12° Capítulo

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Citação: O tempo não apaga nada. Ele deixa mais aguçado o sentimento de vingança!
- Anônimo

Marcela

20 anos se passaram e eu ainda não superei o fato de não ter sido feliz com o Kauan por causa daquela ridícula da Gabriela.

Se ela não tivesse entrado tantas vezes no meu caminho, nós teríamos sido felizes. Mas não, ela precisava aparecer e estragar tudo. Mas tudo bem. Eu também estou disposta a estragar tudo!

Depois que a Bianca levou o tiro, lá naquela noite, eu fugi. Viajei para Argentina e fiquei por lá até pouco tempo.
Agora eu voltei para deixar a vida da Gabriela do mesmo jeito que ela deixou a minha, um verdadeiro inferno.

Durante todos esses anos, eu não me apaixonei por ninguém. Não me casei. Não realizei meu sonho de ser mãe. Já ela, estava o tempo todo do lado do homem que ela diz amar. Muito bem casada. Teve dois filhos. Não seria justo que as coisas continuassem assim.

Dessa vez, eu resolvi fazer tudo sozinha. Nada de me aliar a morros rivais. Como diz o ditado, quem quer algo perfeito faz, quem não quer manda. E eu quero que tudo saia na mais mais perfeita ordem. Terei ajuda, claro. Mas eu irei mandar.

Eu juro que iria dar uma dica de que os dias de calmaria dela estavam prestes a acabar. Mas ela não quis me ouvir.

Depois de tantos dias observando seus passos, já pude perceber que os filhos são os pontos mais fracos que ela possui e é exatamente por eles que eu vou começar meu ataque.

Gabriela vai se arrepender de ter, um dia, pisado no meu caminho!

Valentina

- Filha você precisa se distrair. Não vai adiantar nada você ficar trancafiada nesse quarto - minha mãe diz isso a dias
- Mãe eu não quero correr o risco de sair e encontrar com ele em qualquer beco do morro
- Por quê não sai daí?
- Não sei se tô afim
- Filha eu não gosto de te ver desse jeito
- Ah mãe eu queria tanto que você estivesse aqui comigo. O papai quase não aparece mais em casa. O Gui só fica com a Mel. E agora nem a Luna eu tenho mais. Eu ando me sentindo tão sozinha mãe
- Calma meu amor. Com o tempo as coisas se ajeitam. Eu já sei onde você pode ir
- Onde?
- Cantagalo. Vem? A mamãe está aqui
- Eu vou me arrumar e peço para alguém me levar até aí
- Tá bom. Fico te esperando
- Você tá na casa da tia Jaque né?
- Estou
- OK. Beijo mãe
- Beijo meu amor

Desliguei o telefone e fui tomar um banho. Depois de uns 10 minutos eu sai vestindo uma lingerie preta, um shorts jeans preto e uma camiseta baby look de estampa militar, meu Adidas, meu 212 e alguns acessórios.

Desci o morro e quando cheguei na entrada pedi para um dos vapores do meu pai me levar até o Cantagalo.

O carinha parou em frente à casa da tia Jaque e eu desci. A tia Jaque é mulher do tio Cobra. Ele ganhou o morro de presente do meu pai depois de uma invasão que eles fizeram para salvar minha mãe, algo mais ou menos assim. Ninguém nunca contou a história direito.

Abri o portão e fui entrando
- O de casa - gritei indo em direção a cozinha
- Oie meu amor - minha mãe me abraçou e beijou o topo da minha cabeça
- Oie mãe - beijei sua bochecha - Oi tia
- Oi querida - ela me abraçou
- Cadê todo mundo?
- Seu tio tá na boca como sempre e seus primos estão em algum lugar por aí

Eu ri. Eles não são meus tios de sangue, mas são de consideração. Os meus "primos" que ela citou, são Kevin, Hugo e Bruno. (Mídia). Eles tem 19, 17 e 15 anos, respectivamente. Eles são beeeem bonitos. E diga-se de passagem, eu já fiquei com o Kevin.

Fico a tarde toda ali. Converso bastante com mamãe e minha tia até meus primos chegarem e me chamarem para ir lá para cima
- Vou lá tá mãe?
- Tá bom

Subi as escadas ao lado do Bruno, Kevin e Hugo estavam na frente. Entramos na sala de jogos da casa. Eu adorava vim aqui quando era pequena.

- O que vamos fazer? - pergunto me jogando no sofá
- Vídeo-game, que tal? - Hugo sugere
- Pode ser, mas o que vamos apostar? - Lá vem o Kevin. Eles sempre apostam!
- Quem perder vai ter que fazer uma tatuagem - não inventa Bruno

- Ah não, nem pensar! - protesto
- Vai Tina, vai ser legal - Kevin incentiva
- Já aviso que se eu perder não vai ter como eu pagar essa aposta - levanto as mãos em sinal de rendição
- Porque? - Hugo pergunta
- Meu pai nunca que vai deixar eu fazer uma tatuagem - falo óbvia

- Caso você perca - Bruno tem um tom sugestivo - Nós daremos um jeito - olho para os meninos e eles estão com aquela cara do gato de botas para mim
- Tá ok, eu jogo!

Como são apenas dois controles, Kevin e Hugo começariam os trabalhos. A partida de futebol entre Real Madrid e Barcelona foi empolgante e deu vitória ao Kevin.

Depois, eu e Bruno iniciamos uma nova partida entre Juventus e PSG. Não tenho muita prática com Vídeo-game, muito menos com futebol o que facilitou a vitória do Bruno.

Por último, para decidir quem seria o perdedor, a disputa foi entre Hugo e eu, afinal só nós havíamos perdido. Foi uma partida longa da final. PSG e Barcelona. O jogo estava empatado 2×2 porque Kevin estava me ajudando dando os comandos certeiros para mim. Acontece que no último minuto de jogo, Hugo ficou com a bola no meio de campo, fez um lançamento para um dos jogadores de seu time que estavam na área, cruzou e alguém chutou em direção ao gol.

Eu não ouvia mais nada, somente a gargalhada alegre do Hugo.
- Foi mal Tina - Ele me abraçou de lado
- Meu cu - eu estava desesperada, não queria fazer tatuagem nenhuma
- Relaxa. A gente fala com a sua mãe e com o tio Menor e ficamos responsável por te levar a um tatuador - Kevin tenta me tranquilizar
- A gente deixa você escolher algo delicado - Bruno fala

Nós descemos. Eles realmente falaram com a minha mãe e ela disse que por ela tudo bem, desde eu não estivesse fazendo contra a minha vontade. Depois Hugo ligou para o meu pai que pouco se importou com o que foi dito. No fim, nós quatro fomos até um estúdio de tatuagens para que pudesse escolher a minha.

Confesso que quando eu vi aquela infinita quantidade de possibilidades de tatuagens, me animei. Talvez fosse legal fazer uma.

Depois de um certo tempo eu escolhi a que iria fazer. Mostrei para os meninos e eles acharam bonita e disseram que combinaria comigo. Era uma frase que tinha formato de onda. "Eu quero mais que a liberdade. Que louca seja a vida, quero estar solta por ."

Já que eu teria que fazer uma tatuagem de qualquer jeito, então pelo menos que fosse algo bonito

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Já que eu teria que fazer uma tatuagem de qualquer jeito, então pelo menos que fosse algo bonito.

Tudo Aconteceu Na Rocinha - Vol.IIOnde histórias criam vida. Descubra agora