos para trás fomos andando devagar até em casa. Eu fui todo o trajeto mais afastado do grupo. Não estava afim de papo.

Quando cheguei em casa, eu nem almocei, só subi direto para o meu quarto. Estava afim de ficar sozinho com os meus pensamentos.

Tudo Aconteceu Na Rocinha - Vol.IIOnde histórias criam vida. Descubra agora