Cap. 2

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Leandro

- Mas chefa eu vou ter que ir mesmo?

- Vai, nós três estamos ocupados e alguém tem que ir

- Mas eu?

- Leandro Castro – ihh, falou o nome inteiro, me ferrei - para de frescura, não vai acontecer nada, você vai com a caminhonete, pega a encomenda, se quiser posa no apartamento do Risto e no outro dia vem embora, vai ficar tudo bem

- Fer... São Paulo sozinho, você sabe...

- Lindo, eu te amo, mas alguém precisa ir, e tem que ser você, não confio em mais ninguém, vai ficar tudo bem.

- Está bem, vou tentar

Estão vendo o diálogo aí em cima? Então, a minha linda cunhada quer que eu vá pra São Paulo sozinho, em outros tempos não iria me importar, mas fiquei traumatizado, aquele ataque me fez ter crises de pânico só de pensar em voltar pra lá, por isso me ilhei aqui na pousada, aqui estou seguro, tenho minha família e amigos por perto, não saio sozinho daqui de jeito nenhum, e agora eu tenho que ir, não sei mais o que eu faço, a viagem é amanhã e até agora não arrumei uma saída

- Boa tarde Leandro – essa voz rouca eu conheço

- Boa tarde Júlio, veio trazer os produtinhos?

- Vim sim, mas que carinha triste é essa?

- Nada, só pensando na vida

- Na vida ou na morte, pq essa cara está pra alguém prestes a subir rumo à forca

- Quase isso, mas é rumo a São Paulo mesmo

- E o que tem?

- Nada, deixa pra lá

- Que dia você vai?

- Amanhã

- Bacana, eu tenho que ir pra lá essa semana também – opa, tive uma ideia

- Será que você pode ir comigo?

- Como assim?

- Simples, vamos juntos, você me ajuda a resolver com um fornecedor lá e depois fico quietinho no apartamento do Risto enquanto você faz suas coisas e voltamos. – aceita por favor

- Tive uma idéia melhor – droga

- Vamos juntos, mas você vai comigo, estou procurando novas essências pra começar a trabalhar, e sempre acho muito difícil, você me ajuda e eu te ajudo que tal? – me ferrei, mas é melhor que ir sozinho, e ficar do lado dele deve ser tão bom...

- To dentro, posso passar na sua casa às 7:00?

- Beleza, te espero, agora deixa eu ir resolver essas coisas com o Giu pra arrumar a mala

Julio

Dei meu sorrisinho pra ele e fui encontrar o Giu

- Deu certo porra, ele vai comigo!

- Beleza, sabia que ele faria qualquer coisa pra não ir sozinho

- Mas pq tanto medo de São Paulo assim?

- Não vou te contar tudo, é muito pessoal e ele diz que não, mas sei que sofre com isso, ele foi atacado em São Paulo, poderia ter morrido

O que? Atacado? Mas pq? Eu sempre achei ele um pouco triste mas nunca poderia imaginar

- Entendo, vou esperar ele estar pronto pra me contar

- Julio, é sério, as vezes eu levo ele comigo pra ver se perde o medo, mas ele chega a ter crise de pânico, estamos nos arriscando por vocês, mas por favor cuide dele e se precisar me ligue que vou correndo ajudar

- Pode deixar, e a propósito, aquele esquema do apartamento tá de pé ainda

- Claro que sim

- Então será que dava pra voltarmos na sexta de manhã? queria um tempinho a mais pra nós dois

- Por mim tudo bem.

- Beleza, as encomendas da semana estão no carro, já estou deixando tudo pronto pra viagem

Volto pra casa e começo a arrumar minha mala, serão apenas dois dias, iremos a trabalho sim, mas quero curtir a noite com ele, mostrar que minha companhia pode ser boa, invisto pesado pois sei que se não tentar vou me arrepender, minha mala ficou gigante, também, eu coloquei um pouco de tudo, não sei o que vou usar para agradar, credo to parecendo um adolescente aqui e não um homem de mais de 30 anos

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